Poços

49 5 0
                                    

Força.
Ela queria saber o segredo para tê-la.
Precisava ouvir um conselho que, ao contrário dos outros, não fosse vazio.
Queria, precisava, de alguém que falasse com ela; para ela.
Sua fraqueza não era sua, era do mundo.
Sua mente era forte, mas uma pressão esmagadora a fazia ser fraca.
Sentir medo não era agradável, se esconder tampouco.
O vento era livre, forte.
Deveria ser o vento?
A neve era delicada, mas fazia o mundo se encolher.
Deveria ser a neve?
O fogo era destrutivo, mas sustentava a vida.
Seria o fogo, então?
Por ora, ao menos.
Seria ela.
Sua própria presença.
Se aprofundaria em si.
Não em outros.
Não em vazios.
Em razos.
Seu poço era profundo.
Sua consciência parecia ser escura.
Mas.
Ela sabia.
Não era um eterno desespero.
Uma eterna exaustão.
Ela, sua mente, era um poço profundo.
Mas não sem fundo.

Estephany C.S.A

Poesia Aos VentosOnde histórias criam vida. Descubra agora