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Josh Beauchamp

Já era sábado e eu estava terminando de me arrumar para ir ao jogo que meu pai tinha comentado.

Eu ainda estava meio receoso sobre essa mudança de comportamento dele, afinal, depois de 18 anos ele resolve ser um pai de verdade?

Durante a semana, todos os dias ele veio no meu quarto me perguntar como foi meu dia, me chamava pessoalmente para jantar ou assistir alguma coisa com ele e minha mãe na sala.

Na quarta-feira ele até nos chamou para jantar fora, isso só acontecia quando ele tinha alguma reunião da empresa em um restaurante chique ou algo assim. O que mais me
surpreendeu foi ele ter nos levado em uma lanchonete de fast food e não em um restaurante daqueles que servem só petiscos.

Passei meu perfume, baguncei meu cabelo mais uma vez e encarei meu reflexo no espelho, a blusa dos Lakers, o shorts de moletom preto e o tênis da Nike que eu estava usando combinavam bem com a ocasião

Meu celular vibrou e eu sorri bobo ao ver o nome da Grace na tela, atendi enquanto andava para o banheiro escovar os dentes.

- Oi princesa -falei, coloquei o celular na bancada depois de ativar o viva-voz

- Oi meu bem -falou e foi o suficiente para o meu coração acelerar- Ainda está em casa?

- Sim -respondi com um pouco de dificuldade, minha boca estava cheia de pasta- Mas já vou sair, escutei meu pai chegando agora pouco

- Ah ok, eu só liguei para saber como você está

- Nervoso talvez, um pouco curioso também, quero saber onde tudo isso vai me levar -alguém bateu na porta do meu quarto- QUEM É?

- Sou eu filho -minha mãe falou calma- Seu pai está te esperando lá em baixo

- Eu já vou -falei saindo do banheiro, desativei o viva-voz e aproximei o celular do rosto- Eu tenho que ir, quer sair amanhã? -perguntei pegando minha carteira e saindo do quarto

- Não vai dar meu bem, Alex vai vir aqui contar alguma merda que ele fez -riu

- Como assim? -perguntei confuso e vi meu pai parado perto da porta

- Vamos? -perguntou e eu assenti o seguindo até a garagem

- Eu não sei, ele só ligou hoje de manhã falando que vai vir amanhã conversar sobre um assunto sério comigo e o meu pai, eu imagino que ele fez algum coisa e precisa agora
precisa de ajuda -explicou

- Entendi, me liga se precisar de alguma coisa -respondi colocando o cinto de segurança

- Você também, se algo der errado no jogo pode me ligar -sorri sabendo que eu iria ligar de qualquer maneira

- É a Any? -meu pai perguntou e eu assenti- Coloca no viva-voz -franzi o cenho e ele revirou os olhos- Faz o que eu estou mandando -selecionei a opção que ele pediu e apoiei o celular na minha coxa- Boa noite Any

- Boa noite senhor Beauchamp -respondeu educada

- Só Ron Any, ou tio Ron -ele sorriu e eu o encarei- Eu não tenho nenhum sobrinho para me chamar de tio, mas deve ser uma sensação legal -comentou fazendo a Any dar uma leve risada, eu arqueei a sobrancelha

- Ok tio -ela comentou e parecia estar achando a situação engraçada- Eu também não tenho sobrinhos ainda e só tinha uma tia, mas ela é irmã da minha mãe e nós perdemos contato faz alguns anos

- Any eu tenho um convite para você e sua família -falou me deixando curioso- Eu queria que você, seu pai e seu irmão passassem o Dia de Ação de Graças semana que vem com
a gente na nossa casa no campo -arregalei os olhos e o encarei

- Nossa -Any comentou surpresa- Eu não esperava esse convite, mas vou falar com meu pai e dou a resposta para o Josh

- Tudo bem, vou aguardar a sua resposta -sorriu de lado- Nós estamos chegando filho -falou me olhando e eu assenti

- Princesa nós estamos chegando no jogo, tenho que desligar -falei olhando para a tela do celular

- Tudo bem, bom jogo para vocês, boa noite tio -ela falou e meu pai riu

- Isso é legal e engraçado -comentou e eu sorri de lado, isso é estranho- Boa noite Any

Eu desativei o viva-voz e aproximei o celular do rosto novamente.

- Boa noite princesa -sorri animado vendo o estádio onde seria o jogo

- Boa noite meu bem -falou e encerrou a chamada

- Vamos? -meu pai perguntou depois de deixar o carro na parte vip do estacionamento

- Vamos -fiz careta ao ver o tamanho da fila da entrada- Nós vamos ficar até amanhã esperando -meu pai riu tirando dois papéis do bolso da bermuda jeans dele

- Você às vezes parece esquecer quem eu sou -falou se aproximando do segurança e entregando os papéis para ele

- Boa noite e bom jogo senhores -comentou o cara que deveria ter mais de 2 metros de altura e uns 100 kg de músculos tirando a faixa da entrada para passarmos- Acompanhe os senhores até os lugares deles -falou com outro segurança que assentiu nos guiando até a primeira fileira da arquibancada

- Primeira fila? É sério? -perguntei para o meu pai quando a outra parede de músculos saiu

- Achou ruim? Vai assistir o jogo em casa então -comentou com um sorriso debochado e eu revirei os olhos

- Estou bem aqui -comentei apoiando as costas no encosto da cadeira- Eu não te entendo

- Ninguém entende -ela falou com uma expressão neutra- Eu escutei a sua conversa com a Úrsula na segunda-feira -olhei para ele esperando que continuasse- Eu sei que errei muito com você e quero concertar isso

- Entendi -foi a única coisa que eu falei

- Não sabia que você se sentia dessa forma com o meu comportamento...

- Mas nunca se preocupou em perguntar isso -interrompi e ele fez cara de tédio

- Para tentarmos ter uma conversa séria você vai ter que sair da defensiva -falou e eu balancei a cabeça concordando

- Só espero que amanhã você não volte a ser aquele cara da semana passada -ele assentiu com um sorriso triste

- Eu quero concertar nossa relação de pai e filho, só te peço uma chance para mostrar que eu quero mudar e um pouco de paciência também, nós dois temos temperamento forte e precisamos administrar eles bem para conseguir conviver em harmonia

- Tudo bem -suspirei e ele me puxou para um abraço

Quando era criança, sempre senti falta do apoio e amor paterno que meus colegas falavam que recebiam dos pais, isso foi passando com o tempo, mas ainda sim eu sentia que faltava alguma coisa.

Então agora estava disposto a dar uma chance para ele, afinal todos merecem uma oportunidade para ser alguém melhor e eu não sou nenhum ser supremo para negar isso
para ele.

- Obrigado -ele sorriu e deu dois tapinhas nas minhas costas- Eu te amo filho, nunca demonstrei da melhor forma, mas eu sinto isso

- Você vai ter tempo para demonstrar a partir de agora -falei e ele assentiu

Os times começaram a entrar e a platéia toda vibrou, meu pai olhava o jogo atentamente, ria quando eu me estressava ou reclamava dos jogadores e lances, comemorava quando eu comemorava e até conversamos um pouco durante a partida.
____________________________
Continua...

Fiquei um tempo s.postar mas voltei e agora vou postar todo dia

E essa mudança repentina do Ron?

Será que é sério ou apenas fingimento?

Me desculpem por qualquer erro, amanhã saí mais capítulo🤍

𝑵𝒂 𝑺𝒆𝒈𝒖𝒏𝒅𝒂 𝑪𝒂𝒓𝒕𝒆𝒊𝒓𝒂 »𝑩𝒆𝒂𝒖𝒂𝒏𝒚«Onde histórias criam vida. Descubra agora