C̶A̶P̶I̶T̶U̶L̶O̶ 16

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Mesmo quando ele não está lá, sinto como se estivesse

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Mesmo quando ele não está lá, sinto como se estivesse.

Página 19 do diário de Joalin Loukamaa


— Então, nós conversamos por mais ou menos meia hora — Ashley continua, interrompendo-se apenas para examinar o molho de macarrão.

— O estranho é que nunca a vi nas reuniões de pais e mestres

Deus do céu, eles estão próximos o suficiente para alcançá-la.

Ashley poderia ter sido ferida.

Facilmente. Esse pensamento me dá náuseas.

— Sabina? — Ashley percebe que minha irmã também dispensou a comida.

— Vocês não estão com fome? Vocês não gostaram?

— Não, só não estou tão faminta quanto pensei que estivesse. — O tom de Sabina é apropriadamente impessoal, mas seu rosto está amarrado, como se estivesse prestes a chorar. Sua mentira poderia ter sido mais bem trabalhada.

— Você se importa se eu comer lá em cima, Ashley? — Eu me levanto com o macarrão, sabendo que estou infringindo limites, mas certa de que vou conseguir.

Embora Ashley não queira que comamos como ciganas, a dra. Norcut lhe disse que Sabina e eu podemos ter “problemas com comida” depois de tudo que aconteceu, então ela deve ser delicada se tivermos dificuldade para comer à mesa

Como era de se esperar, a pele ao redor dos olhos de Ashley se enruga de desapontamento, mas ela consente.

— O.k. Só coloquem os pratos depois na cozinha.

Vamos direto para o meu quarto, onde deixo os dois pratos na mesa do computador e Sabina fecha a porta. Por um instante, não dizemos nada uma à outra.

— Você vai? — Sabina pergunta por fim.

— Claro que não.

— Mas e se ele ficar bravo?

Sim, e se ele ficar? Balanço a cabeça; ajo como se não fosse grande coisa, como se não temesse a presença dele a cada sombra.

— E daí? Ele não pode mexer conosco, Bina. Não se preocupe com isso.

Sabina faz uma careta, como se eu tivesse dito que o céu é verde.

— Mas… nós precisamos ir. Papai disse.

Tento aproximar o prato de Sabina de suas mãos inertes. Ela precisa comer.

— Não precisamos fazer o que ele quer que a gente faça.

— Ele sabe disso?

Concentro-me em ligar o computador, mas ainda escuto todas as questões que Sabina não quer perguntar, como: Quem você pensa que é? Ou, você não lembra o que o papai era? Ou, a pior: e se ele vier atrás da gente?

Tenebrosa, essa última.

Hoje em dia a gente tem muito a perder. Talvez eu precise ir. Se Joe sabe quem é Ashley, ele certamente sabe onde moramos.

E se ele vier aqui à procura da gente… agarro os braços da cadeira.

Não, isso não pode acontecer. Ele não pode vir aqui. Não podemos nos arriscar a ver Ashley desesperada. Sermos chutadas de volta à assistência social seria um desastre.

Estamos melhor com Ashley e Ben. Sabina está mais a salvo com Ashley e Ben

O que significa que preciso ir.

Não consigo pensar nisso agora. Se pensar, minha cabeça vai explodir, então me concentrarei em Sofya e Sabina e em como vou proteger minha irmã, pois no fundo, estou certa de que essa é a melhor chance que ela tem.

Veja só, adultos estragam as coisas mesmo quando tentam consertá-las.

Não, olhe só. Eles estragam as coisas especialmente quando tentam consertá-las.

Quero dizer, pense sobre como eles tentaram nos salvar do nosso pai, como eles tentaram ajudar a nossa mãe. Fracassos por todos os lados.

De certa forma, penso eu, não foi culpa deles. Eles estão cerceados por leis.

Mas eu não estou.

Posso fazer minhas próprias regras. On-line, estou no comando. Controlo o mundo. Posso encontrar esse sujeito.

Passo rapidamente os olhos por Sabina, que está lendo no chão do meu quarto.

Ela me traiu, mas ela fez isso para salvar outra pessoa. Minha irmã talvez não aprove o que faço, mas ela crê que posso ajudar. Não estou certa de como me sinto em relação a essa confiança.

— Você contou a Sofya Loukamaa sobre mim.

Os olhos de Sabina se erguem.

— Sim.

— Devia ser um segredo,Bina. E quanto àquela parte de “não conte às pessoas”?Você não tinha entendido?

— Queria que você tivesse a oportunidade de fazer algo de bom pela primeira vez.

Pela primeira vez? Pela primeira vez!

— Eu ajudo as pessoas.

— Sim, mas quantas vezes elas realmente precisaram? Joalin tinha um namorado que a fazia sofrer.

— Namorado? Ela alguma vez te disse o nome dele?

— Não, mas você devia encontrá-lo para que ele saiba o que fez.

Sabina põe uma mecha de cabelo preto atrás da orelha. É um pequeno gesto, mas ela parece tão… frágil.

Será porque ela sempre foi?

Ou porque agora sei o que está acontecendo?

De todo modo, isso não muda o que tenho de fazer. Pego as páginas do diário, forço-me a lê-las e… é inútil. Nada mais que emoções lançadas à página.

Não quero ler as impressões de Joalin sobre ele. Quero saber como eles interagiam. Preciso de evidências.

Há um jeito. Levo minha cadeira para perto da mesa, ligo o computador e começo a hackear a conta de e-mail de Joalin Loukamaa.

 Levo minha cadeira para perto da mesa, ligo o computador e começo a hackear a conta de e-mail de Joalin Loukamaa

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Continua....
Deixem a estrelinha e até mais

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