Capítulo 15 - O Renascimento

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Amanda On

Uma voz na minha cabeça repetia várias e várias vezes a notícia de que Marcela havia sofrido um acidente. Eu estava em choque, não conseguia ficar parada, andava de um lado para o outro no corredor do hospital a espera de alguma notícia. Quando a vi chegando em uma maca, toda machucada, eu não acreditei no que estava vendo. Uma das suas pernas estava horrível, nas laterais de seus olhos haviam sangue como se ela tivesse chorado sangue. Havia alguns hematomas em seu rosto. Tudo o que eu pedia a Deus era que ela não me deixasse.

- Sra Marta né? Mãe da Marcela? - Indagou uma moça a olhando, ao ouvir isso eu logo aproximei para saber se eram notícias de Marcela.

- Sim, sou eu. - Afirmou ela. - Como minha filha está?

- Sua filha chegou acordada, porém acabou desmaiando novamente. Só teve tempo de pedir para que a gente entrasse em contato com você. - Inicou a olhando. - Infelizmente sua filha quebrou a perna em três lugares, o certo seria fazer uma cirurgia de emergência, mas ela acordou mais uma vez na sala e tentou arrancar tudo o que estava nela. Estava muito nervosa e tivemos que sedar ela de novo. Precisamos que sua filha esteja calma para fazer esse procedimento que é um pouco delicado. A perna dela estava fora do lugar, tivemos que colocar alguns ferros para mantê-la no lugar até a cirurgia.

- Ela vai andar de novo? - Perguntei com a voz embargada.

- Olha até o momento não posso afirmar nada a respeito dela, sua filha está em estado grave na UTI. Os batimentos estão muito fracos, e não sabemos se ela irá resistir. - Respondeu olhando para Marta.

Ao ouvir isso eu desabei, não, Marcela não pode me deixar, não agora. Ela estava tão feliz que finalmente iríamos viver em paz em outro lugar, estava com tantos planos. Ela não pode desistir, não agora.

- Será que eu... A gente... - Corrigiu. - Podemos vê-la?

- No momento não, eu sinto muito. Preciso ir. - Disse saindo às pressas ao ver alguns funcionários do hospital saírem correndo.

- Ei, não chora. - Disse com uma voz amena me abraçando em seguida. - Marcela é forte, vai ficar bem, você vai ver.

- O que aconteceu? Por que isso aconteceu? O que ela estava fazendo naquele caminhão? - Disparei nervosa.

- Eu não sei meu amor, mas se queremos saber, esse é o momento. - Respondeu me soltando e indo na direção de alguns policiais que entraram. Eu a acompanhei rapidamente.

- Boa tarde senhora, o André é seu marido? - Questionou o policial. - Ele quem estava com sua filha no caminhão. - Revelou fazendo Marta juntar as sobrancelhas demonstrando raiva.

- Infelizmente era. - Respondeu seca.

- Devo informar que ele veio a óbito no acidente, estamos tentando descobrir o que houve. Ele bateu contra um outro veículo que estava parado no acostamento. Já ouvimos o rapaz do outro caminhão, se não tiver algum familiar responsável a senhora terá que fazer a liberação do corpo para o funeral e...

- Por mim que enterrem ele como um indigente, é o que ele merece. Coloquem ele num saco preto e enterrem, simples assim. - Respondeu o interrompendo. - Ele tinha problemas com álcool, já havia procurado ela antes, não duvido nada que ele tenha feito isso de propósito.

- Senhora, por que ele tentaria matar a própria filha? Se ele tinha mesmo problemas com álcool, então só podemos acreditar que talvez estivesse bêbado. Ele estava acima de 100km por hora em uma via de 40km.

- Se ele não tivesse morrido nesse acidente, eu mesma o mataria pelo que ele fez a ela. Se querem a liberação do corpo, peçam a algum irmão dele ou sei lá. Eu não quero nem vê-lo. - Disse o deixando em silêncio.

Me Recuso a Desistir 2 (Um Romance Lésbico) Onde histórias criam vida. Descubra agora