19

24 5 0
                                    

Mas o que está a acontecer? Que merda é essa? Por que não consigo abrir meus olhos e nem me mexer?! Onde está os meus pais?!    Ouço os para-médicos chamar a equipe de bombeiros, foi aí que tive a certeza, o carro tinha capotado, mas aonde?    Tudo estava escuro... Eles gritaram um para o outro ao avisar que tinha um sobrevivente, mas não é possível, e os meus pais!?  Sinto uma forte dor quando um enfermeiro toca em meu pescoço, eu não consegui gritar, mas eles perceberam meu desespero e me tiraram de lá... Lembro que a última coisa que presenciei foi uma máscara em meu rosto, e não lembro mais de nada.

Abro meus olhos e vejo um lugar diferente, o que parecia ser um hospital. Olho para minhas pernas e as vejo enfaixada o que teria acontecido? Eu estava sozinho naquele quarto, me desesperei pois não sabia o que estava acontecendo. Aguardo em torno de 20 minutos e uma enfermeira super simpática conversa comigo...

- Boa noite Park? Como se sente? - Eu sinto um pouco de dor no meu pescoço. - Ok já irei te explicar. Dores locais? - Não, só em meu pescoço. Moça onde estão meus pais? - Já te explico. Vamos começar do começo. Bom vocês sofreram um acidente, isso provocou o capotamento do carro, o que de fato aconteceu? - Eles estavam discutindo. - Se me permite Jimin um investigador vira falar com você, e em seguida explico seu estado de saúde. Pode entrar detetive Suki.  - Boa tarde Park Jimin. - Boa tarde. - Vocês iriam viajar não é mesmo? - Isso, iríamos para fazenda da família. - Estavam cientes do lugar perigoso que passavam? - Sim, eu acho. - O que de fato aconteceu? - ... Meus pais estavam discutindo. - Discutindo?! Sobre o que exatamente? - Sobre meu futuro. - Hummm interessante, futuro é um motivo de discussão para vocês? - Sim senhor. Eu tentei alertá-los, mas quando me deparei tudo tinha acontecido. - Acha que seu pai estava distraído no volante? - Não. Ele olhava para frente o tempo todo. - E se o acidente fosse proposital, aliás estavam no meio de uma discussão? - Por favor detetive! Estamos falando de minha família! Eu não tenho mais nada para falar. - Tenha uma boa tarde senhor Park. Você está no seu direito de silêncio.     - Bom voltei Park... Agora vamos conversar. Seu pescoço sofreu lesões, retiramos 6 pedaços de vidro de dentro do mesmo, mas isso é irrelevante no momento. O ponto que queremos chegar agora é sobre suas funções motoras Jimin. Consegue levantar o braço? - An... Consigo. - sua barriga? - sinto. - Levante sua perna park. - Acho que o gesso está impedido. - Não consegue? - Humm... Não!   - Por favor doutor Leonardo, compareça a ala 3.   Tudo parece parar... O tempo parou, e eu entro em pânico. Eu sabia que não voltaria a andar... Então não chorei, fui forte o suficiente!  - Park Jimin!? - Doutor. Infelizmente... Não conseguimos recuperar seu movimento. As lesões foram graves e isso impedirá a cicatrização. - Significa que eu nunca mais vou poder andar não é isso? - Não sabemos ainda o período. Pode levar anos, meses, a vida toda. Essa é nossa meta de esperança para você. - Vão me responder onde estão meus pais!? - Seu pai está na UTI, em observação. - E minha mãe? - ... Sua mãe Jimin... A equipe polícial, o copo de bombeiro não consegui achar o cadáver. - I-isso significa que... Minha mãe morreu?! - Eu não tenho informações Park, mas ela não estava mais no veículo.      Engulo o choro tão intensamente que poderia torcer meu pescoço. As lágrimas caiam como uma chuva forte que escorria nas janelas... Eu fiz muita força para controlar... Meu coração acelera, sinto palpitações anormais, e tudo apaga... Agora eu estava sozinho de verdade, e não saberei lidar...

Já havia amanhecido... Por volta das 9:00 da manhã abro meus olhos ao ser chamado por o doutor Suki.     - Se sente melhor? - ... - Vim te trazer boas notícias. Seu pai não está mais na ala vermelha, ele está em observação e está consciente. - ... Obrigado. Quando vou sair dessa merda? - Não temos data prevista. Quando você tiver melhoras e os analgésicos fizerem efeitos.    Deito-me e reflito sobre ninguém de minha família ter aparecido... Será falta de comunicação? Ou são todos iguais não fazemos diferença.   Com meus olhos fechados deixo as lágrimas escorrerem... Penso sobre tudo... Sobre se realmente quero que achem o corpo de minha mãe, seria mais um sofrimento para meu estoque... Ouço 3 toques na porta, com a certeza de ser algum investigador, um enfermeiro... Mas não... Era ninguém mais, ninguém menos... Que Jeon Jungkook...  Não consegui acreditar. Viro meu rosto coberto de lágrimas as enxugando para não demonstra fraqueza a Jeon. - Oi... Jimin, como você está? - Muito bem. - Não precisa fazer isso. Eu te conheço. E você pode compartilhar sua dor comigo! Saiba! - Vou adorar te contar como vai ser minha experiência sem pisar mais os pés no chão, andando em uma cadeira de rodas, adoraria te contar como vai ser viver afundado por morar sozinho com seu pai! Por que sua mãe está desaparecida! Merda! - Não chora! Não chora, vai ficar tudo bem! Jimin você não está sozinho! Pode contar comigo! - Eu não preciso. Eu sustento meu corpo. - Jimin vai dar tudo certo! - Nem os médicos deram esperança as minhas pernas... Quem é você para falar que vai dar tudo certo! - Eu sinto muito. - Eu também! Se me permite, gostaria de ficar sozinho. Por favor.     - Doutor as atitudes dele não estão das melhores! - É normal. Isso é chamado de surto pós-traumático. Com o tempo ele melhora. - Entendi. - Você é algum parente do mesmo!? - N-não sou apenas um amigo. - Ele precisará de um acompanhante. Indicaria alguém? - Ele é um pouco difícil... Eu passarei aqui todos os dias uma vez a cada amanhecer.     Jimin escuta tudo aquilo mesmo estando com os olhos fechados aparentando estar dormindo, ele se sente acolhido, protegido de tudo... Ele finge mais uma vez ao ver o mais velho se aproximar.

- Que merda que a gente se meteu... Que merda essa que eu me meti... Juro que não queria acabar assim... Afastado de ti. Eu juro.

"Em um piscar de olhos"Onde histórias criam vida. Descubra agora