Apaixonado por uma divindade (romance gay)

O Trem

Continuei andando com o casal até a capital Paris, então, paramos para tomar um café na capital do perfume. Comemos pão francês com queijo e observei que os homens franceses eram um pouco delicados.

- você gastou todo o seu dinheiro com aquelas crianças?- perguntou o Meciê LeBron.

- Sim- respondi.

- E como vai voltar ao Brasil?- perguntou LeBron.

- Não sei, mas o que me interessa é chegar na Noruega- respondi.

- O que você procura lá?- perguntou Pierre.

- Uma pessoa que amo muito- respondi.

- Deve amar muito mesmo para vim do Brasil e procura-la nós confins da Europa sem a possibilidade de voltar pra casa- disse Pierre.

- Rodolfo, você tem certeza que essa pessoa vale a pena?- perguntou LeBron.

- Bem... Ele tem namorada e é provável que tem filhos- disse pensativo.

- Como é?! Cara, vou ser sincero, você está se metendo em uma baita confusão no mínimo!- disse LeBron.

- Eu sei, mas não consigo esquece-lo, não dá!- respondi.

- Então, Boa sorte! Vou lhe dar dinheiro suficiente para você chegar até na Alemanha de trem- disse LeBron.

- Tudo bem, quanto mais perto melhor- disse agradecido, então, eles me embarcaram no Trem.

- Tenha sorte, muita boa sorte!- disse LeBron.

- Obrigado-disse entrando no trem.

O trem partiu e vi o casal acenando para mim como forma de última despedida, de fato fiz muitos amigos durante essa viagem, no entanto, eu sempre acabo me despedindo. Estava ficando muito frio dentro do trem por isso coloquei um edredom e observei pela janela as belas paisagens geladas. Derrepente, dois homens se sentaram perto de mim com camisas de suasticas (nazistas), eles estavam comentando que Alan Turing havia morrido por suicídio.

- Ainda bem, o mundo deve ser livre desse povo, me disseram que ele gostava de homem- disse um dos nazistas.

- É mesmo?- perguntou o outro nazista.

- Ouvir dizer que castraram ele com produtos químicos- disse um nazista.

- Bem feito!- disse o outro nazista.

Fiquei muito abalado com o que eu estava ouvindo, o grande Alan Turing estava morto e por culpa do ódio das pessoas intolerantes. Meciê LeBron e Pierre estavam certos em viver viajando, o senhor Rogério estava certo em viver se mudando somos excluídos, marginalizados, segregados e até mortos. Saí de perto daqueles tiranos homofóbicos e fui para o banheiro, porém estava cheio, então, caminhei pelo trem, era bem luxuoso, mas tinha muitas bandeiras nazistas.

- O que o senhor procura?- perguntou um cozinheiro.

- só estava indo ao banheiro- respondi.

- aqui é a cozinha! Não é o lugar para um macaco latino-americano que fala português- disse o cozinheiro.

- já vou sair- disse dando meia volta, quando o cozinheiro me pegou no braço.

- Agora você quer ir?! Sua aberração! Onde já se viu branco casar com negro, branco casar com índio? Isso tá errado! Muito errado! Muito errado!- disse o cozinheiro tentando me empurrar para fora do trem em movimento, olhei para trás e vi que estávamos em uma região montanhosa e se eu caísse iria morrer .

Dei uma cabeçada no cozinheiro e com um salto, dei um chute na cara dele fazendo-o cair na mesa de vidro. O cozinheiro gritou chamando os seguranças, então, corri pelo trem por vários minutos até chegar no fim do trem, então, eu escalei e subi em cima do grande veículo e fiquei por alí mesmo.

Estava muito frio ali em cima, o vento gelado do trem em movimento fazia o meu cabelo endurecer e encher de neve, para piorar, quanto mais ao norte íamos mais frio ficava, Além disso, a tempestade de neve estava fazendo eu me deslocar do trem. Por sorte eu estava preso no trem devido o gelo, então, o vento não me levou.

De dia, senti um cheiro gostoso vindo do trem era o café da manhã, eu estava com fome e com frio, mas não poderia voltar ao trem. Eu estava faminto e pensava em pão de queijo, brigadeiro, café, pastel e até o Borislav,mas Aguentei firme e voltei para o meu lugar.

Horas se passaram e o meu estômago estava roncando, para piorar, era hora de almoço. O cheiro que vinha de dentro do trem era tentador e a minha barriguinha roncava, eu estava prestes a entrar no trem quando derrepente, vários ciganos subiram em cima do trem dando gargalhadas.

- como subiram aqui?- perguntei para o cigano mais próximo.

- estavamos na encosta da montanha e quando o trem chegou por perto nós pulamos- disse o cigano, mas tive uma surpresa, os ciganos eram os irmãos mais velhos de Borislav.