Ataque pt2

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Apertei o arco em minhas mãos conforme recuava meus passos. Alcancei outra flecha fixando meus olhos em sua direção. Adam sorria, um sorriso amedrontador e se aproximava aos poucos.

Perguntei a mim mesma várias vezes no que havia errado, e em como ele havia descoberto que eu vinha de Marley. Recusei acreditar que havia falhado. Recusei.

S/n: Como.. como você descobriu?

Ele não respondeu apenas tirou uma espada de sua cintura.

S/n: Era você todo esse tempo, porquê não me entregou? - minhas mãos tremiam, meu medo se revelando.

Adam: Ah, te entregar. Avisá-los que uma cadela de Marley estava aqui e deixar que tenha a chance de escapar com vida? Vim te matar para entregá-la sem a cabeça e assim finalmente ter reconhecimento no meio daqueles imbecis, seirei o próximo capitão

Sorri com escárnio, mesmo que meu corpo gritasse para rendição.

S/n: Pode tentar a sorte em tomar o lugar de Levi...Mas antes de você morrer poderia me contar como me descobriu.

Ele riu e se aproximou. A chuva caía e seu som era alto, tão alto que mesmo que eu gritasse ninguém me escutaria.

Adam: Rhya, a garota que você matou naquela floresta ela ja desconfiava de você. Ela armou um plano e eu achei que ela estivesse ficando maluca mas então a escutei.

Minhas pernas traidoras estavam querendo falhar.

Adam: ...ela me disse que iria tirar isso a prova, que iria te provocar e fazer com que sua máscara caísse. Me disse que se ela voltasse viva daquela floresta ao seu lado, ela estaria totalmente errada, no entanto... se ela não voltasse, era para eu ter certeza de que você era uma traidora em massa.

Apertei mais o arco. A cada palavra eu me desesperava um pouco mais.

Adam: ...e adivinha? Ela não voltou, e então vi que Rhya estava certa. Ela ligou os pontos e me contou sobre o massacre em sua aldeia. Ela escreveu tudo nessa carta. - Ele balançou a mão em que a segurava. - Vim deixá-la para Levi.

S/n: Você não sabe dos meus princípios.

Ele riu.

Adam: E nunca vou saber, porque eu vou arrancar a sua cabeça. Eu vou arrancar a sua cabeça e cortar o seu corpo, vou levar o seu crânio como prêmio.

Ele colocou a carta no bolso esquerdo e correu em minha direção. Ele tinha espada, e eu arco e flecha, eu poderia acerta-lo e acabar com sua tentativa.

Fiz movimento para soltar a flecha, mas meu corpo me traiu, assim como traí aqueles que confiaram em mim. Não consegui acertar a flecha, e ela foi em direção errada. Corri para a porta, abri em desespero e saí.

Saí para a chuva intensa, molhei minhas botas que sujaram na grama do jardim de Levi. Meu olhar alcançou o pequeno portão, e meu desespero me atrapalhou de abri-lo rápido.

As mãos de Adam puxaram meu braço com tanta força que em segundos cai ao chão. Ele pressionou meu rosto com seu pé contra a lama fria.

Chuva intensa.

Tentei.. Me esforcei para sair debaixo dos seus pés.

Eu não podia me transformar. Não aqui, não podia.

Ele me virou para cima e não tirou o sorriso do rosto. Pegou sua espada e a fincou na minha perna. Sangue se misturava com a água que vinha do céu, e foi para lá que olhei enquanto meu corpo se agoniava em dor.

Meu corpo não se regenerava. Implorei para que aquele ferimento curasse.

Senti gotas da chuva cair sob meu rosto sujo e minha outra perna ser ferida pela espada de metal. Quando fechei meus olhos, pensei em Levi e em como gostaria de vê-lo pela última vez.

Quando senti que havia acabado. Gritei. Gritei.

...

Um barulho de espada, mas não era me ferindo, tentei me curar, mas meus poderes ja falhavam a dias. Chuva em meus olhos me incomodavam, a morte parecia lenta e me perguntei como sua espada ainda não havia arrancado minha cabeça.

Mãos me pegaram no colo e meu corpo não reagiu para lutar. Fui levada para dentro da casa e colocada no sofá. A silhueta se abaixou e se posicionou entre minhas pernas. Meu rosto foi limpado suavemente enquanto uma voz falava no fundo.

A dor era insuportável.

Olhei para o rosto daquela silhueta no escuro, e então, meu coração se aqueceu.

Levi me olhava preocupado e podia jurar que ele segurava lágrimas.

Ele ergueu o tecido do meu vestido e analisou os cortes. Sua voz ficava mais próxima.

Levi: S/N.. - Ele gritava, esperando que eu reagisse.

S/n: Levi..

Levi: Por quê não está se curando?

Seu desespero era visível. Fechei meus olhos e enquando ele pressionava o sangramento

S/n: A minha fraqueza atrapalha.

Ele tirou meu cabelo do rosto, e sorriu para mim.

Levi: Não importa, não precisamos da cura do titã. Eu vou cuidar de você, vou te limpar e trocar suas roupas, vou fazer curativos como você fez em mim. Eu vou cuidar de você, e vai ficar tudo bem.

S/n: Parece... que vou te dar trabalho. - Falei ainda fraca.

Não respondeu, apenas sorriu e saiu em direção o corredor

...

A água estava em temperatura morna, quando entrei na banheira meus machucados arderam. Haviam curado um pouco, mesmo assim não fora o suficiente.

Levi se sentou em uma cadeira baixa e me observou.

S/n: Vai ficar me olhando ai?

Levi: Ele sabia, não sabia?

Afudei meu corpo na banheira, a agua quente cobriu até meu pescoço.

S/n: E veio arrancar minha cabeça,  entregar a tropa de exploração afim de ser reconhecido.

Ele se levantou e veio ate a banheira, se abaixou e colocou água em meu cabelo que estava sujo de lama.

S/n: O que fez com ele?

Levi: Não importa agora, ele ta morto.

Me surpreendi. Olhei para Levi e ele falava pleno, como se estivesse tudo bem.

S/n: Você matou ele por mim? Isso..

Sua mão deslizou pelos fios dos meus cabelos.

Levi: Acredite em mim, não é apenas por isso. Há tempos que suas atitudes causam desconforto a todos.

Eu estava em negação, minha consciência era aterrorizante e culposa.

S/n: Preciso que convoque uma reunião.

Levi: Uma reunião? Com quem e-

S/n: Escolha quem chamar, você decide. Espero que confie em mim.

Ele absorveu minhas palavras e segurou em meu rosto.

Levi: Eu confio em você de olhos fechados, vou estar ao seu lado mesmo que tudo dê errado.

Ficamos abraçados até que a água esfriou e meus cortes se fecharam. A dor e a agonia não podiam me ofuscar quando Levi estava ao meu lado.

A Missão +18 - Levi Ackerman - Jean KirsteinOnde histórias criam vida. Descubra agora