Capítulo 01

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QUATRO ANOS ANTES...

— Detetive Reed, chegaram mais esses casos para o senhor. — Coloco umas sete pastas pretas sobre minha mesa e eu agarro meu topete o puxando.

— Obrigado, Chase Becker. Mas não seria mais fácil ter me enviado pelo computador? Mundo modernizado! — Eu sorrio sem jeito para o detetive.

— Me desculpa senhor. Isso foi a mando do Superintendente. — Ele assente retirando os óculos dos olhos.

— Pode deixar aí, não se preocupe. Agora pode ir pra sua casa, parece que seu turno chegou ao fim por hoje... — Ele diz observando o relógio em seu pulso.

— Finalmente! Preciso correr pra casa! — Digo animado contando as horas para ver minha esposa. Maya está bastante feliz, ela havia me dito ao telefone que ia fechar um caso muito importante. Infelizmente não pude saber do que se tratava porque me chamaram para o patrulhamento.

Numa mensagem de texto, ela disse que tinha uma surpresa para mim essa noite e eu espero que seja o que estou pensando. Desde que nos casamos no civil, eu e Maya temos tentado ter um bebê.

Eu e minha esposa temos a mesma idade e nos casamos no civil a pouco mais de sete meses. Nos conhecemos na universidade de San Francisco, enquanto eu cursava jornalismo, Maya cursava política, até que optamos pelo pós-graduação de direito.

Maya se tornou advogada criminalista e eu me tornei um oficial da polícia de San Diego. Maya e eu decidimos esperar para casarmos oficialmente quando consolidássemos nossas carreiras. Por essa razão, levamos tantos anos para casarmos no civil, apesar de morarmos juntos a uns dois anos no bairro Pacific Heights.

Quando eu estava chegando em casa, meu celular começou a tocar. Vi que era da minha unidade de policiamento. Suspirei pesado. Se estão contando comigo para cobrir um colega, esquece que hoje não vai dar. Eu tenho um jantar especial com a minha esposa.

O celular tocou insistentemente e eu o coloquei em viva voz e decidi atender.

— Pois não?

— Boa noite, Chase... temos uma notícia para lhe dar. — Franzi o cenho, confuso.

— O que aconteceu? Não me diga que precisará que eu cubra alguém essa noite? Infelizmente não vai dar eu...

— Não, não é isso! — Lindsey suspirou pesadamente e eu estranhei. Eles nunca são de rodeios e se estava existindo, algo de muito grave ou estranho aconteceu.

— Fala logo, Lindsey? O que está acontecendo?

— A sua esposa, Chase... — Senti meu coração querer pular para fora da caixa toráxica.

— Fala de uma vez, o que aconteceu com a Maya! — Exijo sentindo meu corpo formigar de ansiedade.

— Ela foi baleada no peito e acho melhor vir pra cá. — Naquele momento parece que meu corpo congelou com a notícia.

— Como...como assim? Em qual hospital ela está? — Lindsey me disse aonde estaria a Maya e eu corri pra lá, desesperado.

— Ela não está em hospital, Chase. Estamos na cena do crime. — Aquilo só significava uma coisa, Maya havia morrido.

No mesmo momento minhas mãos tremeram e berrei dando diversos socos no volante.

— Aonde vocês estão? — Lindsey me deu o endereço, era o píer 43. O píer abandonado. O que ela foi fazer naquele lugar?

Por que você tinha que ter ido lá, Maya?

[...]

Estacionei o carro de qualquer maneira e saí correndo. Anunciei que era o policial e marido de Maya Becker.

Quando a observei caída ao chão com um único tiro na cabeça, eu desabei ao seu lado. Eu não poderia mexer nela naquele momento e isso se tornava ainda mais desesperador pra mim.

A minha esposa estava morta, e naquele momento eu também morri por dentro...

— Eu sinto muito. — Lindsey apoia a mão em meu ombro e eu assinto com lágrimas de dor e laceração, ainda em choque, sem acreditar no que eu estou vendo.

— Quem quer que seja vai pagar pelo que fez com Maya. Nem que seja a ultima coisa que eu faça na vida. Estávamos tão felizes, hoje ela iria me preparar uma surpresa, mas olha o tipo de surpresa que eu recebo. — Lindsey resfolegou, assentindo. Pela primeira vez, vi Lindsey emocionada, triste.

— Acho que sei do que se tratava a surpresa. — Ela respondeu com a voz embargada. Eu a encarei com o cenho franzido.

— Como? — Lindsey desviou o olhar, suspirou e agarrou meu ombro novamente.

— Um teste de gravidez esta caído de sua bolsa... ela estava gravida, Chase. — Lindsey responde com a voz fraca.

Naquele momento a terra poderia me engolir, eu perdi minha esposa e meu filho de uma vez só.

Dei um grito de ódio, tentando liberar a dor que irradiava da minha alma, mas era em vão.

Caí com os joelhos sobre o asfalto e chorei, sem sentir vergonha dos meus colegas de profissão. Lindsey me abraçou tentando me dar suporte, mas naquele momento, eu só queria extravasar toda a minha raiva, meu desespero.

Ali não estava um policial, mas sim um homem que acabou de perder sua esposa, mãe de seu futuro filho...

— Nós vamos pegar quem quer que seja, Chase. Não se preocupe. Essa pessoa não vai sair impune. — Lindsey tentou mais uma vez me aliviar, mas a raiva e a revolta me dominavam.

— Eu juro, eu vou colocar as mãos nesse filho da puta e ele ou ela não vai sair vivo dessa. — Pensei em voz alta.

Todos os meus objetivos na vida, morreram quando perdi Maya, a partir de agora, meu único objetivo era pegar o maldito ou a maldita que acabou com nossos sonhos, com a nossa vida. 

Agridoce DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora