Laço do infinito

174 23 13
                                    

Oi meus amores,

Hoje temos momentos e conversas importantes entre esse casal tão amadinho e espero que vocês gostem. Eu escrevo essa fic e dou pros personagens uma coragem e uma sinceridade difíceis de se ter, se eu fosse que nem eles, já seria feliz no amor, como eles estão aprendendo a ser... Espero que a minha hora chegue algum dia.

Não sei se já falei isso pra vocês, mas todos os personagens aqui tem um pouquinho da minha vivência, e eu me realizo muito e faço coisas por eles que não consegui fazer por mim então não só quando escrevo os capítulos com a Beatriz, mas também quando eles estão interagindo sobre si eu estou em um processo terapêutico profundo. Escrever essa história tem curado umas feridas em mim, pelo menos na teoria. Espero que ela cure vocês de algum modo também.

Boa leitura, deixem votos e comentários, a tia tá precisando se animar um pouquinho e vocês sempre me deixam felizes dizendo o que estão achando sobre a fic, de verdade!

Beijos terapêuticos,

~Anna

***



Primeiro, precisou contar aos pais sobre o fim de seu relacionamento. Jungkook teve que explicar porque de repente havia decidido ir pra casa numa sexta aleatória para passar o fim de semana todo lá. Os pais contaram para seu irmão, que chegou na cidade mais cedo que o próprio Jungkook. Ele e a namorada foram buscar o mais novo na rodoviária, e tentaram distraí-lo com assuntos aleatórios.

Durante aqueles dias, todos tentavam consolar o menino triste, cada um a seu modo. O pai chamava Jungkook para cumprir algumas tarefas domésticas simples, com a desculpa de que ele precisava aprender a fazer aquelas pequenas coisas do dia-a-dia. A mãe fazia as comidas favoritas de Jungkook, então no fim de semana todo houve bolo de cenoura com cobertura de chocolate para o café da manhã e bolinho de chuva para o lanche da tarde. Seu irmão e a cunhada chamaram Jungkook para comer pizza na nova pizzaria da cidade num dia, e pediram uma porção gigante de batatas fritas pra comerem enquanto jogavam no outro.

Era bom ser bem cuidado e ter alguns confortos com a companhia da família, mas todos evitavam falar sobre o término. Pareciam cautelosos e com medo de tocar na ferida do caçula. Jungkook entendia que aquele era o jeito de sua família: todos eram mais calados, reservados e deixavam suas questões ficarem na individualidade - e isso também era bom.

Afinal, era no silêncio das manhãs, na concentração do pai ensinando ao filho tarefas da casa e - por incrível que pudesse parecer - na gritaria que o irmão e a cunhada arrumavam jogando videogame com ele é que podia assimilar o fato de que não teria mais Seojoon em sua vida. O sentimento ia se assentando durante aqueles momentos em que não precisava pensar muito. Provavelmente não tinha volta, ainda doía, mas estava mais acostumado com a ideia de perdê-lo.

Se encontrar com Nina, por outro lado, pouco tinha a ver com o assentar da sensação de ausência que o término deixara em si. Com ela, primeiro, ocupou a cabeça com outras coisas. Refazer as ligações com a amiga, relembrar as histórias antigas, reconstruir os dias da adolescência, tomando açaí na praça ou ainda ouvindo música e assistindo filmes bobos no quarto da casa dela. Todas aquelas ações eram familiarmente confortáveis.

Depois que se sentiram mais à vontade refazendo aqueles rituais da adolescência na primeira tarde juntos, Nina repetiu, no segundo dia, seus pedidos de desculpas, e Jungkook contou outra vez sua história do término, compartilhando o peso no peito que sentia naquele momento.

Havia sido consolado como queria ter sido quando mais novo, e percebia que Nina se sentia bem em, enfim, retribuir de algum modo o que ele sempre fizera por ela. "Você nunca falava sobre o que sentia, então eu achava que estava tudo bem. Mas no fundo, eu achava você um amigo bom demais pra mim!", confessou em meio às conversas deles "Eu nem podia imaginar que era medo ou vergonha que você sentia. Achava que você era mais calado porque tudo estava bom pra você."

Longe da razão, perto do coraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora