Capítulo nove: De volta ao inferno.

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Quando chegamos ao casarão, tudo parecia tranquilo, bom, estava tudo tranquilo menos eu

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Quando chegamos ao casarão, tudo parecia tranquilo, bom, estava tudo tranquilo menos eu. Eu sabia que ele iria me castigar... bom, ele já estava me castigando e da maneira mais cruel que, para mim, existe. Saber e não lembrar é a pior coisa do mundo, eu queria saber mais, me lembrar das coisas.

Será que a Natielly era uma cadela assim? E meu pai naquele meio tempo, tinha uma mulher? Ele sempre fora fechado assim? Eu não conseguia entender. Eu não queria compreender que tinha perdido uma parte da minha vida. Eu posso ter perdido uma parte importante da minha vida ou não, mas não lembrar era pior de tudo. Ainda mais para mim que sofria de ansiedade. Ele sabia disso, tinha total certeza, mas esse era o castigo. Saber e não lembrar de nada. Eu já o conhecia, conhecia tanto que trepava com ele... bom, segundo ele. Mas e se tudo for uma grande armação? Céus, eu não tenho uma data para ter ao menos um início do que lembrar.

Isso não é possível, ele está mentindo. Mas a minha única esperança, depois dele, é minha família e no momento estou longe dela, o que me faz voltar à estaca zero, ou melhor, voltar a ter esperança na bondade de Gael Malick

Quando cheguei ao quarto, Jiló logo entrou trazendo consigo uma bandeja com várias frutas distintas e um comprimido.

— O senhor Malik mandou servir comida. Porém ele mandou te servir antes essas frutas e ainda mandou um recado. — Concordei com a cabeça e esperei sentada na cama. Ela repousou a bandeja na mesa e pegou um pedaço de papel. — "Essas são frutas pelas quais você passou enquanto estava se divertindo fora. Aproveite. Eu mesmo colhi para você. Não se atrase para o almoço". — Neguei com a cabeça segurando minhas lágrimas com força. Não! Não vou chorar, não por ele.

— Pode levar Jiló. Eu vou esperar o almoço, obrigada. — Virei meu rosto para a janela ignorando a presença da mulher que, naquele momento, estava com as feições frias.

— Vou deixar o remédio e o copo de água. Beba... — Ouvi ela suspirar antes de se virar para mim novamente. — Olha, agora as coisas mudaram. Os peões estão autorizados a atirar caso a senhora tente fugir novamente. Nós empregados temos ordens diretas de que se a senhora não quiser comer, devemos retirar a comida imediatamente e só servi-la depois de duas horas, ou mais. Por favor, antes de fazer qualquer coisa, pense se realmente vale a pena. — Ela pegou a bandeja e saiu do quarto.

Repousei meu rosto nos joelhos por alguns instantes e me levantei para tomar o remédio. Talvez, ele ajudasse a melhor minha dor no corpo, ou me mataria. Dentre essas duas opções, a segunda não me parece muito ruim. Mas, se ele acha que eu irei desistir de sair daqui ou ir de lembrar ele está muito enganado é como diz aquele ditado "Retroceder Nunca, Render-se Jamais" Eu nunca vou desistir de me lembrar e de sair, mas por agora eu preciso de um plano. De um ótimo plano.

No almoço, de frente à pessoa que fez minha vida um inferno, tentava pensar nas coisas boas que tínhamos vividos juntos.

— Por favor, não se acanhe, me pergunte o que quiser. — Ele estava com os olhos atentos ao prato. — Não tem nada pra falar? Ok. — Ele continuou a comer me ignorando.

Perguntar não mata ninguém, certo? Então tomada por uma coragem inesperada larguei os talheres na mesa e o encarei seria.

­— Como... como a gente se conheceu? — Ele tomou um pouco do seu suco e me olhou.

— Véspera do Natal, e seu aniversário. Você tinha saído com a Natielly para um show e eu estava lá no canto. Te vi, me aproximei e começamos a conversar. — Ele deu de ombros.

— Não... não acho que seja verdade isso. Se me lembro bem, Natielly sempre foi invejosa. Sempre tentou sabotar tanto quanto eu quanto minha irmã mais velha. Nós não iriamos em um show sozinhas. — Ele deu um pequeno sorriso, antes de se levantar. — Eu não sou inocente. — Ele se aproximou de mim e acariciou meus cabelos.

— Nenhum pouco. Você não é inocente, mas me perguntou algo que eu não vou te responder. — Ele aproximou do meu rosto e sussurrou. — Não tente se lembrar de mais, pode ser prejudicial, e aliás, ninguém vai poder te ajudar. —

— Você sabe de todos os meus problemas, da minha ansiedade, de tudo. E ainda faz isso, como você é capaz? — Ele alisou meu rosto me fazendo tremer de raiva.

— As coisas são muito diferentes no meu mundo. Agora eu aconselho você a terminar de comer e descansar um pouco. A sua aparência está meio abatida. —Ele saiu do cômodo. Respirei fundo e sequei uma lágrima que saiu sem querer com raiva.

Isso não vai ficar assim, mas o que eu vou fazer?

(...)

Quando cheguei em casa, já se passava das duas da manhã

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Quando cheguei em casa, já se passava das duas da manhã. Talvez ela já esteja dormindo e sonhando com os anjos... que pena que eu seja o seu Demônio.

Caminhando pela casa, resolvo ir até seu quarto para observá-la dormir mais de perto. Como nós chegamos nesse ponto querida? Com um pequeno sorriso me aproximo do seu rosto e lhe dou um selinho.

 Você precisa me amar novamente. Sem mim você não é nada Pequena Abelhinha. — Dei novamente outro selinho e sai do quarto indo para meu quarto.

Se ela não se lembrar até semana que vem, eu irei usar o plano, e mais favorito, B.

Se ela não se lembrar até semana que vem, eu irei usar o plano, e mais favorito, B

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Um amor maior que as montanhas (DISPONÍVEL ATÉ DIA 14/12)Onde histórias criam vida. Descubra agora