Any Gabrielly point of view
Acho que encontrei uma solução. Está três andares acima e ninguém fica vigiando a saída de incêndio.
Página 54 do diário de Joalin Loukamaa
Ir? Não posso ir. Fugir não vai ajudar em nada. Pode ficar ainda pior. Nosso pai está de volta, o perseguidor de Joalin, mais próximo que nunca. Lamar não está fazendo nada com o diário. Agora não é hora para viajar.
— Não posso ir, Ashley. Tenho aula.
— Bom, pode. — Ashley não quer olhar para mim, mas suas palavras marcham adiante numa linha perfeitamente sincronizada. — Eles vão entender, Any.Escreverei uma carta. Você pode deixar a lição para depois.
Que droga, ela está realmente falando sério.
— Não posso deixar a lição para depois — minto. — Tenho um trabalho para minha aula de computação. Estou num grupo. Eles estão contando comigo.
Os cantos da boca de Ashley vêm para baixo.
— Essa aula é tão puxada, Any, acho que deveríamos procurar alguma outra coisa. Talvez você precisasse diversificar um pouquinho. Faça uma aula de artes, ou talvez tente alguma vaga em algum time. Você seria uma animadora de torcida fantástica. Você é tão pequena que poderia ser uma das que são lançadas ao alto.
— Não gosto de animadoras de torcida. — E elas não gostam de mim.
— Você gosta de Sina. — Ela se aproxima e ajeita a barra da minha camiseta.
— E, talvez, se você apenas…
— Não! — explodi, com muito, mas muito mais raiva do que esperava. — Não, Ashley. Não sou um trabalhinho qualquer. As pessoas não podem ser consertadas.
Ela pisca.
— Mas você está quebrada?
Claro
— Claro que não.
— Claro que não — Ashley repete com gentileza. — Isso é ótimo. Fico feliz, embora não pense que as pessoas sejam capazes de chegar à vida adulta sem nenhum arranhão. — Ela me oferece um sorriso miúdo, tímido, completamente “não Ashley”.
De repente, ela não é a mulher que dirige uma corporação de 1 milhão de dólares, mas alguém que não reconheço.
— Faz sentido que você não esteja quebrada. Você é a pessoa mais forte que eu conheço. Nada a faz temer.
Você não tem ideia, senhora. Tenho sido bem, mas bem cuidadosa para que as coisas pareçam o que são. Deveria ser uma coisa legal. É uma coisa legal. Mas agora… agora eu quero me explicar. Já são muitas mentiras entre nós.
Olho para Ashley e me sinto a 10 mil milhas de distância.
— Não tenho escolha.
— Percebo. — A campainha do forno irrita, tocando como um intrépido alarme de incêndio, mas Ashley mal parece perceber.
— Quero que sejamos amigas, Any.Quero… quero que sejamos mais que amigas. Falei com a responsável pelo seu caso na assistência social para providenciar os papéis da adoção.
E assim, sinto-me como se tivesse sido lançada do terceiro andar.
— Você falou com ela sobre o quê?
— Papéis da adoção. Quero adotar vocês duas. Quero vocês. Nós queremos vocês.
Não se você realmente soubesse quem sou e o que tenho feito.
— Sempre quis ter filhos — Ashley continua, trêmula. — Mas eu não podia… tê-los. Por anos, não conseguia entender por que não tinha sorte, mas agora eu sei.Acho que estava esperando por vocês. Eram vocês duas o tempo todo, você e Sabina.
Os olhos de Ashley brilham.
— Sei que Ben queria estar aqui quando eu lhes dissesse, mas ele ainda está ajudando o diretor Matthews na escola, e eu queria que vocês soubessem, e agora veio essa foto horrível e nós precisamos ir.
Ir. Eu me obrigo a respirar. Voltamos ao ponto.
E talvez seja o ponto em que precisamos nos manter. Se elas ficarem em São Francisco, estarão mais seguras que se ficarem aqui. Preciso fazer com que Ashley leve Sabina.
— Sei que você ainda tem um pai, Any, mas Ben adoraria ser seu pai também.
Meu pai. Outra razão para que elas partam, e eu fique. Pois não há lugar para que eu possa fugir em que meu pai não me encontre. Ficar perto de Ashley só faz com que ele tenha mais alguém para machucar.
— Então, o que você acha? — Ashley pergunta, tranquila. — O que você tem a dizer?
— Sobre a adoção? Ou sobre a viagem? — Perguntas estúpidas, mas elas me fazem ganhar tempo, dão-me alguns segundos para sentir um pouco mais do prazer de ser querida.
Ashley faz um meneio com a cabeça.
— As duas coisas. Ou uma ou outra. Não, as duas. Quero sua opinião sobre as duas coisas.
Não importa a perspectiva, a resposta é uma só: não. Não, não posso viajar. Não, não posso envolvê-los. Não, isso não vai funcionar. Não, não, não.
Mas se eu disser sim, terei o que quero. Terei Ashley e Sabina.
Eu serei… eu serei uma covarde.— Vou pensar no assunto, Ashley.
Notas finais
🦋📌 Não se esqueçam de votar no capítulo e comentar o que estão achando!!!
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FanfictionConcluída ✓ +Beauany| Ele disse que se,eu contasse a qualquer um ele me mataria. Acredito nele... Any Gabrielly orfã de mãe, e filha de um violento criminoso, a garota só confia em seu aguçado instinto de sobrevivência quando se trata de cuidar de s...