Quando dois corações se pertencem

Capítulo 20 - Velha amiga

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Michael
Neverland Valley Ranch
07:03
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Mesmo depois de tantos meses, ainda é difícil para eu levantar da cama e saber que o quarto ao lado está vazio. Depois que Molly foi embora. Preservei seu quarto do jeito que ela o deixou, tranquei a porta e guardei a chave.

Sempre que não estou me aguentando de saudades, vou até o quarto e passo um bom tempo sentado na cama me afogando em lembranças.

Nos primeiros dias desde que ela se foi, cheguei até mesmo a dormir lá. Seu cheiro ainda estava impregnado nos lençóis e esse foi o unico jeito que encontrei de estar perto dela.

Todos os dias ao acordar, a primeira imagem que me vem à mente é Molly, meu amor...
Como ela deve estar agora? Já faz tantos meses desde que ela se foi. Será que está com alguém? triste, feliz?... Eu queria muito saber dela, mas o destino fez questão de nos separar e não sei se um dia a verei novamente.

A única pessoa que pode me dar informações é Frank, mas ele nem olha para mim direito. Eu sigo amando-a mas a saudade que sinto, rasga o meu coração a cada pensamento que tenho dela.

Decido levantar e me arrumar.

Me dirijo até o closet para pegar uma camisa branca. Meus olhos se direcionam quase que automaticamente para a prateleira de cima. Me lembro do lençol da cama de Molly que está guardado ali.

Logo após ela ir embora, fui até o quarto dela onde fizemos amor. Havia uma pequena mancha de sangue no lençol da cama. Resultado da noite que tivemos, a noite que ela se entregou para mim pela primeira vez.

Nos entregamos tão intensamente um para o outro, fora uma noite realmente mágica. Então eu peguei o lençol e o guardei em meu closet. Não lavei. Queria que ficasse do mesmo jeito, pois foi ali em cima que Molly e eu nos amamos e aquela era a prova que fui o primeiro homem de sua vida.

Estico o braço até alcancá-lo. Após capturá-lo, passo meus dedos sobre o pano delicado e me lembro de cada detalhe daquela noite. Os gemidos, o balanço dos nossos corpos, os beijos, os toques. Eu conheci cada parte daquele corpo naquela noite e os detalhes estão guardados em minha mente.

Eu poderia até mesmo fazer um desenho de Molly, desenharia todas as suas curvas e seus traços.

O telefone ao lado da cama toca me arrancando dos devaneios.

- Sim? - Pergunto ao atender

- Senhor, tem uma visita à sua espera. É a Srta Presley, deseja vê-lo. - Dororthy diz do outro lado da linha.

Lisa Marie Presley, filha de um dos meus ídolos favoritos. Éramos amigos. Nos conhecemos quando bem jovens. Eu já era adolescente e Lisa ainda criança. Havia algum tempo que não nos falávamos. Será bom ver alguém que não vejo há tanto tempo e eu gosto da companhia de Lisa, ela sempre me faz rir.

- Por favor, diga que em cinco minutos estarei na sala de visitas. Sirva-a caso ela queira comer ou beber algo. Obrigado.

- Tudo bem Senhor, farei isso, obrigada. - Repouso o telefone no gancho.

Será bom receber uma visita. Já fiquei tempo demais desligado de tudo, desligado do mundo. Sei que não posso viver assim para sempre. Em algum momento terei que deixar as pessoas entrarem na minha vida novamente.

Termino de dar os últimos retoques em meu visual. Quando chego à sala, Lisa está linda e muito bem vestida vindo me cumprimentar.

- Michael, você está incrível! - Lisa afirma com um sorriso deslumbrante tendo os lábios pintados de vermelho.

Sorrio, um dos raros sorrisos que tenho dado nos últimos tempos.

- E você Lisa, está completamente radiante. - Elogio me aproximando para abraçá-la. Ela repousa um tímido beijo em minha bochecha.

- Foi a ultima viagem que fiz, acredite. - Ela se senta em uma poltrona. Me sento em outra ao lado da dela. Lisa captura sua xícara de chá. Bebe um gole e volta a me fitar.

- Paris é incrível como sempre. Sempre volto de lá renovada, outra pessoa! - Cantarola - Minha pele sempre fica melhor quando vou pra lá. - Ela diz eufórica me arrancando risadas.

Conversamos por quase toda a tarde. Lisa contou das suas aventuras e conseguiu tirar boas gargalhadas de mim que sempre me divirto muito com suas histórias. Ela me faz bem. Me faz esquecer um pouco da dor do meu coração partido.

Depois desse dia, as visitas de Lisa começam a se tornar mais frequentes e nossa amizade começa a se fortalecer a cada encontro que temos.

Mas meu coração não irá se abrir para alguém tão cedo. Ainda estou muito machucado. Não consigo ver outra mulher ao meu lado que não seja minha doce garota, Molly.