Capítulo 22 - Lay It Down

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Michael | +18 🔥
06:03 p.m.
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A luz fraca do sol se faz presente no quarto pela frestra da cortina. O dia está prestes a ir embora. Não sei ao certo quanto tempo passei aqui. Quanto durou meu sono. Minutos, horas, segundos, dias...

Meu espírito ainda está atormentado. Antes de apagar, eu estava tão furioso. Mal pude acreditar que fui apunhalado pelas costas logo por ela.

Nunca desconfiei. Ela nunca demonstrou estar apaixonada por outro, estar com outro, beijar outro, sentir outro, ser tocada por outro que não fosse eu.

Ela disfarçou tão bem que só eram os meus toques que ela sentia, que era só os meus lábios que beijavam os dela. Mas não eram. Ela tinha outro com ela. Fui um tolo. Um grande tolo. E agora me sinto péssimo por isso e estou me afogando em remorsos.

Como me deixei ser enganado assim? Como não vi nenhum sinal? Ela me deixou completamente cego com sua beleza e seu jeito doce. Aqueles lábios rosados me enganaram com seus beijos e seus olhos me hipnotizaram me deixando cego por ela. Eu não consegui ver suas verdadeiras intenções porque estava infeitiçado por aquela garota. Estava nas nuvens. Sentia que eu ia para outro lugar quando estava com ela. Um lugar só nosso.

Ainda me sinto sonolento. O turbilhão de sentimentos foi muito forte e me fez apagar por algum tempo mas ainda estou no mesmo dia.

Sacudo minha cabeça e abro os olhos. Todo o quarto é percorrido sob meu olhar melancólico. Um sentimento estranho. Uma necessidade de achar Molly, de achar aquele desgraçado que estava com ela! Eu quero matar esse homem! Nunca senti tanto ódio na vida.

Não estou me reconhecendo. Isso não é parte de mim. Mas quando se trata dela, eu tenho vontade de fazer tudo. Qualquer coisa.

O toque agudo do telefone toca ao lado da cama, desviando meus pensamentos.

- Senhor Jackson. A senhorita Presley deseja vê-lo. - Dorothy informa suavemente do outro lado da linha - Tentei dizer a ela que o Senhor se sentiu um pouco indisposto e está descansando mas ela disse que irá esperar até que se recomponha.

Balanço lentamente minha cabeça enquanto cerro os olhos. Eu não quero ver ninguém agora. Mas Lisa está aqui e ela pode ser uma bela distração.

- Diga a ela que esteja em meu quarto em vinte minutos. - Minha voz soa mais firme que o normal

- Quanto a sala de visitas que eu destruí mais cedo?

- Não se preocupe Senhor, acomodei Lisa na sala de piano e aleguei que a de visitas está em uma pequena reforma. - Dorothy diz em um tom baixo quase cochichando.

- Não deixe que vejam aquela bagunça.

Sorrio de lado e me despeço da minha governanta ao telefone. Me levanto em um pulo da cama.

Um rápido banho. Roupas limpas. Muito perfume. Pele uniformizada. Nenhum sorriso.

A água ainda está pingando dos meus cachos conforme meus passos traiçoeiros me direcionam até o closet. Instintivamente paro em frente à prateleira que acomoda o lençol da cama de Molly.

Eu procurei deixar mais alto do que eu poderia alcançar para não correr o risco de pegar toda hora. Ainda tem seu cheiro ali. Eu guardei muito bem guardado para preservar seu perfume doce de jasmim, ele se misturou ao meu de baunilha. O cheiro nunca saiu.

Isso é a única lembrança física que eu tenho dela. A prova que ela realmente existiu em algum momento da minha vida e que não foi loucura da minha cabeça tudo o que vivi.

Quando dois corações se pertencemOnde histórias criam vida. Descubra agora