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Kol colocou uma música estranha para tocar no carro, mas eu não reclamei qualquer coisa que dispensasse minha mente daquela sensação em meu peito era bem-vinda, o som parecia metálico mas bem calmo e constante, embalava num ritmo animado. 

- Por que você está sorrindo como idiota? - a gentileza e educação dele me encanta. 

- Não existem essas músicas no meu mundo - digo abrindo os olhos. 

- Veio mesmo de outro mundo?

- Não existem fadas aqui, poucas bruxas tem conhecimento sobre nós, e aquelas que tem nos chamam de mundo dos Pequenos Seres - ele me olhou confuso - Nosso tamanho lá é menor, vivemos em árvores. 

- Vocês são nanicos e vivem em árvores? - ele perguntou rindo. 

- Não seja idiota, lá é lindo, tudo é repleto de magia até nos pequenos detalhes, a harmonia é supostamente perfeita para quem não conhece a parte de baixo, mas é de uma beleza sobrenatural. 

- Por que está aqui fadinha? - olho para ele com a testa franzida - Klaus não quis contar.

- Eu fui banida.

- Abra um portal e nós manteremos todos eles por você.

- Esse é seu jeito de dizer que gostou de mim?

- Não seja tão emocionada, é meu jeito de dizer que não irei matá-la para saber como é o gosto do sangue de uma fada. 

- Te torturaria, e me torturaria. 

- Como assim?

- Híbridos sobrevivem ao meu sangue eu testei, mas você seria torturado por ele como uma mordida de Klaus por exemplo, e se seu veneno entrar em contato com meu sangue eu também serei torturada, fadas e elfos são completamente leais, isso seria considerado uma traição ao meu companheiro. 

- E se Klaus te morder?

- Ah depender da situação eu o mato, mas a mordida pode até ser prazerosa - respondi. 

Ele virou a cabeça para mim em uma expressão de nojo, então aumentou o volume da música enquanto eu ria. 

- O que quer aqui? - ele me perguntou quando começamos a andar pela floresta.

- Preciso me conectar com a natureza e aqui é o melhor lugar. Quando eu começar e você vai entender quando vir, nada pode me interromper, nem Klaus.

- Ah, então eu sou babá também?

- Você já pode começar a treinar - ele desceu o olhar para meu ventre que já tinha um certo volume e fez uma careta. 

- Se deixar seu filho comigo então vou pessoalmente te colocar em um hospício.

- É filha.

- Como sabe?

- Apenas sei - respondo - E o que é um hospício?

- Um centro psiquiátrico, na minha opinião todos nós deveríamos estar internados lá e tenho certeza que Finn concordaria, é um lugar para loucos em resumo distorcido. 

- Todos nós somos um pouco loucos. 

- Multiplicado esse um pouco por mil, talvez cheguemos na loucura que cerca a família Mikaelson. 

Antes que eu pudesse comentar algo, dois lobos apareceram em nossa frente rosnando para o original, que por sua vez deu um sorriso animado e levantou as mangas de sua camisa. 

Antes que Kol corresse em direção aos lobos segurei seu pulso, ele me olhou indignado antes de bufar descontente.

- Eles rosnaram para mim - ele afirmou - Muitos já morreram por menos - ele disse convicto dando apenas um olhar de lado para os lobos.

Reconheci Luke e dei a ele meu melhor sorriso inocente, o lobo revirou os olhos e balançou a cabeça em um clara dramatização antes de indicar que poderíamos seguir em frente. 

- Não seja idiota! - reclamei com Kol que passou pelos lobos sorrindo desafiador e os provocando. 

Caminhamos pela floresta até a clareira, onde diversos lobos passeavam tando em quatro patas, quanto em duas pernas, me dirigi até a cabana que eu sabia que era de Hayley, e Kol atrás de mim não disfarçava a cara de nojo por está ali. 

- Quem é vivo sempre aparece, né? - Hayley falou assim que eles entraram na casa. 

- Essa piada é mais velha que eu - Kol disse com desdém - Direto ao assunto acho que estou ficando infectado. 

Hayley revirou os olhos decidindo ignorar mas eu pude segurar a risada. 

- O que deseja rainha? - ela perguntou sorrindo e me servindo suco de maracujá. 

- Rainha?!

- O hibrido se intitula rei, você não seria a rainha? - ela pareceu se divertir ao me ver ficar perdida em meu próprio drama de relacionamento esquisito. 

- Ah, cale-se! - resmunguei fazendo os dois rirem - Você tem um lugar para... meditação? - perguntei incerta. 

- Por incrível que pareça sim, quer se conectar ?

- Como sabe?

- No passado, bruxas vinham aqui para se conectar com a natureza, outras com os ancestrais fortalecendo a magia. 

- Eu não preciso de ancestrais e os detesto...

- Todos detestam - Kol interrompe. 

- Mas preciso me conectar com a natureza ou vou enlouquecer, estou aqui a pouco tempo e já quase morri muito mais vezes que nos meus 599 anos passados, e eu sou prisioneira desde os 6 - exclamo irritada - Preciso saber o que a natureza tem para me dizer - completo. 

- Vamos, um dia me contará sua história fadinha.

- Como sabe?

- Estava espiando pela sua janela - ela respondeu simples. 





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