-"Vamos lá minha querida, a casa de banho é aqui no quarto."-
-"É normal ainda ter muitas dores?"- pergunto quando me guia para a porta do Wc.
-"Estás dorida, por isso, sim é mais que normal. Mas uma menina bonita como tu recupera rápido com uma semana e mais poucos dias para descanso."-
-"Espero que sim. Porque se faltar aos treinos a minha mãe passa-se, mas eu não me importo de faltar."- desabafo.
-"se gostas, porque não te importas de faltar?"-
-"Quem disse que eu gosto?"- direciono o meu olhar para ela, em modo de "não, não gosto".
Estamos à entrada da porta, não queria pedir ajuda, mas preciso. Entramos e ela encosta-a caso o H venha ai.
-"Pode-me ajudar?"- a casa de banho tem um espelho grande que me reflete. Cara branca e olhos desgastados. Algumas nódoas que predominam no lado direito revelam-se.
-"Isso vai passar"- diz quando se apercebe para o que estou a olhar.
-"Posso ajudar sim, precisas do que?"--"Acho que me consigo sentar sozinha... só queria humm..."- sim estou com vergonha, muita -"algo para me trocar"-
-"Qual preferes?"- ainda bem que me entendeu.-"Penso, por favor. Ontem, humm, quando vim..."-
-"Não te preocupes"-
Embaraçoso...demasiado para mim, é uma coisa normal mas mesmo assim........
Quando já estou pronta, vejo no espelho o maior hematoma do meu corpo, começa na cintura e percorre o início da coxa, o hematoma mais forte...
Que horror.
Estou em desespero, não quero ver mais isto. Cai-me uma lagrima do olho.-"voltei"- diz o Hugo, ainda quando eu e a enfermeira estamos na casa de banho. -"Alo?"-
-"Podemos ir?""-
-"Sim sr. Enfermeira"- auxilia-me como à pouco, e abre a porta.
Estamos num hospital privado, claramente. Nota-se pela atenção que me está a dar, mas esta senhora não parece dar atenção só por ser num privado, ela é mesmo simpática.
O Hugo não está só.
Tem o Tiago consigo, até pensei que era a minha mãe. Nem sei se estou feliz ou triste por ele me ver neste estado.-"Pode deixar, eu trato de a levar para a cama enfermeira"- avisa o meu irmão, e aproxima-se para fazer o que disse
-"Come o iogurte minha querida, qualquer coisa chama. O médico vai passar à noite para ver como estás."- sorri e vai embora.
Esboço um pequeno sorriso como forma de agradecimento.O Tiago está-me a avaliar de cima abaixo, o meu coque já não está mais em condições, o que deve ser hilariante de ver. O meu aspeto não tem nada bonito de se ver para ser sincera. Ele ainda não disse nada, só olha.
-"Mais devagar Hugo. Seu Troxa."- está a andar normal, mas neste momento é muito depressa para o meu estado.
-"Desculpa. Como te queres sentar na cama?"-
-"Tudo menos como estive durante ontem à noite."-
As dores estão a aliviar, pouco mas estão. Faço cara feia, quando me sento como quero, pernas para fora da cama, para que possa comer como uma pessoa normal.
-"Ai"- a minha anca, fodasse.
Enquanto o Hugo ajeita-me cuidadosamente com almofadas e eu o encho de nomes por me fazer estremecer de dores- não é a lhe chamar nomes a ser maldosa, e ele entende. Um "xingamento" amigável- o Tiago chega-se à frente com a colher e o iogurte.
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Do outro lado da pista
RomansaAo que parece ser a história típica de adolescentes se apaixonarem, esta história mostra muito além disso. O foco é a Marta, a vida e o sonho da Marta. As pessoas que a rodeiam, uma mãe controladora, a melhor amiga da infância, um irmão sempre lá...