Sentimentos escondidos!

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Depois de muito falatório e de perguntas da minha mãe na cabeça eu voltei para o trabalho somente para bater o ponto de saída, já que passei praticamente todo o tempo com Clara no hospital. Assim que sai do prédio onde eu trabalhava passei em frente a uma casa de bolos que tinha aberto por ali e resolvi entrar para conhecer, olhei em volta, vi os produtos, peguei uns docinhos que estavam em uns potinhos que eu sabia que Clara iria adorar, caminhei até o balcão para pegar um pedaço de bolo e pagar, a balconista estava de costa então pedi o pedaço de bolo.

-Com licença pode pegar um pedaço desse bolo para mim? –pedi me abaixando para ver a vitrine, a balconista pegou o pedaço de bolo e o colocou em um recipiente.

-Boa escolha esse é o bolo que mais tem saído desde que abrimos, espero que goste. –disse ela virando-se para mim, aquela voz não era estranha e eu a reconheci.

-Bruna?

Ela se levantou

-Ana? Que mundo pequeno, em uma cidade grande dessa você veio parar logo na minha doceria? –disse sorrindo

-Sua doceria?

-Sim, está olhando para a mais nova empreendedora da cidade

-Ai que legal, eu não imagina que esse lugar seria seu, está tudo muito lindo Bruna, e claro que você merece cada conquista.

-É demorou um pouco, mas eu consegui, esse aqui é meu sonho. –disse ela olhando em volta sorrindo.

-Eu fico muito feliz mesmo por você. Bom passa esses pra mim?

-Pode levar, é por conta da casa.

-Não que isso, e faço questão.

-Que nada, eu que faço questão Ana pode levar, se não qual a graça de ter uma ex namorada dona de uma doceria se não puder comer de graça –disse ela rindo, eu sorri.

-Bom, na maioria das vezes as ex jogam coisas nas caras –falei rindo.

-Mas não eu, eu sou evoluída.

-Mesmo depois de tudo o que eu fiz com você?

-Você não fez nada Ana, só ama outra pessoa, não posso obrigar ninguém a me amar –falou ela com aquela voz suave e calma.

-É pode até ser, bom, obrigada pelo bolo e... Boa sorte nessa sua nova etapa, eu torço muito por você.

-Eu também torço muito por você, e por Clara também, espero que vocês consigam superar isso e serem felizes, e isso é de coração.

-Eu sei que é, e obrigada por isso. Vou indo. –falei pegando as coisas

-Até mais.

Andando até a porta eu comecei a me lembrar de tudo que eu e Bruna tínhamos vivido, ela foi a minha primeira garota na cama, e ela havia sido tão gentil comigo, incrível. Fiquei imaginando o ser lindo e evoluído que ela era, depois de tudo o que tinha acontecido entre nós e ela não ter raiva, me virei e voltei ao balcão:

-Bruna, posso te fazer um convite?

Ela se virou para mim sorrindo e respondeu com a cabeça que sim.

-Eu, bom, pode ser que ache um pouco estranho o que eu vou te pedir...

-Ué não era um convite? –perguntou rindo.

-Mas é, só que é um pedido também –respondi devolvendo o sorriso.

-Certo, o que é tão complicado assim?

-Eu... bom eu queria que você fosse a minha madrinha, e eu sinceramente vou ficar muito feliz se você aceitar.

Ela ficou parada pensativa, parecia não entender bem o que eu estava pedindo ao certo.

-Madrinha?

-Ok eu te deixei confusa, desculpa, o caso é que... eu pedi a Clara em casamento e preciso de uma madrinha, no caso mais uma porque a Amanda já é uma –disse rindo de nervoso.

-Casamento? Nossa... eu não, por essa eu não esperava.

-Eu fui muito rápida te chamando? Você acabou de voltar né, acabamos de nos reencontrar eu não sei se...

-Ana, respira –falou rindo. –Fica calma, é compreensivo que você a tenha pedido em casamento, digo com tudo o que está acontecendo com ela. É uma bela atitude da sua parte.

-Eu não estou fazendo isso por ela estar doente, eu a amo de verdade.

-Eu sei, e como sei. Sim, eu aceito. E eu espero que vocês escolham vestido que sejam a minha cara entendeu? –falou rindo.

-Relaxa vai ser coisa bem simples, obrigada por aceitar, não sabe como isso é importante para mim.

-Não precisa agradecer, Clara está viva por minha causa também, eu sou culpada de ter juntado vocês duas afinal, então nada mais justo que eu ver esse final feliz.

-Você é incrível Bru, obrigada por tudo, e obrigada por aceitar.

-Me liga depois pra gente combinar certinho. –disse sorrindo

-Claro, até mais.

Sai da doceria e fui direto para casa, chegando dei de cara com Amanda saindo de lá.

-Tá indo embora agora? –perguntei

-Não me julga, eu precisava dormir e a minha mãe nunca iria deixar eu ficar na cama até essa hora.

-Você não vai tomar jeito nunca?

-Vou, quando você se casar comigo –falou rindo.

-Entra na fila então, pedi a Clara em casamento ontem.

-Sério? –ela perguntou séria.

-Sim, e ela disse sim. Já contei pra minha mãe e convidei a Bruna para ser a minha madrinha, e claro que te quero do meu lado também, você topa né?

Amanda estava séria, ela não fez piada ou se quer ficou zangada por eu ter chamado Bruna antes dela, ela apenas me olhava sem reação.

-Amanda?

-Eu... eu tenho que ir, tô atrasada já. A gente conversa depois tá bem. –falou saindo pelo portão entrando no carro, ela nunca tinha saído assim de uma conversa nossa, achei estranho porém deixei ela no tempo dela. 

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