Passado presente

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Sua ausência é a minha ruína e a minha ausência é a sua.
Somos ligados.
Por quê? Pelo quê? Para quê?
Te vejo ao longe, um aceno é o suficiente, meu coração dispara mais que em uma corrida.
O que há de errado comigo? Há algo que roubou de mim?
Se houver.
Devolva.
Não quero sentir isso, não quero pensar sobre isso, não quero fazer parte disso.
Por favor, por favor, se afaste.
De mim, de tudo.
Eu estou ligada a você, ligada de maneiras que nem eu sabia que existiam, e quero que isso acabe.
Você seguiu em frente, tem a sua vida, por que eu não poso ter a minha?
Por que ainda me desestabilizo ao encarar seus olhos?
O que tivemos foi algo, sei que foi, mas deveria ter ficado no passado. Uma memória agridoce de tempos tranquilos e calmos.
Tire isso de mim, eu imploro.
Saia da minha mente, do meu peito, da minha respiração.
Sou capaz de viver sem você, por favor, não me faça me convencer do contrário.
Você sente o mesmo?
Se desestabiliza com a mesma facilidade?
Sente esse tremor profundo ao me encarar?
Por que sorri para mim? O que se passa em sua mente?
Não vê que é errado, tudo o que está acontecendo, que simplesmente não deveria acontecer?
Por que não foge? Por que não desaparece?
Eu tentei fugir, tentei desaparecer.
Não funcionou.
Prometa que tentará por mim. Prometa.
E, se não conseguir, se afaste o quanto puder.
Sua proximidade machuca.
Machuca meu peito, porque nunca parece ser o bastante, porque eu quero mais.
Mas temo.

Estephany C.S.A

Poesia Aos VentosOnde histórias criam vida. Descubra agora