Caminhando para a rotina

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Capítulo 3
 
Fui aos poucos me acostumando com tia Luci e com sua rotina, ela passava o dia todo na fábrica e isso não me incomodava, eu ficava em casa tendo aulas particulares e brincando quando podia.
           Senhora Sophie (Nos Estados Unidos nós sempre chamávamos pelo sobrenome pessoas que não eram muito próximas, mas não conseguia evitar chamar minha professora de senhora, porque era uma forma de respeito) minha professora me cobrava demais para uma criança de 7 anos mas não ligava, ela já era idosa por volta dos 60 anos e seus cabelos brancos me lembravam algodão- doce fofinho e macio.
           Eu olhei para o relógio e vi que todas as aulas tinham finalmente acabado e pulei da cadeira de alegria o que fez senhora Sophie sorrir e as gargalhadas dizer:
- Você é tão inteligente mas como toda criança só quer brincar- Fiquei vermelha e me escondi em meio a cortina de flores da sala.
           Ao me despedir da senhora Sophie corri para cozinha onde tia Luci preparava uma coisa verde e bem estranha que eu não fazia ideia do que era, ela havia chegado a meia hora mas como sempre nunca atrapalhava as aulas,  e ia direto pra cozinha ou pro quarto preparar comida e relaxar. Ao ver minha cara ela disse:
-Clark isso é salada e não um monstro, isso fará bem para você.
Comi a salada com uma careta, sempre me parecia que estava comendo mato, e com certeza eu não era uma vaca, então pra quê comer aquilo? Depois de engolir as porções de mato fui me deitar meio cambaleante esperando tia Luci chegar com seu sorriso de puro carinho, pensei que ela nunca seria minha mãe mas eu a amava. As vezes pequenas ações podem fazer uma grande diferença, naquele dia foi uma história sobre uma guerreira que lutou para proteger o príncipe de todos os perigos que tinham do lado de fora do castelo, eu ri com a guerreira que lutava contra dragões grandes e tontos. Naquela noite sonhei com um céu estrelado que mudava para um cenário cheio de neve e o som que se ouvia eram de gargalhadas e sorrisos.

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