Chuva, suor e cerveja

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Oi, amores!


Meu único comentário de hoje é: PEGAÇÃO! Corre pra ler!

Me falem o que acharam!!! E deixem seus votinhos também!

~Anna


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Pela janela da sala de reuniões, podia vê-lo esperando: estava com roupas escuras e largas, calça e mangas da blusa compridas, apesar do calor que fazia mesmo à noite. Pela altura, porte e jeito que movia, Jungkook sabia: era Namjoon.

O mais velho estava bem abaixo de uma luz que destacava seu rosto inconfundível em contraste com as roupas pretas. A tarde-quase-noite dificultava que visse o rosto, parcialmente sombreado pela aba de um boné também preto, mas Jungkook reconhecia o brilho daquele sorriso emoldurado pelos dois pontos profundos nas bochechas. Acenou para ele e as covinhas se acentuaram ainda mais ao responder o gesto.

A reunião se encerrava com alguns lamentos animados. Ninguém da equipe do jornal estava plenamente feliz em ter que trabalhar durante o feriado, mas ao menos havia uma certa satisfação por que uma das professoras, a responsável por aquele projeto de extensão, vinha elogiando os resultados do que seus alunos vinham produzindo.

Jungkook mesmo estava radiante por que não só um dos seus vídeos havia sido descrito com uma "edição impecável" , mas também o texto dele, o primeiro todo escrito para o jornal pelo rapaz, havia sido definido como "certeiro e sensível". Era a primeira matéria que produzia para o jornal praticamente sem ajuda, e conseguiu fazer algo tão satisfatório. Em uma mensagem de texto, contou animado sobre a reunião a Seojoon, enquanto terminava de tomar café e buscava sua mochila. O namorado era a primeira pessoa a quem queria contar qualquer novidade.

Quando seus colegas começaram a sair da sala, pôde notar que alguns deles repararam em Namjoon. O que será que pensavam? Durante a reunião mesmo, havia citado seu namorado que estava no Rio e agora um outro cara vinha buscá-lo. Bem, porque deveria importar a opinião dos outros? Estava feliz em namorar com Seojoon e estava feliz por estar vivendo aquilo com Namjoon, seja lá o nome que podia dar à relação que vinham construindo.

Depois da ida à cachoeira, Namjoon o surpreendeu com uma mensagem, sem que ele tivesse dado seu número a ele. Jimin era o próprio Eros atirando suas flechas em quem pensava que merecia experimentar a felicidade do amor - que ele próprio conhecia tão bem ao lado de Yoongi.

As intenções de Jimin eram boas e, embora as suas ações às vezes causassem confusões, as brincadeiras com o destino estavam dando certo. Ao contrário do filho de Afrodite, que fazia suas interferências sem que os mortais soubessem, a força de Jimin não era oculta e misteriosa para os dois flechados da vez. Jungkook respondeu imediatamente à mensagem com uma pergunta: "Foi o Jimin que te deu meu número, né?!".

E a partir dali os dois seguiram conversando. Primeiro sobre o que Jimin estava fazendo para juntar os dois, embora os outros amigos também apoiassem as ações do primeiro, depois passaram a falar mais um sobre o outro, suas rotinas, passados, desejos para a vida. Jungkook ia exercendo sua paciência o melhor que podia, lembrando-se das sessões com Beatriz.

É uma questão de tempo. Repetia constantemente, para reunir mais paciência em si. É uma questão de tempo. Mas, quanto mais o tempo passava, mais excitado ficava com a troca de mensagens, até porque Namjoon parecia ter tomado coragem para ousar um pouco mais no conteúdo. Infelizmente ou não, ele não fazia nada ousado demais, mas as palavras que escolhia estavam atiçando Jungkook.

Podia imaginar a voz grave de Namjoon dizendo e às vezes visualizava as coisas que ele mencionava. Aquilo o conduzia a uma espiral de pensamentos que lembravam o corpo quase inteiramente despido do outro, que havia visto na cachoeira, e o abraço apertado e cheio de carícias que trocaram depois do passeio. Seria fácil dizer que era só seu corpo que pedia com urgência por Namjoon, mas era a mente também.

Longe da razão, perto do coraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora