Voltamos do jantar com os amigos do Nicholas à quase duas horas atrás. A cabana estava silenciosa e escura, todos já estavam em seus quartos. Naya e Naeris também já tinham ido embora. Eu estava usando uma camisola branca longa, que batia na altura dos joelhos, ela tinha mangas bufantes, era uma roupa bem medieval. A camisola era gelada e fina, mas ao mesmo tempo confortável. Confortável igual a cama na qual estava deitada, os lençóis eram limpos e cheiros, a cama era espaçosa e macia. O quarto estava escuro, sendo iluminado apenas pela luz prateada da Lua, e o som da cachoeira ao lado da cabana entrava em meu quarto. Eu tinha tudo para ter uma ótima noite de sono, mas eu estava de olhos abertos e olhava a janela e a floresta lá fora.
Eu estava exausta, mas sequer conseguia fechar os meus olhos. Talvez eu estivesse tentando me acostumar com o ambiente, ou talvez estivesse um pouco assustada por estar dormindo no quarto da casa de um vampiro. Sei que Nicholas não irá me machucar, afinal ele precisa de minha ajuda, mas o que garante que ele não irá machucar meus amigos?
O Nicholas pode não ter machucado eles ou eu até agora, mas isso não muda o fato dele ser vampiro. Vampiros são perigosos, são fortes e na maioria das vezes não se controlam na tentação de beber sangue. E é esse o meu maior medo, de Nicholas acabar se descontrolando e machucar Dylan ou Madison.
Me revirava de um lado para o outro na cama, tentando conter a vontade que estava de me levantar e ir até lá fora. Parecia que algo estava me puxando para ir para fora da cabana, era como se estivesse amarrada em uma corda e alguém muito forte estivesse me puxando. Sentia como se fosse necessário que eu saísse do quarto e fosse até lá.
Sentei na cama já impaciente com a minha inquietude. Coloquei meus pés no chão de madeira do quarto, e me levantei. Abri a porta de madeira do quarto, fazendo ela soltar um rangido e caminhei até as escadas e desci até a sala. A luz da cozinha estava acesa, ela era uma luz fraca mas mesmo assim iluminava a sala.
Olhei em volta e não encontrei ninguém, mas aquele sentimento ainda me invadia. Era como se uma voz desconhecida em minha cabeça dissesse para que eu fosse para o lado de fora da cabana, sabia os riscos que estava correndo. Mas mesmo assim caminhei até a porta, quando coloquei a mão na maçaneta consegui escutar vozes. As vozes não passavam apenas de sussurros, e uma delas era a voz de Nicholas. Ele parecia irritado com algo, a outra voz também não estava muito diferente dele. A segunda voz me era familiar, parecia com a voz do homem de olhos violetas que conheci hoje.
Mas, se era mesmo Ian, o que ele estava fazendo aqui essa hora?
— Você precisa ser mais gentil, sei que você tem medo de se aproximar de alguém de novo. E tem medo que aconteça o mesmo que aconteceu com a... — Nicholas parou rapidamente de falar quando abri a porta da cabana. Abri rápido o suficiente para ver um vulto preto correr para dentro da floresta. Os ombros de Nicholas se tensionaram, o homem começou a se virar lentamente em minha direção. Assim que me viu abriu um sorriso. — O-oi, está tudo bem? precisa de alguma coisa?
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A Princesa Perdida
FantasyO que você faria se descobrisse que é uma Princesa Perdida? Princesa de um reino completamente diferente dos contos de fadas, onde vampiros e outros seres são obrigados a viverem juntos lado a lado em uma constante rivalidade. Olivia Reyes se mudou...