Sala de espera!

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CAPÍTULO XIX

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CAPÍTULO XIX

Acordei algumas horas depois assustada parecia que estava perdendo a hora para algo, Amanda havia jogado um cobertor em cima de mim que havia pedido para a enfermeira.

-Oi bela adormecida, que bom que acordou já estava ficando entediada aqui sozinha, te trouxe um café toma. -disse me entregando o copo.

-Dormi por quanto tempo?

-Umas quatros horas

-E veio alguém aqui nesse tempo? Como ela está? -perguntei me levantando.

-Ha algumas horas veio uma médica aqui, disse que havia tido complicações na cirurgia dela, ela estava com muita hemorragia no abdômen, perguntou se ela poderia receber sangue eu disse que achava que sim né, afinal é pra salvar a vida dela, e disse que voltaria para dar mais informações, mas até agora nada.

-Mas ela está bem?

-Pela demora, ela ainda está viva e é o que importa, se tivesse acontecido algo eles avisariam, acredite a demora é boa. -indagou ela.

Senti-me para tomar o café, a sala de espera estava quieta só havíamos nós e um casal, eram 4h da manhã e eu estava tomando 300 ml de café puro, para mim isso era novidade. Percebi estar sem celular, precisava falar com minha mãe ela deveria estar preocupada então pedi o celular de Amanda. Falei com minha mãe acalmando-a dizendo que tudo estava bem e que não precisava se preocupar. Assim que desligue o telefone surgiu uma médica na porta da sala de espera, imediatamente eu me levantei e já fui logo perguntando:

-Oi Dra. Como é que ela está?

-Vocês que estão acompanhando a Clara?

-Isso, sim somos nós -respondi

-Oi sou a Dra. Sara, pois bem a cirurgia correu bem, tivemos algumas complicações no meio, mas conseguimos resolver, ela teve uma perfuração no intestino, o abdômen estava com hemorragia, ela quebrou um braço e também uma perna, o rosto está cheio de hematomas, mas ela vai ficar bem, estamos cuidando dela e quando sair vai precisar de ajuda para se recuperar. -explicou a médica.

-Ai meu Deus tadinha dela. A senhora tem alguma ideia do que poderia ter causado tudo isso? -perguntei.

-Eu esperava que vocês pudessem me responder, a forma com que essa garota chegou aqui poderia ter morrido, tudo nela indica que ela foi espancada brutalmente.

-Espancada? -resmungou Amanda.

-Sim. Toda fratura do corpo dela aponta para isso, muito parecido com muitos casos de violência doméstica que recebemos. Tem certeza que não imaginam o que aconteceu?

-Não, ela apareceu no portão de casa dessa forma já, ela não conseguiu falar nada, estava sem nada também, eu não descartei a hipótese de um assalto e de ela ter reagido.

-Pode ser, mas dificilmente uma vítima sai viva de um assalto se reagir, muitas vezes eles estão armados e fazem o pior. -disse a médica.

-Mas que bom que ela está bem né Ana, os fatos vamos saber quando ela acordar. -interrompeu Amanda

-Claro, nós podemos vê-la? –perguntei.

-Sim, as enfermeiras a estão levando para o CTI, quando ela estiver pronta uma delas buscam vocês.

-Obrigada Dra. -agradeci.

-O que será que aconteceu com ela? Metade do corpo dela está quebrado. –indaguei

-Calma, o importante é que ela está bem, e quanto ao que aconteceu, só ela poderá nos dizer vamos espera-la acordar, enquanto isso não surta tá? -disse Amanda me abraçando.

Enquanto ela me consolava uma das enfermeiras nos chamou pra acompanha-la até a CTI onde Clara estava, ao entrar no quarto fiquei assustada ao vê-la, estava cheia de curativos pelo rosto, braço e perna engessados, cada parte daquele corpo branco como neve agora estava roxo. Me aproximei de sua cama e peguei em sua mão, não estava tão quente como de costume.

-Olha só, o que fizeram com você? -disse passando a mão em seu rosto.

-Ana...

-Eu sei, esperar ela acordar pra ter as respostas. -interrompi já dando a resposta.

-Não é isso, eu só ia te fazer uma pergunta.

-Ah, desculpa pode falar.

-Nada demais, eu só estava aqui pensando, tá se preocupando bastante com ela né, ela é só a babá e você até dormiu em uma cadeira pra esperar por ela.

-É, eu me preocupo sim, fazem meses que ela trabalha em casa, é como se fosse da família

-É, mas será que é só isso?

-Como assim?

Amanda me olhava desconfiava, ela tinha algo em mente e eu não imaginava a pergunta que ela faria.

-Será que é só por ela trabalhar na sua casa mesmo? Ou será que tem algum sentimento a mais?

-Sentimento? -nesse momento Clara apertou a minha mão de forma leve, virei o rosto para ela e ela estava acordando, abria o olho bom com dificuldade.

-Ana... -sussurrou baixinho.

-Oi, sou eu, tô aqui vai ficar tudo bem.

-O que... O que aconteceu?

-Você se machucou, e muito está no hospital agora, estão cuidando de você.

-É mesmo? Por isso meu copo todo está dolorido assim?

-Sim é por isso, você se lembra o que aconteceu? -perguntei.

-Eu... minha cabeça dói.

-Seria melhor que descansasse um pouco, não é bom se esforçar ela acabou de acordar. -disse Amanda se aproximando da cama.

-Isso melhor você descansar um pouco. -falei passando a mão sobre seus cabelos loiro. Ela adormeceu novamente acredito que tenha sido devido aos remédios. Me sentei na cadeira que estava ao lado da cama quando percebi que Amanda me encarava.

-Que foi? -perguntei.

-Ana, você está gostando da Clara? Tipo, romanticamente?

-O que? Não, eu só me preocupo com ela, ela...

-Faz parte da família, é você já disse, mas quanto mais você fala, menos eu acredito que seja só isso, eu já percebi a forma que você olha para ela, não é como se olha alguém da família. -falou me interrompendo.

-Ai Amanda não tem nada a ver, não começa tá.

-Ai Ana eu tô vendo, ninguém está me contando não, você ta curtindo ela.

-Eu não tô, isso é coisa da sua cabeça, eu só fico preocupada.

-Ta certo eu tô fingindo que eu estou acreditando ta? Vou pegar mais um café, com licença.

Amanda saiu do quarto bufando pelas orelhas e eu fiquei ali sentada ao lado de Clara observando-a dormir.

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