#54

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Any Gabrielly

Alex suspirou mais uma vez, já estávamos parados na porta da casa faz uns 5 minutos e nenhum de nós teve coragem de tocar a campanhia.

- Ok Alex, eu vou apertar logo essa merda -bufei levando meu dedo indicador até o pequeno botão que após apertado emitiu um som estranho

- Agora fudeu -falou sorrindo nervoso- Vamos correr para o carro Any? Ainda dá tempo para fugir

- Você me arrastou para cá, vamos enfrentar isso logo, se der merda deu -dei de ombros parecendo despreocupada, mas na verdade o meu interior todo está agitado e nervoso

- Boa noite? -uma senhora idosa abriu a porta com uma expressão confusa, ela olhou eu e meu irmão de cima a baixo e contraiu os lábios- Posso ajudar?

- Boa noite. Nós estamos procurando a Priscila -meu irmão falou educadamente e a senhora pareceu impaciente

- Já está tarde meninos -suspirou passando a mão pela testa- Posso passar o recado de vocês, mas a senhora Soares não atende desconhecidos nesse horário

- Você poderia nos anunciar, por favor? -Any perguntou um pouco rude- Any Gabrielly Soares
e Alex Mandon Soares -enfatizou o sobrenome dele- Os filhos dela

- F-Filhos? -perguntou assustada e nós assentimos, ela arregalou os olhos arrumando a postura e alisando amassados que não existiam no uniforme preto que vestia- Só um minuto

Então a senhora de nome ainda desconhecido entrou na casa fechando a porta, eu e Lex trocamos um olhar confuso e em menos de um minuto a porta foi aberta de novo.

Ela parecia ter vindo correndo, pois sua respiração estava acelerada. Apesar disso e de algumas linhas de expressão a mais, ela continuava quase idêntica a única foto que eu
ainda tinha dela, do nosso último passeio a casa da minha tia.

- Vocês... -a voz dela estava embargada- Vocês estão tão lindos

Sorri sem graça, Lex entrelaçou sutilmente as nossas mãos, percebi que ele estava suando e nervoso, da mesma forma que eu.

- Você está igual -escutei meu irmão falar em tom baixo- Só que agora suas roupas custam o valor do meu carro -riu sem humor ao olhar para o vestido elegante de seda que Priscila usava- Parece que conseguiu o que tanto queria

- Pega leve Alex -sussurrei

- Nós temos tanto para conversar -Priscila falou, sua mão já estava branca de tanta força que fazia para apertar a maçaneta- Fico feliz que vocês tenham vindo

- Nós podemos entrar? -perguntei baixo após um vento forte me fazer tremer, meu shorts de moletom e o casaco não eram o suficiente para me aquecer- Está frio -expliquei e ela assentiu abrindo mais a porta

- Claro, entrem -sorriu carinhosa

Após passar pela porta que deveria valer mais do que eu poderia imaginar, andamos por um corredor cheio de quadros em preto e branco, a decoração era, em geral, muito moderna.

- Sentem, por favor -pediu quando chegamos na sala, eu e Lex ficamos no sofá maior e Priscila sentou-se em uma das poltronas de estofado branco

Um silêncio se instalou pela sala enquanto eu observava discretamente todos os detalhes do cômodo. O clima estava tenso, ninguém parecia saber como iniciar qualquer assunto.

Eleanor realmente parecia ter conseguido o que queria quando fugiu com o treinador que eu não lembro o nome. É até errado da minha parte chamá-lo só de treinador, o cara é um olheiro de times importantes, treina uma das melhores equipes do estado e no tempo livre dá treinos de basquete em escolas por aí. Dinheiro é o que não falta para ele. Isso tudo de acordo com a pesquisa que eu fiz a um tempinho atrás.

𝑵𝒂 𝑺𝒆𝒈𝒖𝒏𝒅𝒂 𝑪𝒂𝒓𝒕𝒆𝒊𝒓𝒂 »𝑩𝒆𝒂𝒖𝒂𝒏𝒚«Onde histórias criam vida. Descubra agora