-Ana eu sinto muito –disse Bruna me abraçando.
-Eu a perdi, por uma decisão totalmente errada, eu a perdi para sempre. Deveria ter ouvido você, eu deveria... –abaixei a cabeça e comecei a chorar, meu coração estava em pedaços, eu sentia uma dor insuportável que quase chegava a se igualar a de ter perdido Clara, Bruna me abraçou e meu choro constante aumentou.
-Vem, vamos sair daqui. –disse ela ajudando a me levantar.
Chegamos ao carro, me sentei no banco do passageiro, não conseguia conter as lágrimas, imaginar que eu nunca mais a veria, que eu havia perdido a chance da minha vida de ser feliz, eu tinha estragado tudo, mesmo depois de tudo o que passei para ficar com Clara ainda não tinha aprendido a abraçar as oportunidades que a vida me dá, e por conta disso acabava de perder mais um amor.
-Vou te levar pra casa, você precis....
-Não, eu quero ir para a taberna.
-Quer ir pro bar? Não acho que seja uma boa ideia.
-Bruna, eu estou emocionalmente destruída, acabei de perder a mulher por quem eu estou apaixonada, se você não vai comigo, eu vou sozinha.
-Ana, não acho que seja prudente você, logo você ir a um bar.
-Não é só um bar, era nosso ponto de encontro, meu e seu, meu e de Clara, meu e da Amanda, era lá que nós duas fazíamos e falávamos sobre tudo, eu quero ir para a taberna.
-Ok, tá bem, vamos para a taberna.
Passamos o caminho todo sem dizer uma só palavra. Chegamos no bar e pegamos uma mesa, era noite de Karaokê então tinha muito barulho e no momento era disso que eu precisava para não ficar sozinha com meus pensamentos. Bruna disse que ia ao banheiro e eu aproveitei para pedir uma torre de shop, claro eu não podia beber, porém eu estava triste demais para não afogar as mágoas em algo, e o álcool era o mais próximo para consumo. A torre chegou antes mesmo de Bruna voltar e quando ela chegou eu já havia bebido dois copos.
-O que você está fazendo? –gritou ela ao chegar na mesa. –Cara não posso te deixar sozinha por cinco minutos, Ana sabe que está em tratamento.
-Ai Bruna deixa de drama, só um copo não vai me fazer mal. Hoje eu preciso.
-Não você não precisa, e um copo? Tá parecendo que foi mais que isso. –Bruna se sentou. –Ana eu sei que você está chateada, sei que está triste, mas não pode quebrar o tratamento assim, vai ter que recomeçar novamente.
-Eu recomeço, não tenho problema com isso, mas hoje eu vou beber, e se você não estiver à vontade com isso, pode ir embora.
-Jamais te deixaria sozinha, até porque se eu estiver aqui com você posso tentar te controlar.
Ficamos ali por horas bebendo e conversando, eu estava indo com calma, até porque como Bruna havia dito eu precisava me controlar, não poderia ter uma recaída a ponto de ficar como da última vez. Esse foi o tempo suficiente para que Duda chegasse e se juntasse a nós.
-Oi, e ai como você tá? Bruna me contou o que aconteceu.
-Pois é parece que eu não fui rápida o suficiente, mas eu não deveria estar surpresa não é mesmo? A vida gosta de me passar rasteira sempre que algo está começando a dar certo, o universo me odeia. –falei atropelando as palavras.
-Você está... bêbada? Ela está bêbada? Deixou ela beber? –perguntou Duda à Bruna.
-Você queria que eu fizesse o que? Nem mesma eu conseguiria impedi-la nesse momento, preferi ficar e fiscalizar, ela ainda está bem quando eu ver que ela está exagerando eu levo ela pra casa.
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Consequências do Amor
Любовные романыQuando Clara vai trabalhar em sua casa, Ana começa a ter sentimentos até então desconhecidos por ela. Depois de várias voltas Ana vê sua vida e tudo o que acreditava mudar de caminho. Mais ainda quando se vê apaixonada por quem menos esperava. Entr...