As trincheiras

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Já faziam 9 dias que fui salvo por um homem que por algum motivo não sai da minha cabeça, sempre que sonho, sonho com ele, porém infelizmente também já faz 9 dias que estou nessa trincheira ( para quem não sabe, trincheiras são enormes fendas na qual soldados em um campo de concentração ficam) a comida está acabando, os ratos foram os culpados disso. Não temos comunicação, estamos famintos e para piorar uma chuva de granizo iniciou-se , tivemos que tirar alguns sacos de areia que ficavam nas bordas da trincheira para usarmos como guarda-chuva.

Após a tempestade, vi um soldado abrindo uma lata de sardinha, de fato, odeio sardinha, mas eu estava com tanta fome que aquilo me dava água na boca. O soldado percebeu que eu queria um pouco de sardinha e me ofereceu um pouco, no entanto, acabei comendo tudo.

- ei! Cara! Esse era o meu almoço e janta- disse o soldado que me deu a sardinha.

- desculpa, eu estava com muita fome- disse para o soldado.

- agora eu estou com fome!- gritou o soldado.

As horas se passavam e eu via as nuvens negras no céu, mas não era chuva e nem granizo era a pólvora que estava atingindo o céu, nós lembrando que estamos em guerra. A noite foi chegando e todos estavam se tremendo de frio, peguei um lençol enorme que tinha e me embrulhei observando o soldado que me deu a sardinha, ele estava no canto triste, com certeza estava com frio e faminto, então, ofereci a ele para que se embrulha-se comigo.

Mesmo com toda a masculinidade tóxica da época, o soldado aceitou se embrulhar comigo, porém os outros soldados preferiram ficar no frio. Não podíamos sair da trincheira pois haviam trincheiras inimigas de um lado e do outro, estavamos no meio por isso tínhamos que ser silenciosos.

Acordei de madrugada sentindo um frio no meu ombro era o soldado que estava dormindo tranquilamente apoiando a cabeça em meu ombro a sua orelha estava vermelha e fria os outros soldados encheram as suas roupas com pedaços de paraquedas para ficar mais quentinho. Me levantei cuidadosamente e espiei para o lado de fora da trincheira, havia um coelho europeu dando mole, porém do outro lado haviam uma trincheira inimiga.

Peguei uma faca e saí silenciosamente rastejando, para fora da trincheira, porém também teria que pegar o coelho antes que seja tarde. O coelho se afastava de mim e eu não poderia correr atrás dele, tentei segui-lo, mas ele pulou dentro da trincheira alemã, rapidamente, me escondi atrás de um saco de areia, para não ser visto por um soldado, mas logo o soldado voltou a dormir.

Consegui pegar uma caixa de biscoitos e voltei rastejando em direção a minha trincheira, porém quando mais eu rastejava mais a trincheira parecia longe. Derrepente, voltou a chover granizo, tentei acelerar o rastejamento, pois as pedras de gelo estavam cada vez maiores.

As dolorosas pedras de gelo que caiam do céu estavam ficando maiores e mais dolorosas. Finalmente me joguei dentro da trincheira e me cobri um saco de areia, derrepente uma pedra de gelo enorme cai bem na cabeça do soldado que me deu a sardinha e o deixou desmaiado, soltei rapidamente o saco de areia (foi só o que deu tempo) e subi em cima do colega ferido formando um "abrigo humano", as pedras acertavam em mim causando dor nas costas.

Percebendo meu sofrimento, os outros soldados se aproximaram com os sacos de areia formando uma espécie de cabana cujo o teto eram os sacos de areia. Aproveitando que eu estava Protegido pelos meus compatriotas, levantei com cuidado o soldado ferido e o coloquei sentado para verificar o tamanho do machucado que,por sorte, não parecia grave, mas estava inchado e sangrando.

Rasguei um pedaço do meu lençol e amarrei na cabeça do ferido, peguei um pouco de álcool e coloquei no seu nariz e ele acordou, suspirei aliviado, mas a calmaria acabou rapidamente, sentimos um terremoto e um barulho de explosão. Olhamos para fora da trincheira e vimos aviões lançando mísseis em todas as trincheiras, não só as trincheiras nazistas.

- vamos sair daqui! Rodolfo! Leve o Lucas nas costas! - gritou o sargento, então, coloquei o Lucas (nome do soldado ferido) nas costas e saímos da trincheira para se aventurar na superfície.

Quando saímos da trincheira percebemos que os nazistas também saíram das trincheiras deles e começaram a atirar, porém o avião mistérioso jogou um míssel em uma trincheira próxima causando um enorme tremor e escurecendo tudo. A última coisa que ouvi foi um palavrão de um soldado, mas não consegui mais ver os soldados que estavam comigo devido a toda aquela fumaça e não conseguia chama-los pois havia muito barulho de tiros.

Naquele momento eu estava sozinho, com o meu colega ferido nas costas, no meio de uma enorme fumaça com inimigos atirando de todos os lados e sem poder ver onde eles estavam. Peguei minha arma e saí andando no meu de toda aquela fumaça negra acabei me esbarrando em alguém no meio daquele mar sombrio.

- pode passar- disse, porém eu percebi que era um soldado nazista.

Começamos a brigar, ambos perderam sua arma, no entanto, ele derrubou Lucas das minhas costas fazendo o pobre homem cair naquela escuridão negra, isso me fez ficar tão zangado que cortei a garganta do inimigo com uma faca. Tive que rastejar por vários minutos para poder encontrar Lucas, quando o encontrei o coloquei de volta nas costas.

Tirei forças de onde não tinha e corri como louco no meio de todo aquele perigo, mesmo sem saber o que estava no caminho, derrepente, dou de cara em uma árvore. Me levantei e continuei caminhando por algo que parecia ser uma floresta, após andar por vários quilômetros mata a dentro cheguei a um local familiar, era o local onde fui resgatado pelo homem que não saí da minha cabeça.

Apaixonado por uma divindade (romance gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora