The Fairy

05

Eu gostei dela, a loira tem uma aura forte e guerreira, também é bela como uma fada, após me dar água ela faz milhares de perguntas até se certificar que eu estou bem.

- Vou preparar um quarto para você, amanhã iremos fazer compras - ela diz animada já saindo da cozinha.

Olho para o híbrido, ele me irrita.

É bonito demais, tem um sotaque lindo demais, para ser um completo idiota, egocêntrico, babaca e doido.

- Você parece querer me assassinar - ele comenta.

- Durma com o olho aberto - digo.

Ele ri e me afasto subindo indo atrás da loira. Chegando lá encontro também o original de terno que sorri para mim antes de me cumprimentar.

- Olá, Elora - ele cumprimenta sorrindo.

- Oi original - falo me direcionando ao banheiro. Quando saiu do mesmo encontro a loira, sozinha ajeitando umas coisas em meu armário.

- Amanhã iremos fazer compras, mas eu deixei algumas coisas aí para você - ela fala sorrindo e logo sai do quarto quando eu aceno em concordância.

Minha vida deveria ficar melhor, a cada passo que eu dou parece tudo desanda mais um pouco, desde que nasci. Até neste mundo diferente as coisas tendem acontecer comigo, porque eu não poderia apenas ser normal , com uma vida normal.

Onde não estou ligada a ninguém, onde não fui abandonada e expulsa por meu próprio povo, onde o universo não me odeia.

Άγια μητέρα τι έκανα που ήταν τόσο σοβαρό εναντίον σου;

* Santa mãe, o que eu fiz de tão grave contra ti?

Deito na cama me acostumando com isso, é bem confortável até mais é estranho, coloco a mão em meu ventre sentindo a magia ali, quando percebi estou sorrindo.

- Você está sorrindo - ele fala da porta me assusto mas evito que emoções cheguem ao meu rosto - Como está se sentindo?

- Sobre estar grávida sem ter tido relações? Ou sobre a quantidade de pessoas que me querem morta? Ou melhor sobre o laço com a bruxa? Melhor ainda sobre ser companheira do híbrido? - falo com ironia e ele ri.

- Sobre ser mãe - ele fala - Como está se sentindo sobre ser mãe?

- Eu não sei, não tenho uma referência sobre isso, minha mãe morreu no meu nascimento - falo simples.

- Sinto muito - ele diz.

- Eu também, mas fazem 600 anos.

- Você será uma boa mãe.

- Como sabe?

- Eu só sei, quando pegá-la no colo não vai conseguir dar menos que o seu melhor. E você se importa, posso ver em seus olhos e sorriso.

- Você por acaso já foi mãe? - ele gargalha ainda apoiado na porta.

- Eu apenas sei - ele fala sorrindo.

- Obrigada, original.

- Como sabe quem sou?

- Vi em sua mente, pode ser invasão mas no momento eu precisava de alguma vantagem. Mas ainda tem muita coisa desconexa que vou perguntar depois.

- Como pode entrar em minha mente?

- Quer saber o que eu sou Mikaelson? Sinto muito, não vou falar sobre isso.

Ele assentiu se despedindo e saiu fechando a porta e me deixando de volta aos meus pensamentos.

(...)

Eu estava passando fome, nunca na vida eu senti tanta fome assim, desci as escadas com pressa indo logo para a cozinha que estava vazia, abri todos os armários e não encontrei nada, na geladeira só tinha leite, e sangue.

Como eles esperam que eu sobreviva?

Subi novamente correndo, coloquei uma calça, uma blusa e jaqueta preta, coloquei um coturno preto, e desci as escadas novamente logo saindo da casa, isso é claro até perceber que estávamos no meio do nada, e uma mão meu pulso me impedir. 

- Aonde pensa que vai?

Viu desperdício de beleza, em um idiota.

- τρώω - falei simples.

*comer

- Tem noção que não entendi o que você falou? - ele diz cínico com um sorriso de lado. 

Evito bater com a mão na minha testa, estou mais distraída hoje, e estou com fome, não se deixa uma fada com fome, muito menos uma fada grávida, nós tendemos a ficar mais agressivas. 

- Eu estou indo comer - falei com a voz calma e mesmo assim expressando minha raiva. 

- Não, fique aqui, eu trago a comida.

- Eu por acaso estou em cárcere privado? 

- É uma forma de interpretar, mas tenho inimigos demais nesta cidade, você não sai desta casa.

Tenho plena consciência de que ele está tentando me proteger, e que o lobo dentro dele o agita para isso, e é apenas por este motivo que eu ainda não o fiz gritar de dor. 

- Olha eu passei a minha vida toda presa em uma cela, você não vai fazer isso comigo, e aconselho a utilizar melhor o seu tom de voz, não me dou bem com o imperativo. 

Ele me encara agora com os olhos nublados, respirando em busca da paciência. 

- Seria bom você anotar isso em um caderno para nunca esquecer, e é claro acrescentar que não se deve me deixar com fome, e muito menos discutir comigo quando estou com fome - falo sarcástica.

- Agora me leve até a cidade, e alguém vai ter que me ensinar a dirigir - falo simples e estendo minha mão para ele. 

Após respirar fundo, sinto apenas o vento e as coisas passarem como sombras, antes de surgimos na frente de uma cafeteria. 

- Ser vista com você não está nos meus planos, pode ir embora, não há ninguém nesta cidade que poderia realmente me enfrentar - falo e não dou espaço para que ele me responda quando entro na loja.