Desejos!

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Capítulo XVI

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Capítulo XVI


Estávamos paradas uma em frente a outra, e enquanto ela me contava que Mikaela sabia do beijo que demos na boate, a minha mente viajava para longe, porque era exatamente o que eu queria fazer, estar longe dessa loucura toda.

-Certo, e o que exatamente ela sabe sobre isso? -perguntei me levantando

-Sabe que nos beijamos, ela estava lá e viu.

-Ou ou ou, calma. Ela estava lá?

-Sim. E não, eu não sabia que ela estava lá, fui saber dias depois quando ela veio até mim e... -ela parou de falar nesse momento, parecia ter engasgado com as próprias palavras.

-E o que Clara? -questionei.

-Nada, foi isso, ela veio até mim e disse que tinha visto o beijo e ficou chateada, porque não imaginava que eu poderia fazer aquilo com ela, já que tínhamos acabado de terminar, foi onde nós conversamos e resolvemos nos dar mais uma chance. Só isso.

-Só isso?

-Sim.

-Tem certeza? Porque eu tô achando que tem mais alguma coisa aí. -insisti.

-Não, não tem. Foi só isso -nesse momento Isabel resolveu que era a hora perfeita para chorar. -Bom o dever me chama, desculpa tudo isso Ana, e seria muito bom se você esquecesse esse dia, foi tudo muito estranho, e por favor não se mete nisso tá?

Clara estava certa de que eu havia acreditado nesse papo de que "era só isso", eu sabia que tinha algo a mais, só precisava juntar as peças. Voltei para meu quarto e me deitei, minha cabeça estava a mil, ficar imaginando o que Mikaela estava sentindo por mim, uma mistura de raiva com ciúmes, uma pessoa com esses sentimentos pode se tornar muito perigosa, foi quando imaginei uma coisa doida, porém não impossível, e se Mikaela fosse a mulher do carro da outra noite? Não seria impossível, eu não lembrava a aparência da mulher e o carro não era o mesmo, mas quem descartaria essa hipótese? Eu não com certeza. Agora eu estava disposta a tirar toda essa história a limpo. De tanto pensar e repensar deitada na cama, acabei pegando no sono.

Os dias foram se passando, e meu caminho quase nunca se cruzava com o de Clara, parecia que estávamos nos evitando, mas eu só estava muito ocupada. Já era semana das provas finais da faculdade e eu estava estudando muito, quase nunca saia do meu quarto, e quando saia não a via.

Até que em uma noite eu estava muito estressada com tudo, com o trabalho, as provas, o problema com o Tony, a história da Mikaela e tudo mais, então resolvi sair do quarto e ir até a calçada par fumar um cigarro, eu não era de fazer isso, fumar não era minha praia, mas quando eu estava exaltada dessa forma, fumar me acalmava. Enquanto fumava olhava para o céu observava as estrelas, elas tinham um brilho realmente lindo, mas meus pensamentos foram atrapalhados pelo bater do portão:

-Fumar faz mal à saúde -disse Clara sorrindo.

-Uma vez só pra aliviar o estresse não faz não -falei retribuindo o sorriso.

-Pode até ser, mas se eu fosse você não fumaria, acabam com os pulmões.

-Me lembrarei disso no próximo que eu ascender -falei novamente sorrindo. Nesse momento Mikaela parou com o carro em frente de casa, clara me olhou.

-Bom boa noite Ana -baixou a cabeça e entrou no carro.

-Até amanhã Clara. -falei na intenção de irritar mesmo. No mesmo momento meu celular vibra:

"Amanda:

E aí, bora pra boate hoje?

Ana:

Hoje não, preciso estudar.

Amanda:

Ah que isso Ana, amanhã estudamos juntas, já fazem três semanas que não saímos. Vamos

Ana:

É muita coisa pra minha cabeça Manda, vou ficar em casa e descansar.

Amanda:

Tô saindo de casa, já já estou ai.

Ana:

O que? Não. Eu disse que não sua doida, não vou sair de casa.

Amanda:

Eu espero que a hora que eu chegar aí você esteja pronta Ana, saindo."

Amanda não me deu muita escolha, ela estaria em minha porta em pouco tempo, então subi e comecei a me arrumar. Quando ela chegou eu já estava pronta, coloquei uma camiseta vermelha, uma calça jeans e tênis, amarrei uma blusa à cintura. Fomos para boate e como sempre Karen e Brenda já nos aguardavam na fila, e como sempre entramos e fomos beber. Depois de várias músicas, várias bebidas, vários cigarros e claro muita dança, eu me joguei no sofá da boate que ficava na área vip.

-Oi amiga, viu o carinha ali? Está te secando há um tempo já. -falou Karen.

-Quem?

-Aquele ali no começo da escada. -era um cara fofo, branquinho cabelos pretos bem vestido, o problema é que parecia jovem demais, e eu ainda estava com Tony querendo ou não.

-É, ele é fofo.

-Fofo? Faça mil favores né Ana, ela está ali te dando "mó" moral e você diz que ele é fofo? Isso que dá acostumar com namorado rico -disse ela saindo irritada do sofá, eu me levantei e fui até o bar rindo, parei no balcão e pedi uma cerveja, quando olho para o lado tive a livre impressão de ter visto Clara entrando no banheiro, e claro que a minha curiosidade foi maior que eu, fui atrás para tirar a dúvida. Entrei no banheiro procurei em todos os boxes, mas ela não estava, talvez tenha sido só a minha imaginação mesmo, ou a vontade de ver Clara, é isso eu estava bêbada e fora de controle era bom mesmo ter sido só a minha imaginação. Quando me virei para sair do banheiro ela estava lá, era ela parada em minha frente:

-Procurando alguma coisa? Ou... Alguém Ana? -disse com aquele sorriso encantador que só ela tinha.

-Imaginei mesmo ter visto você, vim conferir se eu não estava vendo coisa demais -falei me aproximando dela.

-Pois é, pode ver que não está vendo coisa demais, eu estou bem aqui -sussurou em meu ouvido. Meu corpo todo estremeceu nesse momento.

-Sabe, eu não consigo parar de pensar naquele beijo.

-Ana, Ana, concordamos que iríamos esquecer esse beijo.

-Acho que eu não segui com o combinado então, me prende -falei eu em seu ouvido dessa vez, ela se esquivou, colocou a mão sobre meu rosto e disse:

-Te prenderia em minha cama sem dúvida -e deu um sorriso malicioso.

-Garota, você é encrenca -disse sorrindo puxando ela pela cintura. Estávamos próximas, nossas mãos baixas segurando uma a outra, nossos olhos se encaravam, a vontade que eu tinha de beija-la era enorme e eu estava disposta a fazer isso, aqueles lábios me chamavam, fui encostando minha boca na sua e ouvimos a porta do banheiro abrir:

-Que merda está acontecendo aqui?

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