Capítulo 19 - Eu Te Amo tanto

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Amanda On

- Como vocês se conheceram? - Questionei olhando para Lívia e Zara. Estávamos andando tranquilamente pela rua, resolvemos ir pra casa a pé depois de todas encerrarmos os expedientes. Precisávamos disso. Zara e eu trabalhávamos no mesmo prédio, foi ela quem me ajudou a conseguir o emprego. Já Lívia, tinha uma concessionária de motos.

- A gente se conheceu na Internet. - Iniciou Lívia. - Em um grupo, começamos a nos falar, nos adicionamos e sempre conversávamos. Acabamos nos apaixonando, fazíamos planos de nos encontrarmos, mas nunca acontecia. Até que o destino resolveu dar um empurrãozinho.

- Lívia e eu paramos de nos falar por um tempo, mas por falta de tempo mesmo. Ela sequer tinha me dito que viria para Londres, e para minha surpresa um dia eu cheguei na casa do meu melhor amigo, entrei no quarto dele e lá estava ela. - Continuou Zara. Eu a olhei chocada ao ouvir isso.

- Como assim lá estava ela? O que ela fazia lá? - Questionei demonstrando interesse.

- Por incrível que pareça ela é irmã do meu melhor amigo. E ele sempre dizia que a irmã morava em outra cidade, e que ela viria e tals. Mas nunca citou nome, ou me mostrou alguma foto. Então tipo, eu não sabia que era ela. - Explicou Zara. - E o pior, meu melhor amigo era apaixonado por mim, ele nem sonhava que eu era lésbica e ainda por cima apaixonada pela irmã dele, que ele nem sonhava que eu já conhecia antes dele nos apresentar. - Disse rindo, eu ri também. Cara que confusão.

- Que loucura gente. - Comentei rindo.

- Nós contamos tudo a ele depois, ele ficou uns dias sem falar com a gente, enfim... Mas graças a Deus ele entendeu, que mesmo que eu não ficasse com a Lívia, não ficaria com ele mesmo assim, porque eu gosto de mulheres. - Finalizou rindo. - Foi complicado, mas hoje todo mundo se entende. E você? Como conheceu sua amada? - Questionou em seguida. E logo um filme passou na minha cabeça.

- Eu conhecia ela da época do colégio, mas nos reencontramos num dia em que estava prestes a pular de uma ponte. Ela me salvou. - Respondi as olhando.

- Nossa nem precisa dizer mais nada depois disso, que pesado. Então Marcela é seu anjo da guarda. - Comentou Zara.

- Sim, sem dúvidas. Ela já me salvou de mim mesma diversas vezes e eu devo isso a ela. Eu a amo tanto que vocês não tem noção. Eu só queria que tudo ficasse bem, como deveria estar. Que tudo saísse como planejamos, mas esse acidente mudou tanto as nossas vidas, mudou tanto ela. - Comentei parando em frente a casa.

- Vai ficar tudo bem, você vai ver. Só... Tenha paciência, estaremos aqui se precisar. Olha, o meu cunhado vai vir no final de semana pra gente se divertir um pouco. Se quiser aparecer, vocês estão convidadas. Trás seu pai e seu irmão também, a mãe da Marcela, enfim... Todo mundo. Iremos gostar. - Debateu Lívia sorrindo em seguida.

- Obrigada pelo convite, iria adorar se conseguisse tirar ela pelo menos daquele quarto. Obrigada pela companhia também, a gente se fala. - Agradeci me despedindo de cada uma com um beijo no rosto.  

- Imagina, se cuida. - Respondeu Zara entrando logo em seguida com Lívia.

Até onde eu sei elas não moram juntas ainda, mas já estão namorando há um bom tempo. A casa que é perto da minha, é dos pais de Lívia, elas disseram que Zara mora em outro quarteirão há algumas quadras daqui. Eu adoro elas, a amizade delas.

Entrei em casa e respirei fundo para enfrentar o furacão Marcela, ela sempre está de péssimo humor quando eu chego e isso acaba comigo. Já faz longas semanas que não ficamos bem, que não nos comunicamos como um casal normal, ou que não discutimos. Sempre acaba em briga e isso estava me chateando muito. Eu coloquei as chaves em cima da mesinha de centro e coloquei minha bolsa no sofá, em seguida subi em direção ao quarto, e a medida que eu me aproximava eu podia ouvir um barulho estranho. Ao chegar no corredor fui caminhando devagar na direção do quarto em que ela supostamente estaria, ao chegar frente a porta que por sinal estava entre aberta, eu não acreditei no que estava vendo. Marcela estava sentada em uma cadeira, próxima a escrivaninha. Pude notar o Notebook aberto, ela estava de luvas cirúrgicas, e focada em algo que estava fazendo, tão focada que nem me notou. Eu entrei devagar e fui aproximando, quando finalmente parei atrás dela meus olhos encheram d’água. Marcela estava tatuando algo em um pedaço de pele sintética. Eu não conseguia nem me questionar onde ela arrumou todos esses materiais, não agora, eu só estava feliz em finalmente vê-la fazendo alguma coisa, em finalmente vê-la fora da cama. Fiquei uns segundos olhando aquilo, e então eu me curvei um pouco e coloquei meus braços sobre os ombros dela o que a fez levar um leve susto e tentar me olhar. Eu pousei um beijo demorado em sua bochecha, dei um leve sorriso.

Me Recuso a Desistir 2 (Um Romance Lésbico) Onde histórias criam vida. Descubra agora