ATO 3

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Saber o que é correto e não o fazer é falta de coragem.

     A cozinha do senhor robusto era tão suja quanto o resto da casa

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     A cozinha do senhor robusto era tão suja quanto o resto da casa.

     Existia uma janela pouco acima da pia mas no momento ela estava coberta por uma pilha de louças com resíduos de diversos tipos de alimentos. Moscas rondavam todo o local desesperadas sem saber onde pousar primeiro. O fogão, além, de crostas e gorduras, tinha toda a sua superfície enferrujada. Duas panelas cheias de um caldo grosso e escuro repousavam ali. Era como se Cristinne estivesse no subsolo de uma cidade, na parte dos esgotos. 

     — É o seguinte. Costela de porco é trabalhoso, ele só está pedindo esse prato hoje porque agora somos duas. Você vai preparar o caldo e eu vou descongelar a costela, está bem?

     — É daqui que vem a comida que você come? — questionou surpresa.

     — Da onde mais seria? A cozinha não está em um bom estado hoje porque ele pediu muitos pratos durante o dia. Final da refeição vamos limpar tudo isso, ele odeia bagunças.

     Cristine não fez mais perguntas. Ambas começaram a colocar em pratica o prato que foi pedido. Enquanto Amy temperava a carne com sal e pimenta, Cristinne preparava o molho que cobriria a costela. Elas tinham um prazo curto de preparo já que o grande senhor estava mais faminto que o normal. As meninas também colocaram algumas batatas e picaram em rodelas para refogar com o molho e assim foi até o momento em que a costela chegou ao forno. Quando Cristinne esperava a carne assar, pode escutar da sala um comunicado emitido da velha televisão: 

     "A grande fábrica é a evolução da indústria que vai alimentar a nossa Metrópole por muitos e muitos anos. As quedas de energias não acontecerão mais. Ninguém ficará no escuro absoluto, não se preocupem. Recrutamos uma centena de crianças mais novas de todos os nossos institutos. Elas trabalharão dia e noite para que a nossa cidade continue prosperando."

     E então, Cristinnne saiu da cozinha e se encaminhou para a sala, de passos leves.

     — Ei! O que pensa que está fazendo? — advertiu Emy, aos sussurros.

     — Só quero ver quem está falando na televisão.

     — Se meu senhor te ver na sala eu não sei o que será de você. O que será de nós! — insistiu. Mas Cristinne ignorou os avisos da garota. Ela esticou seu curto pescoço para dentro da sala e espiou a Tv de tubo, onde a silhueta de alguém com um chapéu de ponta longa fazia o discurso. Ao olhar para o senhor no sofá, pode vê-lo completamente hipnotizado pelas palavras daquela estranha figura na televisão. O velho se quer piscava. Parte da sua barriga fugia de sua camiseta larga e mostrava um umbigo sujo e repleto de pelos brancos. Suas pernas grossas estavam para cima, apoiadas na mesinha de centro.

     — Venha para cá agora! — Emy puxou o braço esquerdo de Cristinne para dentro da cozinha novamente. 

     — Aquele na tv... é o Arquiteto? — perguntou Cristinne.

Todo Monstro que Há em NósOnde histórias criam vida. Descubra agora