Quietude

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Sob as estrelas, sob um céu ora limpo ora nublado, ela deixava seus olhos inquietos vagarem.
As mãos pousadas no colo, os pés tentando encontrar uma posição confortável, o corpo sentado aguardando algo.
O dia não seguiu como gostaria que seguisse, e tudo bem, fazia parte de se viver. Ela supunha.
Eram os últimos minutos daquele dia, não deveria estar ali, do lado de fora, acordada e longe da cama. Mas precisava.
Seu coração, geralmente mantido sob controle, arriscava tudo ao implodir sem aviso prévio.
Então o pânico vinha, sem freios ou reais motivos.
O que a perturbava, realmente, era não saber se estava daquela maneira porque sentia muito ou porque por muito tempo não sentiu nada.
Amanhã seria um novo dia, isso a consolava.
Tirando uma mecha do rosto respirou fundo, encarou uma última vez o céu estrelado, a Lua crescente, desejando ver uma parte sua que ainda fosse inocente.
Fechando os olhos e sentindo a brisa noturna em seu rosto, em todo o seu corpo, ela agradeceu por aquele breve momento de quietude.
Olhou o relógio.
O amanhã já havia chegado.
Os minutos de solitude apaziguadora estavam contados.
E, no entanto, muito bem aproveitados.
Finalmente poderia dormir de bom grado.

Estephany C.SA

Poesia Aos VentosOnde histórias criam vida. Descubra agora