Quando dois corações se pertencem

Capítulo 16 - Novo destino

Narradora

Michael fica lá, parado a observando ir embora de sua vida, deixando um buraco imenso em seu peito, deixando um espaço vago que nada poderá completar, pois só ela é o amor de sua vida. Molly olha pelo vidro de trás do carro e fica observando Michael ficar mais longe conforme o carro vai se distanciando, até ele desaparecer.

Quando isso acontece lágrimas espessas escorrem dos olhos de Michael. Os empregados ficam o observando, querendo saber o porquê de tanta tristeza.
Michael fica cerca de 10 minutos parado na mesma posição, ele quer ver se Molly vai voltar, ele a está esperando, quer sua amada de volta. Mas ela não vai voltar. Então ele entra em sua casa e não sai de seu quarto pelo resto do dia.

O mesmo se repete por 10 dias consecutivos. Michael exige apenas receber comida na porta de seu quarto e não sai mais para nada. Todos estão muito preocupados com o comportamento do astro.

.......
Molly
LAX
International Airport
of Los Angeles
09:36 a.m.
...........

As paisagens passam rapidamente por mim enquanto observo-as pela janela. Meu pai está sentado de um lado e eu me sentei bem longe dele, do outro lado. Ele nem tentou puxar assunto durante as três horas que passamos dentro do carro. Bill, motorista de Michael ficou encarregado de nos levar até o aeroporto.
Durante o trajeto até o aeroporto, meu pai e eu não trocamos nenhuma palavra. Ele continua bravo comigo por tudo o que aconteceu de ontem para hoje. O caminho é muito longo.
Mas o que mais está me machucando é que eu me sinto sendo levada até a forca.

Eu estou sendo arrancada a força de Michael. Isso não é justo! Por que nosso amor tem que ser proibido? Por que meu pai não permite que fiquemos juntos se nos amamos tanto? Eu nunca vou entender o que se passa em sua mente. Não fizemos mal a ninguém. A minha cabeça está cercada de dúvidas e o tempo pareceu até passar mais rápido enquanto eu estava inerte na minha dor.

Eu não consigo sentir nada. Para mim, nada do que aconteceu desde que meu pai falou que ia me mandar para o Brasil foi real e minha esperança é acordar a qualquer momento desse pesadelo. De preferência no rancho, ao lado de Michael. 

Mas por mais que meu coração deseje isso profundamente, no fundo, eu sei que tudo que aconteceu é sim real. Eu não estou sonhando. Eu vou acordar sim, todos os dias, mas sem ele. E essa ultima parte me traz para a realidade de volta contra a minha vontade, e novamente, para o desespero de saber que nunca mais o verei.

- Se cuide, Molly. – Meu pai segura minha mão me olhando com aquele típico olhar de despedida.
Não digo nada. Ele tenta me abraçar mas eu o ignoro.

- Não vê que não estou feliz? – Questiono demonstrando minha irritação. – O Senhor me ensinou tudo que sei. Me ensinou principalmente a ser sincera, a agir com o coração. E eu estou agindo, papai. Eu nunca senti nada mais profundo, mais real, mais vivo do que esse sentimento que tenho por Michael. – Digo com toda a franqueza enquanto uma lágrima rola pelo meu rosto.

Eu estou tentando pela ultima vez, fazê-lo desistir de me mandar para o Brasil.

- Filha, eu também estou agindo com o coração e ele me diz exatamente que preciso proteger a única coisa que tenho nessa vida. Você! - afirma convicto

- Me proteger de que? – Arregalo os olhos diante de seu discurso. – Papai, Michael é um homem bom! Ele nunca me faria mal algum...

- Eu não sei Molly, tenho minhas duvidas e mesmo que ele seja bom, não posso permitir que minha filha se envolva com um homem como ele! Ele não é pra você minha filha, você vai sofrer... Escute o seu pai. – Exclama me deixando ainda mais confusa.