Capítulo 26 - Sweet Dreams or a Beautiful Nightmare?

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Michael

- Você vai me amar pra sempre? - Molly pergunta inundando meus olhos com sua imensidão azul.

Eu me perco em seus olhos toda vez que ela me olha assim tão profundamente.

Acaricio sua mão e aproximo meus lábios da mesma, pressiono um beijo no dorso e olho de novo em direção a seu rosto.

- Vou. Vou te amar pra sempre Molly. - Digo com firmeza para que ela tenha certeza que o que digo é totalmente verdadeiro.

Seu sorriso de menina se alarga em sua face e ela aproxima os lábios dos meus. Acaricio seus cabelos macios e lisos enquanto nos beijamos calmamente.

O vento frio do início da noite sopra em nossa pele anunciando que o sol está prestes a se pôr.

Estamos debaixo de uma árvore, deitados em cima de um lençol de piquenique quadriculado vermelho.

Abro os olhos sorrindo após seu beijo doce. Mas quando olho para a pessoa a minha frente, não é Molly. Quem eu estava beijando era Lisa. Minha esposa.

Olho-a sem entender. Um vinco se forma em minha testa. Olho confuso para os lados procurando por Molly mas minha garota não está em lugar nenhum.

Lisa aproxima os lábios dos meus novamente e compartilhamos mais um beijo. Meus olhos estão abertos ainda procurando por Molly.

Uma lágrima se forma e rola por meu rosto quando percebo que não a acharei, nunca a acharei.

07:47

Acordo assustado. Minha respiração está falha e o suor escorre por meu rosto.

Mais um pesadelo. Passo as mãos por meu rosto suado e tento regular a respiração.

Há quatro anos desde que Molly foi embora, esses pesadelos me assombram.

Quando me casei com Lisa, pensei que fossem cessar. Mas nunca aconteceu. O fantasma do meu passado não me deixa em paz nem em sonhos.

O pior é que esses sonhos são absurdamente reais.


Esse de hoje por exemplo. Eu podia jurar que estava com Molly, eu senti seu toque, senti seus lábios nos meus, senti seus fios loiros quando meus dedos os tocaram. Ouvi claramente sua voz.

Ela está ainda tão viva dentro de mim que por mais que eu afirme pra mim mesmo que a enterrei no meu coração, não adianta. Sua presença é forte demais para que eu simplesmente finja que ela não existe. Ela existe sim, em algum lugar do Brasil mas eu nunca saberei onde.

Frank, o pai dela, continuou trabalhando no zoológico do rancho. Seu trabalho sempre foi perfeito mas desde que ele tirou Molly de perto de mim, as coisas entre nós nunca mais foram as mesmas.

Éramos próximos antes dele descobrir que eu era apaixonado por sua filha. Eu sempre o convidava para o café da tarde, passeávamos a cavalo pelo rancho, conversávamos sobre os animais.

Ele continua me deixando a par de tudo, mas nossas conversas são somente profissionais, nunca nos aprofundamos em qualquer outro assunto e quando eu tento, ele se esquivava dando qualquer desculpa para sair da minha presença. Ele se desvencilha do assunto e logo vamos cada um para um lado.

Por isso digo que nunca saberei o paradeiro de Molly. E não devo me importar também pois tudo que ela disse sentir por mim, não passou de mentiras.

Quando dois corações se pertencemOnde histórias criam vida. Descubra agora