Jantares!

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Acordei e já era noite, estava meio atordoada por conta dos remédios

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Acordei e já era noite, estava meio atordoada por conta dos remédios. Da sala vinha uma música internacional em volume baixo, olhei em volta estava tudo organizado e o cheiro de limpeza que sumiu era incontestável. Caminhai até a sala, e pelo caminho, quase não reconhecia onde eu estava, tudo estava diferente, desde os móveis aos tapetes do apartamento e cheiros.

-Oi. –disse entrando na sala.

-Oi meu amor, dormiu bem? –perguntou minha mãe que estava em pé na cozinha.

-Como um bebê, não dormia assim há meses. –respondi.

-E como está se sentindo, está melhor? –perguntou ela.

-Sim estou bem. Vocês tiveram um trabalhão aqui hein, mudaram tudo, limparam tudo, até me lembra de quando Clara e eu nos mudamos para cá.

-Eu imaginei que se sentiria assim, e foi por isso também que eu mudei algumas coisas de lugar, pra não ficar tão parecido assim. Tudo bem?

-Sim, é bom ver esse lugar assim de novo. Eu quase acabei com tudo né. –disse abaixando a cabeça.

-Você teve uma fase ruim, mas agora passou, nós vamos te ajudar a sair dessa e voltar a ser quem você era. –indagou minha mãe fazendo carinho no meu cabelo.

-Falando em nós, cadê as meninas?

-Elas foram ao mercado, até por que na sua casa não tem comida, e você precisa comer.

-Realmente, tudo nessa casa estava uma decadência.

Nesse mesmo instante Bruna e Amanda abriram a porta e entraram com um monte de sacolas plásticas do supermercado.

-Que isso, vocês estão malucas? Pra que esse tanto de coisa? Eu nem como tudo isso. –falei me levantando do sofá.

-Nem se estressa que aqui nem tem tanta comida, tem frutas e legumes também, e por mais que eu fosse contra Amanda ainda pegou um monte de besteira pra você comer porque ela disse que você gosta. –disse Bruna ironizando.

-Mas ela gosta mesmo, e voltar com a alimentação assim do nada depois de tanto tempo é meio difícil, ela vai ir com calma. –respondeu Amanda.

-Gente isso aqui é comida demais pra uma pessoa sozinha, eu não como nem a metade disso no mês.

-Isso tudo foi ideia da Amanda, nem olha pra mim, eu só ajudei a pagar e levei o carrinho. –indagou Bruna.

-Amanda? Você sabe que eu não como nem metade disso, tem comida aqui pra no mínimo duas pessoas. –falei pegando um pacote de arroz integral.

-É, então... eu estava pensando que talvez pudesse passar um tempo aqui com você. Claro que eu iria conversar com você, mas é que como eu terminei com a Gi... eu não queria ter que ir pra casa da minha mãe de novo, e as coisas ficam um pouco complicadas depois que a gente volta do exterior e...

-É claro que pode Amanda, vai ser a melhor coisa, ter você aqui comigo. –falei a cortando, já que ela estava se atrapalhando toda só pra pedir para ficar comigo no ap.

-Isso, valeu Ana, você é a melhor amiga sem dúvidas.

-Eu acho uma ideia brilhante, Amanda vai ter um lugar pra ficar, e eu não fico tão preocupada por você estar sozinha. –disse minha mãe sorridente.

Guardamos todas as compras e elas fizeram o jantar. Comemos todas ali junta, rindo de coisas do passado, eu me sentia bem novamente, me sentia viva de novo, sentia que a vida poderia ter sentido novamente. Naquela noite eu esqueci por algumas horas a dor que era não ter a Clara por perto.

Algumas semanas mais tarde eu já estava no final do tratamento de controle de bebida, claro que depois do tratamento eu ainda iria continuar com acompanhamento até Deus sabe quando. Amanda havia se tornado uma colega de ap incrível, nos dávamos super bem, e o sonho de adolescente de morarmos juntas estava se tornando realidade.

-Oi –disse me jogando no sofá.

-Oie, e ai como foi? –perguntou ela da mesa onde estava trabalhando.

-Ah, a mesma coisa de sempre, nada de novo nem especial, sempre a mesma ladainha.

-A ladainha que salvou a sua vida.

-É, salvou. –respondi revirando os olhos.

-Estava pensando em fazer um jantarzinho hoje aqui com as meninas, o que você acha?

-É parece legal, faz algum tempo já que a gente não fica juntas.

-Parece que a Bruna e a Duda deram realmente certo né? Todo esse tempo juntas. E eu que achava que a Bruna nunca iria te superar. –disse Amanda soltando um sorriso sarcástico.

-Ah para, Bruna foi especial na minha vida e eu na vida dela, mas não tinha espaça pra mais do que amizade.

-Me diz uma coisa, como é passar um tempo vendo a pessoa nua e depois ter que fingir que nunca viu ela nua porque a namorada dela também é a sua melhor amiga agora? –perguntou Amanda em meio às gargalhadas.

-Ai, eu desisto de você, você é cruel. –falei me levantado indo em direção ao banheiro rindo dela.

-Vou perguntar isso pra ela hoje à noite –retrucou ela.

As horas passaram e nós começamos a arrumar as coisas para o jantar. Já estava quase tudo pronto e então ouvimos a campainha tocar, eram elas. Elas entraram e começaram a tomar um vinho, e é claro que me fizeram ficar no suco.

-Nossa essa comida está incrível. –disse Duda com comida ainda na boca.

-É, parece que a Amanda foi forçada a aprender a cozinhar nos EUA, já que a Gisele não levantava uma palha. –falei rindo.

-Ah, ela sempre foi rica, nunca precisou fazer nada, ela queria pagar uma empregada, mas eu não tinha dinheiro pra isso e com certeza não queria depender do dela. Então eu tive que aprender a me virar. Até porque uma empregada nos EUA ganha uma fortuna, e nem eu estava ganhando isso. Vocês só acham eu a vida no exterior é fácil, mas é pauleira –falou ela em tom sério, mas ao mesmo tempo descontraído.

-Mas que bom que você aprendeu, isso realmente está ótimo. –elogiou Bruna.

-Preciso fazer uma pergunta, e é você quem vai responder Bruna. –soltou Amanda em meio a um gole na taça de vinho. Eu a olhei com os olhos arregalados.

-Amanda? Acho bom não ser o que eu estou pensando. –disse.

-Que pergunta? –perguntou Bruna curiosa

-Não é nada, desconsidera. –falei olhando para elas.

-Que graça teria esse jantar se a gente não soltasse umas perguntinhas dessas.

-Não tem graça Amanda.. –falei a olhando.

-Fala ai Amanda –concedeu Duda.

-Só quero saber como a Bruna se sentia e se sente em saber que via a Ana nua e agora saber que ela é amiga de vocês duas. –disse Amanda na maior cara de pau sem nenhum tipo de constrangimento. O silêncio tomou conta da cozinha, até que Duda começa a rir. 

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