A Missão +18 - Levi Ackerman - Jean Kirstein

Aliados

Na noite anterior Levi cuidou de minhas feridas com o maior cuidado e amor que ja havia recebido. Me perguntei o que estava em sua mente quando nos deitamos para dormir.

Agora andavamos pelas ruas indo até a sala de reuniões onde Levi se reunia com seus companheiros. Ele estava sério ao meu lado, vestia suas roupas da tropa de exploração, mas estava sem seu equipamento de manobra. Eu estava com uma calça preta e uma blusa de lã dá mesma cor acompanhada de botas escuras.

O dia parecia triste e vazio, o futuro parecia incerto e terrível. Mas seguíamos juntos, caminhando para a incerta e vasta realidade.

Levi: Eu confio em você, mas espero que saiba o quê está fazendo.

Fechei meu punho, senti minhas unhas irritando minha pele.

S/n: Eu não posso morrer sem sentir que fiz algo certo em toda minha vida. Eu não posso simplesmente deixar o homem que me apaixonei nas mãos por algo que também é minha culpa. Preciso ajudar.

Levi respirou fundo.

Levi: Vão querer matá-la.

S/n: E você deixaria?

Levi: É claro que não, nunca.

Pensei em como ali havia tornado minha família, em como eu tinha me aproximado de todos e criado laços com aqueles que eram para ser meus inimigos.

S/n: Vou prepará-los para o ataque de Marley, vou ajudá-los a vencer.

Percebi que chegamos, paramos em frente a casa de três andares e entramos para meu plano.

...

A porta da sala se abriu, Levi foi o primeiro a entrar e fui atrás. Ele garantiu que chamaria apenas pessoas de sua confiança.

Hange ocupava um lugar na ponta da mesa, Armin estava ao lado esquerdo, depois mais três homens que eu não conhecia mas que parecia ser do concelho de inteligência.

Levi se sentou na outra ponta da mesa, me sentei ao seu lado.

S/n: Apenas eles?

Levi assentiu.

Levi: Por enquanto acho melhor apenas eles.

Hange: Levi nos convocou dizendo que você queria ter uma conversa. - Aquela feição de alegria que eu conhecia havia sumido.

Olhei para todos.

S/n: O que eu tenho para falar é sério, não espero que entendam meu lado, mas entendam o que quero fazer. - Eles continuvam me olhando atentos. - A guerra está se aproximando, vocês sabem que há inimigos que se aproxima.

Um dos homens balançou a cabeça, em negação.

- Capitão, com todo respeito mas... o senhor não poderia contar nossos problemas de estado.

Levi fez uma expressão de raiva e o impedi de responder.

S/n: Eu sei quando virão, eu sei como vão atacar, eu sei quais são suas armas e sei quem irá participar.

Armin: E.. e como você sabe disso, s/n?

Suspirei, juntando coragem para me confessar assim como tinha me  confessado para aquele que eu amo.

Levi me olhou com calma e sorriu, um sorriso disfarçado. Ele colocou uma mão em cima da minha como se tivesse me passando força e coragem.

S/n: Sei disso porque eu sou de Marley.

Hange ficou sem reação, os três homens levaram a mão na cintura tirando uma faca e se levantaram da cadeira.

- Mas que porra você ta falando, sua demonia desgraçada. Como alguém de Marlery entrou em nossas terras e não percebemos.

Levi agora quem se levantou da cadeira.

Levi: Sentem-se. Não me façam arrepender de tê-los chamado.

- Mas capitão. - disse o outro. - Nós todos sabemos o que eles fizeram no passado. Se infiltraram em nossas terras e mataram nossa gente.

Deslizei meu dedo sob a madeira da mesa. Olhei para Armin, ele me olhava como se não estivesse acreditando. Mas, ainda sim, havia calma em seu olhar.

- Devemos matá-la.

Levi: Se encostar um dedo nela, considere-se morto. Isso é uma ordem, sentem-se ou então vou acalmá-los de uma forma nada agradável.

Os três se olharam e por fim voltaram aos seus lugares.

Hange: Explique-se. -Disse apenas, nem uma reação a mais.

S/n: É o que eu quero; me explicar... Peço que me escutem. Fui enviada para cá, eu iria ser uma espiã e voltar com seus segredos de estado e informações sobre várias áreas de segurança. Queriam que eu matasse seus soldados e principalmente, matasse Eren Yeager.
Mas então, eu desisti de tudo.

Armin: E porque desistiu?

Olhei para Levi, ele estava atento as minhas palavras, a cada uma delas.

S/n: Em anos de minha vida sempre fui uma arma de guerra. Sempre acredirei... sempre acreditamos que aqui, nessa ilha, estavam os culpados de tudo. Sempre acreditei que vocês eram os culpados de tanto que nem percebi como eu estava me matando mais e mais.

Dei uma pausa entre minhas falas. Suspirei e tornei a falar;

S/n: Eu herdei o titã Martelo, participei de guerras, vi minha irmã morrer e quando me restava apenas um ano, quiseram aproveitar da minha utilidade até fim. Me sinto uma patética só de pensar que desperdicei treze anos da minha vida lutando por algo que acreditava ser certo. Eu não quero. Não mais.

Hange abriu os olhos e se ajeitou na cadeira.

Hange: Então, você... tem um titã

S/n: Que pode ser útil a vocês nessa guerra. Soube que Armin tem o titã colossal e Eren o titã de Ataque e o titã Fundador. O quão forte ele seria com o titã martelo?

Armin: Mas.. você morreria.

S/n: Só me resta dois meses, ou eu escolho morrer fazendo uma escolha em toda a minha vida, ou minha hora chega e eu não faria minha última vontade.

Todos ficaram em um silêncio doloroso, ate mesmo Levi. Os três homens pareciam estar pensando em cada palavra minha e odiando ter que concordar, mas eu me abri para eles, abri a verdade e evitei esconder tudo, exceto que havia matato um dos seus.

Hange: Conte-nos todo plano, e vamos trabalhar juntos nisso.

Armin: Você não pegou informação alguma para nos entregar, isso já é.. válido. Podemos aceitar sua ajuda na guerra.

Levi olhou para os outros homens que ainda estavam quietos.

- Obedecemos suas ordens, capitão.

Levi se levantou foi ate um armário, tirou de lá um caderno enorme escuro e o colocou sob a mesa.

Levi: Bem, vamos estudar Marley.

Tirei uma mecha de cabelo que caiu sob meu rosto e me levantei para que assim, ficasse melhor minha explicação.

S/n: Querem começar por qual parte.. titãs? armamento? talvez.. os dirigíveis?

Hange: Dirigíveis? O que seria isso.

Talvez eles não estivessem mesmo preparados para a guerra.

S/n: Vamos ter um longo trabalho pela frente.