capítulo 54: Conversa com a Rainha Clarice

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Eu estava perdida

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Eu estava perdida. Eu não fazia ideia do que fazer. Não conseguia pensar em mais nada além de Ian, não conseguia nem mesmo planejar algo para salvar ele. Conseguia sentir todas as minhas emoções totalmente ampliadas, não sabia dizer se era por causa do fato de ser vampira agora ou se era por causa do laço de parceria. Eu não sei.

Mas a única coisa que eu sabia era que eu estava perdida, era que eu estava com medo, por mais que eu tentasse não estar. Estava com tanto medo de perder o Ian, estava com medo de perder essa Guerra, estava com medo de perder meus amigos e de morrer. Eu só queria que aquilo tudo acabasse, só queria ter um pouco de paz, pelo menos uma vez na vida.

Não me arrependo de ter conhecido nenhum deles, Não me arrependo de ter vindo para cá. Mas eu sinto saudades de como a minha vida era mais simples, de como eu levava uma vida segura e boa, mesmo que meus pais já não estivessem mais ao meu lado. Sinto saudades disso. Viver em Sunderland não é fácil, você precisa lutar para sobreviver diariamente. Em Nova York eu não preciso lutar para sobreviver, não dessa forma. Não preciso arriscar minha vida para salvar milhares de pessoas, não preciso assistir a pessoa que eu amo ser presa pela pessoa que eu mais odeio, não preciso fazer escolhas difíceis que terão péssimas consequências independente de qual eu escolha.

Há um ano atrás tudo que eu queria era me formar na faculdade, e agora estou a beira de um abismo, sem saber o que fazer ou como salvar a pessoa que eu amo.

O vento frio machucava minha pele, me fazendo estremecer, mas não tanto ao ponto de me fazer levantar e entrar para casa. Estava sentada do lado de fora, olhando as estrelas, como se elas pudessem me trazer algum tipo de conforto. Como se pudessem me trazer algum tipo de luz, como se pudessem me ajudar.

— Por favor. — Sussurei, olhando para as estrelas, de repente a espera de algum milagre. — Me ajude a pensar em algo. Me ajude salvar, Ian.

Tola.

Era isso o que eu estava parecendo. Estava parecendo uma tola, que não fazia ideia do que fazer, que já estava tão perdida e desesperada ao ponto de pedir ajuda para as estrelas. Como se elas fossem me escutar.

Meus olhos arderam quando as lágrimas voltaram a se formar em meus olhos. Eu estava sozinha no deck do lago, não fazia sentido segurar o choro se não havia ninguém de testemunha além das estrelas. Levantei minhas pernas até a altura dos seios, abraçando elas com força, como se por alguma razão aquilo fosse me ajudar. E então comecei a chorar, chorei olhando a água do lago se mover com a leve brisa da primavera. 

Eu chorei, até não haver ar mais em meus pulmões, até minha cabeça começar a latejar de tanto chorar.

Ainda estava chorando, abraçando a mim mesma, tentando me acalmar. Quando uma leve brisa bateu contra meu rosto, me fazendo arrepiar.

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