Eu engulo a seco observando o rosto sombrio de Chase com a mesma expressão que o conheci.
— Você não vai embora coisa nenhuma! — Chase repete e eu balanço a cabeça sem entender.
— Mas eu pensei que...
— Pensou errado! — Chase corta a minha frase.
— Você quer que aquele maldito te encontre e faça com você o mesmo que fez a sua irmã e a Maya? — Me encolho e percebo que estou a perigo tentando me arriscar.
— Eu não posso ficar presa sem saber de Ava, Chase! — Chase bufou, bagunçado o cabelo.
— Me escuta, nós vamos encontrar a sua sobrinha. Precisa manter a calma. Joe não é nenhum idiota, ele sabe que te tem na mão usando a Ava. Vamos ter um plano pra pegar esse filho da puta e resgatar a Ava das mãos dele. No momento você precisa ser paciente e esperar ele entrar em contato novamente. — Apesar da minha aflição, Chase estava certo e eu precisava confiar nele.
— Tudo bem. Sendo assim... — Chase parecia mais relaxado com a minha aceitação e vi quando ele abriu a carteira, retirando de lá uma chave.
— Eu tenho que voltar para o trabalho, mas vou deixar isso com você. — Franzi o cenho em questionamento, quando ele me entregou a chave.
— Essa chave?
— Essa é a chave do ateliê de Maya. Desde que ela partiu, nunca mexi em nada, mas tô te dando um voto de confiança e livre acesso para mexer nas coisas dela e tentar encontrar a prova que tanto precisa. — Percebi o quanto Chase estava tenso novamente.
Meu peito se encheu de esperança e ansiedade para finalmente tentar encontrar essas malditas provas.
— Você tem certeza disso?
— Sim, Alexa. Fique a vontade... se não conseguir achar nada, amanhã eu estarei de volta e tentaremos achar isso juntos. — Assenti, sentindo meu coração bater apressadamente.
— Obrigada por confiar em mim... — Chase me encarou duramente, me fazendo encolher novamente.
— Faço isso em nome da minha esposa. — Eu assenti em silêncio, sentindo o meu peito sangrar ao notar uma mágoa de Chase para comigo.
Logo Chase acenou e se retirou do apartamento, voltando ao seu plantão.
Eu observei a chave em minha mão e respirei fundo.
— Vamos lá, Alexa. O seu futuro e o futuro de Ava está em suas mãos... — Falei em voz alta e caminhei em direção ao ateliê de Maya.
...
Coloquei a chave na fechadura e com a mão trêmula, girei. A porta abriu e eu suspirei ao me deparar com um lugar que tinha cheiro de mofo de tanto tempo fechado.
Me arrepiei quando acendi a luz e observei aquele lugar sem vida, cheios de quadros emoldurados com paisagens. Inclusive havia uma paisagem inacabada que jamais seria terminada.
Mordi o lábio e comecei a caminhar por entre as telas, comecei a examinar cada local em busca das provas. Com certeza essas provas estavam aqui, nesse lugar.
(...)
Após horas e mais horas, revirando cada canto desse ateliê, minhas esperanças iam morrendo. Até agora eu não consegui encontrar absolutamente nada. Será mesmo que as provas estavam aqui? Será que Maya os abandonou em seu antigo escritório? No quarto de Chase?
Tantas perguntas e minha cabeça dando voltas.
Tomei um susto quando meu celular tocou. Meu coração acelerou, pensando que poderia ser Jason. O tirei do bolso de traz respirei em alívio ao perceber que era Lindsey me mandando uma mensagem para encontrá-la pela manhã no café mais próximo daqui, assim que terminasse o plantão. Respondi de volta confirmando e voltei a vasculhar os pertences de Maya em busca das provas...
HORAS MAIS TARDE...
Eu já me encontrava exausta em busca de algo que não achava. Observei através da cortina e percebi que já havia anoitecido, logo meu estômago já protestava pela falta de alimento desde cedo. Dei um longo suspiro e decidi encerrar por hoje a minha procura.
Após comer algo e tomar um bom banho, me deitei na cama. Observei a hora e percebi que já era tarde. Abri uma foto de Ava na galeria e passei a mão em seu lindo rostinho sorridente. Fechei os olhos sentindo as lágrimas me tomando. Eu estava com medo por ela, aflita de como ela estava se sentindo em meio a isso tudo...
DIA SEGUINTE
Mal consegui dormir, ansiosa pelo encontro com Lindsey e também pelos últimos acontecimentos. Meu celular despertou me lembrando que já estava na hora de me arrumar.
Fiz minhas higienes e logo me tratei de vestir. Daqui a pouco me encontro com Lindsey. Tomara que eu consiga algo esclarecedor sobre o relacionamento de Chase e Maya.
Termino de colocar meu casaco. Ao olhar para a janela e perceber que fará um frio daqueles.
Dou um longo suspiro enquanto fecho os olhos. Espero que logo eu ache essas malditas provas! Observo as horas e vejo que é o momento de eu me encontrar com Lindsey.
(...)
Caminho pelas ruas de San Francisco, me sentindo tensa. Tenho uma leve impressão que estou sendo seguida. Meu coração acelera em ansiedade. Olho para trás e vejo algumas pessoas que caminham na mesma direção que eu.
Finalmente atravesso a rua e entro no café que marquei com Lindsey. Ela já está sentada, tomando uma xícara de café e mexendo no celular. Eu rapidamente me aproximo e ela me encara.
— Chegou na hora certa. — Ela me sorriu tentando passar tranquilidade. Sorri de volta e me sentei.
— Bom dia, Lindsey. Sei que está exausta por causa do plantão...
— Sem problemas. Mas e o Chase, sabe que você está aqui comigo? — Mordi o lábio e neguei. Lindsey franziu o cenho.
— Meu Deus, Alexa! Ele vai ficar desesperado, achando que lhe aconteceu algo quando chegar em casa. Vou mandar uma mensagem para avisá-lo que você está comigo. — Assenti, tentando relaxar enquanto fiz o meu pedido a atendente, que logo me trouxe uma dose extra de café.
— Obrigada, Lindsey. — Ela sorva um pouco do líquido quente e me encara.
— E então, o que precisa saber sobre Maya? — Ela pergunta de forma curiosa e eu ganho um ar enquanto penso na pergunta que irei fazer... preciso tirar as minhas duvidas sobre o caráter de Maya...
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Agridoce Destino
ChickLitChase Blake: Um detetive da polícia de San Francisco, viúvo, só pensa apenas em uma única coisa: Vingar a morte de sua falecida esposa, Maya. Uma advogada criminalista que foi morta covardemente por um tiro na cabeça, interrompendo a sua jovem vida...