C̶A̶P̶I̶T̶U̶L̶O̶ 18

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Depois que fizemos, eu corri

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Depois que fizemos, eu corri. Corri, corri, corri. Devo ter me afastado uns cinco quilômetros, mas não importava. Todo aquele espaço, e eu ainda soluçava sob um céu que tinha a mesma cor de seus olhos.

Página 33 do diário de Joalin Loukamaa


Joe vive no extremo oeste, num subdistrito chamado Wynnmeade, e até aquele cerco matinal, quando os policiais vieram em busca do meu pai e encontraram a mim e Sabina em seu lugar, nós moramos lá.

É um lugar engraçado. Dirija cinco minutos para dentro da cidade e você verá casas de milhões de dólares.

Aqui você encontra famílias latinas de nove, dez membros, todos vivendo numa mesma casa. Você também pode comprar metanfetamina de alguns dos vendedores ligados ao meu pai. Enquanto as outras crianças iam para a colônia de férias, eu aprendia a codificar.

Enquanto os outros pais ensinavam suas filhas a jogar futebol, o meu me ensinava a fraudar. Acho que o jornal uma vez chamou o bairro de “praga”, mas Sabina e eu sempre achamos que fosse o nosso lar

Estou quase na varanda da frente quando a porta se abre. Joe, o melhor amigo do meu pai e meu “mentor”, caminha tranquilo pelas tábuas empenadas.

A madeira range sob seus pés. Imenso por definição, Joe deve ter engordado mais uns trinta quilos desde que o vi pela última vez.

Parece uma baleia orca enfiada em roupas de ser humano.

— Ora, ora, se não é Any Gabrielly em carne e osso.

— Sem teatro, Joe. — Fico ao pé da escada e o encaro com postura decidida, embora esteja certa de que mais pareço ter sido arrastada pela estrada.

Uma caminhada de oito quilômetros descendo trilhas de bicicleta sob uma temperatura de trinta graus não faz muito bem à aparência, mas poupa explicações caso lhe perguntem se você precisa ou não do seu pai adotivo para uma carona.

— O que você quer?

— Queria saber se você viria quando fosse chamada.

Não disse nada, principalmente porque não havia o que dizer. Odeio a ideia de ele poder dispor de mim dessa forma, e ele sabe disso.

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