Capítulo vinte e dois: É um sonho?

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Oito anos antes:

Acabei de chegar na casa de Gael... não vejo a hora de contar a novidade para ele. Ele vai amar, tenho certeza disso, ele vai ficar tão feliz. Se não mais feliz do que eu. Desci do táxi entregando o dinheiro para o motorista e logo vi o carro da Cláudia estacionado. Estranho...

- Gael? - Chamei por ele, mas ninguém respondeu. - Cláudia? Jiló? Felícia? Oi? - Gritei subindo as escadas, mas não fui respondida. Andei lentamente até o quarto do meu futuro marido e ouvi sussurros.

- Entende uma coisa Natielly. Nós. Nunca. Teremos. Nada! Eu sou louco pela sua irmã e possivelmente iremos ter um bebê. Entenda, você perdeu. - Gael sussurrou.

- Não! Eu nunca perco. E você, meu bem, é o meu troféu. E no fim das contas, você será meu e nada vai tirar você de mim. - Ouvi seu riso.

- Isso não vai acontecer. Nunca. - Ela deu uma gargalhada.

- Isso é o que vamos ver, amor. - Ouvi novamente seu riso e passos vindo em direção a porta. - Olá irmã. Vamos... entre. Não se acanhe. - Ela me puxou para dentro do quarto.

- Natty? O que...? O que você está fazendo? - Ela me olhou com desprezo.

- Nada. Só quero que você saiba que, eu vou conseguir o que eu quero. Inclusive o bebê, mas por hora eu irei para a casa e você vem junto? - Ela pegou a bolsa e saiu do quarto.

- Gael? - Me aproximei dele apontando para a porta.

- Eu não tenho nada a ver com isso. Eu sempre te avisei das coisas que ela fazia e dizia e você não ligou. - Ele passou a mão no rosto. - Você tem sorte deu te amar tanto. Só não confia muito nela ok? Ela me parece estar doente. - Anui abraçando-o. - Fica aqui hoje? Não estou com um bom pressentimento. - Sorri acariciando o rosto dele.

- Eu preciso ir. Tenho que falar com ela, e aliás... o que ela pode fazer comigo? - Sorri beijando levemente seus lábios.

(...)

- Vai devagar Natielly. - Dentro do carro gritava para minha irmã que estava chorando focada na estrada.

- Devagar o cacete. Você acabou com tudo Antonella! Eu odeio você! Você acabou com a minha vida! - Ela gritou de volta acelerando ainda mais.

- Eu não fiz nada! Foi você quem deu encima do meu noivo! Gael não é os garotos com quem você fica Natielly. Ele poderia ter te fodido milhões de vezes, mas sabe o que ele fazia? Me contava todas as vezes, mas eu queria ver a sua petulância... até aonde vai a sua nojeira. Você é nojenta Natielly! Nojenta! - Gritei para ela que acelerava ainda mais.

- Não sou! - Ela fez uma ultrapassagem perigosa e riu. - Eu não sou nojenta, mas... se ele não pode ficar comigo por sua causa, será melhor se você não estiver mais aqui. - Ela gargalhou me assustando. - Pensa como vai ser bom. Eu fico com Gael e você com a sua mãe morta! Vai ser melhor para todos nós! - Ela riu novamente.

- Natielly! Não! - Gritei, mas ela nem me ouviu e continuou a dirigir. - Pensa bem Natielly, ele vai desconfiar de você. Nenhuma mentira sua vai colar, não sabendo da puta que você é. Para esse caro Natielly. - Ela negou com a cabeça.

- Não irmã... somos eu e você, até o fim irmã. - Ela gargalhou virando totalmente o volante para a direita.

- Natielly não! - Gritei colocando as mãos na frente.

(...)

Uma luz branca incomodava meus olhos, me inclinei sentando, mas não consegui. Que porra? Tossi um pouco e tentei novamente me levantar.

- Au... - Resmunguei dolorida. Abri totalmente meus olhos e estranhei o local. - Isso... isso é um hospital? -

- Graças a Deus... eu vou chamar um médico. - Um homem na porta falou e saiu. Pouco tempo depois, meu pai e minhas irmãs tinham voltado.

- Pai... Cláudia. - Falei feliz. - Natty. O que aconteceu? Por que eu estou aqui? - Tentei me sentar.

- Você não se lembra querida? O acidente? - Cláudia começou a falar chorando. Olhei para meu pai que também estava chorando.

- Não... pai...? - Chamei receosa. - Pai? Do que ela está falando? - Sentia minhas lágrimas escorrerem.

- Calma querida. Calma. Eu vou te explicar tudo. Eu prometo. - Anui ainda chorando. - Eu vou chamar um médico. Tudo vai ficar bem querida. - Ele saiu levando a Cláudia junto.

- Você realmente não se lembra de nada? - Natielly sorria para mim... parecia... feliz?

- Nada. Só de estar no sofá com você e a Claudia. Papai nos contou da promoção. Estou tão feliz por ele Natty... Natty? - Ela me olhou e sorriu mais.

- Sim! É claro que estou..., mas isso já fazem três anos. - Ela umidificou os lábios. - Você realmente não se lembra de nada? -

- Natty, não. Eu não me lembro desse acidente. Na verdade, não me lembro de nada dos últimos, de acordo com você, três anos. - Ela assentiu e saiu do quarto me deixando sozinha e perdida... totalmente sozinha e perdida.

(...)

- O que? Ela não se lembra? Sai da minha frente! Eu quero ver minha mulher. Sai Natielly. O que você fez? O que você fez com ela? Por favor. O que você fez? - Ouvi gritos do lado de fora do quarto.

- Eu te avisei querido... eu avisei, mas agora nem adianta mais. Ela morreu para você junto com aquela criança. Agora nós podemos ficar juntos Gael. Só eu e você...

Só eu e você...

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Um amor maior que as montanhas (DISPONÍVEL ATÉ DIA 14/12)Onde histórias criam vida. Descubra agora