A sina do menino infeliz

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Oi meus amores,

O capítulo é triste mas eu prometi que vai ficar tudo bem então AGUARDEM E CONFIEM na autora, porque vai dar tudo certo!

Boa leitura, e me contem o que estão achando.

Boa semana, meus anjos!

~Anna

***



Como havia dito a Beatriz em sua última sessão, havia alguns dias que as ligações eram mais raras e Jungkook se comunicava com Seojoon basicamente por mensagens. O que não havia dito explicitamente é que o que mais o deixava agoniado nas mensagens, é que naquele texto curto e direto não cabia o eu te amo de despedida, que sempre se diziam quando se falavam. Nas poucas ligações da semana, não só o namorado hesitava em se despedir com aquelas palavras. Jungkook também já não tinha mais certeza do que devia dizer.

Não que o amor não existisse, mas ele questionava se era justo dizer eu te amo quando tudo estava claramente prestes a terminar. Sempre se perguntava se devia prender Seojoon na infelicidade com aquelas palavras, mas, no último momento, corria a deixar os sons escaparem de sua boca. Nem sempre o seu "eu te amo" recebia respostas, e quando recebia eram num tom cheio de dúvidas. Jungkook amava Seojoon. Amava mesmo, ainda tinha aquela certeza. Mas também tinha certeza de que as coisas não eram mais as mesmas a partir daquelas evidências nas mensagens e ligações.

Podia pressentir o término espreitando em cada "eu te amo" fraco que saía da boca dos dois e na ausência daquelas palavras nas mensagens em texto. Não duvidava que Seojoon o amava também, de algum modo. Inclusive, suspeitava que por isso é que estava mais abatido e distante. Afinal, amava alguém que não correspondia à imagem que ele tinha e esperava do amor. Por mais que doesse nos dois saber que amar não era suficiente para mantê-los juntos, era ainda mais doloroso ignorar o amor, querendo existir entre os dois, mas não encontrando mais espaço em meio aos dilemas para se manifestar plenamente.

Jungkook estava inquieto desde que havia recebido a mensagem direta de Seojoon, anunciando que estava voltando. Jungkook ofereceu-se para se encontrar com ele na rodoviária, pelo menos para dizer um oi, mas Seojoon disse que Taehyung ia buscá-lo de carro, o que facilitaria no transporte das malas. O mais velho insistia que queria ir pra casa dormir, porque a viagem, além de longa, havia sido agitada e exaustiva demais. A angústia pesou ainda mais sobre Jungkook, e tanto as esperanças quanto as desilusões sobrecarregam ainda mais seus pensamentos, que ficaram a noite toda se alternando para provar para o rapaz qual delas era mais provável de acontecer de fato.

Tentou dormir, mas não conseguiu. Além de Seojoon, tinha tanta coisa no que pensar: os trabalhos da faculdade, artigos para escrever, vídeos para editar, e Namjoon. Lembrar dos bons momentos com ele o acalmavam um pouco.

Pensar em Namjoon, agora que estavam começando a se conhecer, deixava sua mente e seu coração serenos. Nos últimos dias, mesmo com tanta coisa pra fazer e com toda a crise de seu namoro, ainda se pegava em devaneios de se encontrar com Nam ou era tomado por memórias dos breves momentos que passaram juntos.

Por sorte, Namjoon o entendia e dava espaço para sua rotina agora tão caótica, até porque ele também tinha sua própria rotina cheia de afazeres, embora mais calma e preenchida de alguns momentos solitários que ele dizia que precisava para "organizar a cabeça". Mesmo que por pouco tempo, o mais velho sempre queria vê-lo e o procurava, e também não dizia não quando Jungkook perguntava se podiam se encontrar brevemente, nem que fosse pra fazerem uma refeição juntos.

Jungkook tentava encaixá-lo nos pequenos espaços de sua vida, agora tão agitada, e as pequenas memórias que iam criando deixavam seus dias mais alegres e menos tensos. Às vezes, se perguntava se deveria priorizar a faculdade e o trabalho, mas a cada encontro com Namjoon percebia que era justamente ele que dava sentido a toda a desordem dos dias. Namjoon trazia uma calmaria revigorante, e tinha o dom de fazer tudo ao redor deles virar poesia, com cada elogio que dirigia a ele, cada gesto carinhoso, cada pensamento que o fazia se sentir mais conectado ao mais velho.

Longe da razão, perto do coraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora