Um amor maior que as montanhas, traz a história de um amor que supera tudo. Acidentes, falta de memória, uma irmã completamente louca, agressões físicas e psicológicas.
Antonella, se vê perdida em várias questões de sua vida com Gael, o pr...
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Eu pensei que se bebendo todas e um pouco mais, essa dor, essa angustia iria melhorar, mas a verdade é que não melhora, quero dizer, a sensação de se estar bêbada e não sentir nada, não se importar com nada é boa, mas é naquele momento.
Eu entendo os alcoólatras, é viciante. A sensação de não ter que se lembrar, de não se importar, de não estar ali, o gosto forte da bebida queimando sua garganta é maravilhosa e quando passa o efeito, você quer de novo e de novo e quando você vê... puft... você já é um viciado, mas você não se importa com isso, nada importa mais. Apenas a louca vontade de sumir e esquecer toda a merda que é a vida. E é por isso que eu vivo apenas um dia de cada vez, hoje é hoje, e amanhã? Quem se importa com amanhã? Pessoas que tem dó de si mesmas tem dó do amanhã. Tudo na vida tem um jeito, tudo menos a morte.
Câncer vem e some sem avisar ou deixar bilhetes, um acidente vem e não avisa ou te prepara para isso. Boletos e mais boletos chegam sem avisar, amores vem e vão e a sua vida se vai sem ao menos se despedir, sem deixar uma carta, sem você ver... então se podemos arrumar um jeito para tudo, por que não arrumamos um jeito de viver? Um jeito de viver sem se preocupar com amanhã... o amanhã pode ser igual a hoje, mas e se não for? E se o amanhã for totalmente diferente? Como vai ficar o "hoje"? Como vai ser o meu "hoje"? Como vai ser o seu "hoje"? E o amanhã? A gente faz dele o nosso "hoje". É só viver aos poucos e tacar o famoso "FODAS-SE" para a opinião das pessoas. Elas não importam, ninguém importa a não ser você mesmo.
— Como você está? — Gael perguntou me entregando um copo de água com um analgésico.
— Mal. — Murmurei pegando o comprimido e o engolindo junto com a água.
— Amanhã seria seu pagamento certo? — Concordei com a cabeça me deitando na cama novamente. — Seu pagamento será liberado amanhã em conta corrente. — Concordei com a cabeça e fechei os olhos. — Você se lembra de ontem? — Abri os olhos e olhei para ele.
— Não quero falar sobre ontem... eu só quero que esse mal estar passe logo. — Ele se levantou e abriu as cortinas fazendo piorar minha dor de cabeça. — Fecha isso caralho... você não tem um mínimo de compaixão, não? — Ele se aproximou da cama e tirou os cobertores me fazendo encolher.
— Não. Não tenho. — Passou a mão nos cabelos e respirou fundo. — Eu venho tentando falar com você a horas sobre o que aconteceu ontem para você ter bebido tanto daquele jeito e você agindo como se eu não estivesse aqui. Você está me ignorando e me evitando. Então, não. Eu não tenho compaixão. —
— Você quer saber o que aconteceu ontem? Ok. — Prendi meus cabelos em um coque e me levantei da cama. — Você me esqueceu no laboratório e eu tive que aceitar a carona do Frank porquê você me esqueceu em um lugar totalmente esquecido por mim e quando eu cheguei em casa e te vi dormindo toda a raiva que eu tinha de você sumiu tão rápido quanto chegou e eu bebi... bebi porquê estava confusa de mais sobre tudo que vem acontecendo.
