Verdades sujas

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"meu coração, ele se parte a cada passo que dou. Mas estou te esperando nos portões, eles me dirão que você é meu"

...

Eu ainda mantia aquela cartas em mãos. Meus dedos tremiam e meus pensamentos estavam corrompidos o bastante para pensar em algo concreto. Me perdi no tempo, quando me dei conta já estava de tarde

Fui até meu armário tirando de lá algumas peças de roupas, pois já tinha decido, iria sair dali, deixando Jean em paz em sua própria casa.

Abri algumas gavetas, não tinha muitos objetos para pegar. Avistei o amuleto que Reiner me deu antes de vir, ainda me lembrava do seu sorriso quando o tomei em mãos..

Cogitei coloca-lo na mala, mas não fiz. O arremecei contra a parede e assisti o mesmo se destruir, e logo voltei minha atenção as roupas. Peguei meus pertences, e também guardei aquela carta no fundo da mala.

Assim que terminei de arrumar, fui até o banheiro, tirei minhas roupas e liguei o chuveiro. Enquanto tomava aquele banho, pensei pra onde iria, afinal eu nem mesmo via a possibilidade de sair dali. Quando eu fechava meus olhos, só via o fim. Terminei meu banho e me sequei, vesti uma blusa de mangas longas preta, e uma calça da mesma cor, calcei um coturno e sai do quarto.

Chegando na sala, ninguém estava ali para uma despedida dramática, agradeci mentalmente, abri a porta e saí sem olhar para trás.

...

S/n: Como assim não tem nenhum quarto disponível? Ninguém parece alugar quartos aqui. -falei olhando para o rosto da recepcionista, que nem me deu atenção.

Recepcionista: Bom, não é como se tivéssemos dez quartos ou mais para alugar.. mas enfim. Nao estão disponíveis. -deu um trago em seu cigarro.

Olhei em volta, nem havia percebido como aquele lugar era horrível. As paredes eram amareladas e com algumas manchas estranhas, pareciam não serem lavadas há meses. Do lado do balcão, tinha algumas plantas quase mortas implorando por água, as escadas que subiam para os quartos, era de uma madeira escura e, para finalizar, aquela mulher não parecia ser das mais simpáticas.

S/n: Olha, a senhora não está entendendo.. -tornei a falar. - Eu preciso de um quarto pra essa noite, não tenho onde ficar. Posso pagar o dobro.

Recepcionista: E o que eu tenho com isso? Cai fora daqui, não temos mais quartos.

Peguei minha mala que estava no chão e saí dali, agora não sabia onde procurar, não tinha muitos lugares de hospedagem ali.

As nuvens estavam escuras, mostrando a chuva que estava por vir. Andei mais um pouco, parecia estar andando em círculos. Poderia parecer apenas um drama qualquer, mas eu sentia que estava sendo observada, a cada olhar, cada passo próximo ao meu, me vinha em mente que era a pessoa que escreveu aquelas palavras. Eu não podia continuar com isso, eu nem mesma sabia como continur.

Enquanto estava entretida no nada, percebi algumas pessoas correndo, se escondendo da chuva. Era apenas isso que me faltava, o sol já estava se pondo, logo viria o frio. Sorri ao ter um breve choque de realidade, já sabia pra onde ir.

Andei mais algumas ruas tomando toda aquela chuva, cheguei em frente a uma casa alta com uma enorme porta de madeira. Me aproximei e bati na porta mais vezes do que podia contar, torcendo pra ele estar ali.Quando pensei que ninguém iria atender, me virei de costas, mas escutei a porta se abrindo.

A Missão +18 - Levi Ackerman - Jean KirsteinOnde histórias criam vida. Descubra agora