Capítulo 86 - My Best Friend

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...
Molly
Centro Médico Mari'Angel
Santa Barbara
.......

O dia inteiro se resumiu a isso: - A enfermeira veio ao meu quarto e me cedou, quando acordei, já era noite. Fizeram os tais exames. Mais cedativos, dormi mais.

Terça
08:00

- Vejo que já está acordada – O mesmo médico que me atendeu o tempo todo, dá duas batidinhas na porta e logo após eu permitir sua entrada, ele abre a porta e já vai falando.

- Sim, dormi demais! Veio me dar alta? - Pergunto com uma pontadinha de agonia. Quero ir embora logo desse hospital. Não aguento mais ficar aqui sem ver ninguém o dia todo e sem nada para fazer.

- Está ansiosa para ir embora não é? - Ele pergunta com uma risadinha anotando algumas informações na prancheta que chegou segurando.

- Com certeza - Respondo - Mas eu quero saber de uma coisa. O meu bebê está bem não é doutor? Esse tiro que eu levei não o atingiu? - Questiono preocupada.

- Está tudo bem com ele. - Responde tirando a atenção dos papeis e olhando diretamente pra mim - Quando você chegou e retiramos a bala, fizemos exames de sangue que apontaram sua gravidez. Fizemos a ultrassonografia e ele está bem, está evoluindo. - Diz sorridente - Devo lhe informar que a senhorita está grávida de três semanas!

Respiro aliviada – Ah, obrigada doutor, era tudo o que eu queria saber. - O meu bebê está bem! Eu estava tão preocupada. Eu tinha receio de perguntar e ter notícias ruins.

- Já vieram buscá-la. - O doutor informa

- Michael está aí? - Meu sorriso se alarga. Meu amor veio me buscar. Finalmente poderei sair desse hospital e encontrá-lo.

- Não, seu pai - Ele fala

Estranhei... Meu pai?

- Vou deixa-lo entrar agora e após isso, já está liberada. - O doutor diz de forma cortês

- Obrigada por tudo doutor – Agradeço sorrindo para o médico.

- Não por isso. Venha dar início ao pré natal conosco senhorita Molly. Com licença mas agora tenho outros pacientes para atender! – Diz já deixando o quarto apressado.

Ah, ainda mais essa...
Meu pai entra no quarto com uma bolsa na mão. A minha bolsa. Devem ser minhas roupas. Nem acredito que vou sair daqui, finalmente!

- Bom dia papai. Pensei que Michael viria, está tudo bem? - Pergunto desconfiada

- Bom dia filha – Meu pai se aproxima de mim e me dá um beijo na testa – Eu pedi para Michael que eu viesse buscá-la. - Deixa a bolsa em um móvel ao lado da cama e se aproxima novamente se sentando ao meu lado.

- Ele como sempre preocupado com você, me mandou com alguns seguranças. - Sorri pra mim de uma forma que nunca o vi sorrir.

Isso tudo está muito estranho. Meu pai vindo me buscar e não Michael. Eles combinando tudo sem eu saber. Aí tem. Desde quando eles combinam as coisas? Agora estão todo amiguinhos. Não que eu não esteja gostando. Sempre quis muito que Michael e meu pai se dessem bem e parece que toda essa confusão me envolvendo, fez com que se aproximassem mais.

Fico feliz que se deem bem e respiro até mais aliviada. Sempre foi um grande desafio para mim e Michael que meu pai nos perdoasse e esquecesse de vez o que aconteceu quando eu e meu pai fomos morar em Neverland. E agora, ele nos ama e faz gosto de nós dois juntos.

- E por que essa decisão? O senhor tem alguma coisa para me falar? - O metralho com perguntas. Eu estou curiosa!

- Essa é minha filha! - Meu pai gargalha. - Esperta como sempre – Meu pai abre um sorriso me fazendo abrir um também.

– Tenho sim filha... - Ele se levanta, anda um pouco pelo quarto e para em minha frente de novo. Ele está usando as mesmas roupas de sempre. Calça jeans, camiseta para dentro da calça e cinto com uma fivela grande. Ele sempre gostou de se vestir como um cowboy. As roupas preferidas dele são roupas formais para sempre estar bem apresentável mas ele se sente mais a vontade se vestindo como um homem do campo.

Ele tem os cabelos loiros e os olhos azuis e ainda está bem inteiro para a idade dele. Não sei como papai não arrumou ninguém por todos esses anos. Ah! Mas sei que ele deve dar suas voltas por aí... Um homem como ele nunca fica sozinho. Sei que meu pai deve ter algumas mulheres no seu pé. Ele tem que sair mais. Passa o tempo todo no rancho. Será que já se envolveu com alguém de lá?! Vou ficar de olho nele quando voltarmos e ver se descubro algo.

- Eu andei pensando muito no que você me disse ontem. Sobre eu ter incentivado você a estudar e querer uma boa carreira pra você. Eu nunca dei minha opinião sobre isso, posso não demonstrar mas estou feliz por você. - Diz com sinceridade - Não vou mentir que eu queria sim que você tivesse tido uma vida maravilhosa mas você está tendo. Não como eu imaginava, mas eu confio na filha que eu criei, na mulher que você se tornou. Sei que vai fazer as melhores escolhas para sua vida. Quero que saiba que eu confio em você minha linda. - Diz calmamente.

Pisco algumas vezes sem acreditar no que estou ouvindo, engulo em seco e tento abrir um sorriso após essa surpresa. Eu jamais imaginaria que um dia meu pai me dissesse tudo isso. Como cresci com ele, sempre o vi como uma pessoa fechada e extremamente cuidadosa comigo e quando descobriu sobre mim e Michael, ele se fechou 10 vezes mais pra mim. Então pensei que jamais voltaríamos algum dia a ter o elo que sempre nos uniu quando éramos apenas nós dois.

- Vou sim papai. - Digo á ele que se aproxima - E eu vou ensinar tudo o que o senhor me ensinou para o meu filho. - Pego a mão do meu pai e repouso um beijo no dorso da mesma.

- Eu sinto saudades do senhor. Sinto saudade de quando era meu melhor amigo. - Sorrio em meio á uma lagrima que desce por meu rosto.

- Eu estou disposto a fazer o que for preciso para retomarmos aquela relação que nós tínhamos antes. E agora que você e Michael vão me dar um neto, quero que todos sejamos unidos, quero ser um pai, sogro e avô presente na vida de vocês e poder contribuir com tudo que for preciso.

Sorrio orgulhosa enquanto ele se aproxima para me dar um abraço. 

Após ficarmos um tempo ali conversando, decido ir me aprontar para deixar o hospital.

Essa foi uma das conversas que eu estava precisando ter com meu pai. Eu sei que ele deu sua benção a mim e Michael mas eu sentia que ele não estava totalmente convencido quanto a mim. Mas agora sim, eu sinto que meu pai está feliz por mim e por tudo o que está acontecendo na minha vida. E principalmente por ele estar falando em ser mais presente nas nossas vidas e também na vida do meu bebê que está à caminho.

A nossa saída do hospital foi tranquila. Saímos pela porta dos fundos como Michael orientou e o carro já nos aguardava. Entramos rapidamente. Alguns paparazzi ainda conseguiram nos ver mas não desconfiaram de nada, pois nos disfarçamos.

Durante todo o trajeto, eu e meu pai conversamos como nunca. Ele ria e me fazia rir das piadas. Ele realmente é um homem mudado depois do que aconteceu comigo. Ou será que está amando alguém e essa pessoa está o fazendo ser mais leve?! No meio da conversa tentei arrancar alguma informação mas ele não entrou em detalhes. Melhor assim por enquanto. Não quero que nada atrapalhe esse mar de paz que está entre nós agora.

Após algumas horas, chegamos em Neverland, na minha casa. Lar doce lar! Eu sinto mesmo que agora aqui é o meu lar, onde Michael e eu teremos a nossa família.

Quando dois corações se pertencemOnde histórias criam vida. Descubra agora