Capítulo 12

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Harry's POV

– Ei, Lou – tentou chamar a atenção de Louis, que se encontrava em uma crise de pânico há alguns minutos, não conseguindo ficar realmente calmo desde o ocorrido com Gemma alguns minutos atrás – vai dar tudo certo, confie em mim.

Harry abraçou Louis mais uma vez, deitando a cabeça do mais baixo em seu peito e acariciando seu cabelo, tentando não transmitir o próprio desespero.

Harry sentia como se o seu mundo pudesse desmoronar a qualquer momento, tinha medo de voltar para o castelo e todas as suas malas já estarem prontas, seus pais o esperando para lhe expulsarem do reino.

– Você realmente acha que vamos ficar bem? – Louis perguntou, respirando fundo repetidamente.

– Eu não posso garantir isso, mas ei, nós vamos dar um jeito, tá bom?

– Juntos?

– Juntos.

Ficaram em silêncio por mais alguns segundos, apenas aproveitando a companhia um do outro. Harry se perguntava se a calmaria antes do caos se parecia com aquilo.

Ao se despedirem naquela noite, Harry deixou um beijo demorado nos lábios de Louis e prometeu que mesmo que tudo desse errado, eles ainda iriam se reencontrar um dia e, mesmo que em outra vida, eles seriam livres.

Agora ele tremia como se estivesse exposto ao frio congelante, tentando tomar coragem para bater na porta do quarto de sua irmã. Então ele o fez. Três leves batidas em um ritmo já conhecido por Gemma desde que eram apenas crianças e fogiam no meio da noite para o quarto um do outro quando não conseguiam dormir.

Em poucos segundos, a porta foi aberta e Harry entrou antes que ela o convidasse pra entrar, mas não é como se ela tivesse se incomodado com isso. Ambos tinham olhos vermelhos e o rosto inchado devido o choro, e ao ver Harry encolhido em um canto de sua cama, Gemma voltou a chorar.

– Você pode me falar denovo? – Ela pediu depois de alguns minutos em silêncio.

– Falar o quê? – Harry perguntou. Ele tentou conversar desde o segundo em que entrou no quarto mas o medo o impediu de proferir uma palavra sequer.

– O por quê de isso não ser errado. Você e aquele camponês...

E apenas com isso, Harry conseguiu relaxar. Ele não queria colocar falsas expectativas em si mesmo, mas aquilo era um avanço. Ela realmente queria saber, talvez ainda houvesse alguma chance.

– Gemma... É só amor, sabe? Eu não... Eu não escolhi me apaixonar por ele. Não escolhi ser assim, e quem em sã consciência escolheria sabendo que isso destruiria a própria vida? Não. É. Uma. Escolha. – disse pausadamente. – Você não escolhe quem amar, você apenas o sente. Da mesma forma que mamãe não escolheu se apaixonar por papai. Da mesma forma que você não escolheu se apaixonar por seja lá quem você já tenha se apaixonado ou irá se apaixonar. E você sabe... Na bíblia. O amor sempre foi pregado como um dos principais mandamentos. Nunca houve entrelinhas especificando quem cada um iria amar, sabe? – Falou tudo de uma vez, temendo não conseguir continuar caso fizesse uma pausa.

Gemma passou alguns minutos em silêncio com a cabeça baixa. Esses minutos pareceram horas para Harry, que havia voltado a chorar.

– Eu acho que entendo... – Ela finalmente disse.

– V-você?

– O que você disse. Isso faz mais sentido do que o que eu já acreditei um dia. Eu posso lidar com isso, não é? Não é como se ainda queimassem bruxas por supostamente fazerem o mesmo que Jesus fez.

Jardin de la Couronne [L.S]Onde histórias criam vida. Descubra agora