Chase Blake: Um detetive da polícia de San Francisco, viúvo, só pensa apenas em uma única coisa: Vingar a morte de sua falecida esposa, Maya. Uma advogada criminalista que foi morta covardemente por um tiro na cabeça, interrompendo a sua jovem vida...
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Após tomar um bom banho relaxante. Me visto com roupas adequadas e bufo nervoso. Antes eu andava seminu pela minha casa e agora terei que me comportar, porque tem uma mulher aqui dentro.
Apanho meu celular e ligo para a minha mãe. Ela atende na segunda chamada.
"Que surpresa, meu filho me ligando! Vai chover canivetes!" — Suspiro colocando a mão sobre a testa.
"A senhora sabe porque eu liguei, mãe. Não se faça de desentendida."
"Não, eu não sei."
"A senhora contratou uma mulher nova para ser minha empregada e ainda a colocou para morar aqui. A senhora lembra do meu juramento no sepultamento de Maya que eu jamais colocaria outra mulher para dormir nessa casa" — Minha mãe fica em silencio por alguns instantes e então fala:
"Filho, não entendo o porquê da graciosa Alexa te incomodar. Não deveria. E pare com essas maluquices, o espírito de Maya deve estar chateado por vê-lo dessa forma. Isso não é bom meu filho.
"A senhora sabe que essa empregada é nova demais e por favor, não fale besteiras. A senhora sabe que um pedaço de mim morreu junto da Maya."
"Querido, se a nova empregada te incomoda tanto, me desculpe o que vou falar, talvez ela tenha mexido com você de alguma maneira. E é bom que ela more aí, você precisa de amizades femininas e não se culpe sobre ela viver na casa que você e Maya compraram juntos. Você e a Alexa estão vivendo sobre o mesmo teto, mas não sobre a mesma cama." — Cerro o punho irritado com as palavras da minha mãe.
"Mãe a senhora sabe qu..." — Eu nem termino de dizer o que quero dizer e ela desliga a chamada. Bufo passando a mão em meu cabelo e atiro o celular na cama, completamente estressado.
Da onde minha mãe tirou que essa Alexa mexeu comigo?
Na minha vida só vai existir uma única mulher e ela se chama Maya e está morta a quatro anos...
[...]
Me sento à mesa e encaro o café da manhã que Alexa preparou para mim. Apanho alguns waffles, coloco o molho de chocolate e dou uma mordida.
Confesso que fico impressionado, estão ótimos, a tal Alexa sabe mesmo cozinhar.
— Senhor Blake, desculpe. Sei que disse que ficaria praticamente invisível, mas... eu preciso que o senhor me diga suas comidas prediletas. Vou ao mercado preciso abastecer as prateleiras para o almoço e jantar. — Suspiro e assinto limpando meus lábios com o guardanapo.
— Bem, eu não ligo pra essas besteiras. Compre o que quiser, vou deixar o cartão com a senha para que faça as compras. — Respondo ríspido e ela suspira.
— Tudo bem... — Anoto a senha para ela num pedaço de guardanapo e entrego um cartão dourado.
— Tome, fique o tempo que quiser na rua. — Ela arqueia a sobrancelha, não diz nada e assente.
Quando ela se aproxima para pegar o cartão, eu observo seu pulso. Aperto o olhar e sem dizer nada, seguro o pulso dela observando sua tattoo.
— Uma flor de lótus com duas iniciais... O.M. — Eu aliso a tatuagem e ela estremece com meu toque sobre sua pele alva e meu cérebro parece engrenar como se essa tatuagem fosse algo familiar.
— Senhor Blake? — Ela me desperta do transe e eu solto seu braço, me sentindo confuso e sem jeito pelo que eu fiz. Percebo seu rosto corado e seus olhos demonstrando algo que não sei identificar.
— Desculpe. Me excedi. — Levanto da mesa sem dizer mais nada e saio em direção ao quarto.
Me jogo na cama e encaro o teto.
Por que essa tatuagem mexeu comigo? O que isso me lembra? Por que a minha memória não me ajuda?
Desperto com o cheiro da cozinha e franzo o cenho. Isso é... Clam Chowder?
Era a comida que Maya preparava para mim na nossa comemoração de mais um mês juntos, desde que viajamos a Boston essa sopa se tornou minha refeição predileta.
Respiro fundo me sentindo puto. Essa mulher está de combinação com a minha mãe e eu não tô gostando nada disso. Saio rapidamente do quarto e entro na cozinha. Ela está terminando de mexer à panela e eu bato na mesa a assustando.
— O que pretende com isso? — Ela se vira de repente e ofega.
— O que está acontecendo, senhor Blake? O que...
— Eu que pergunto que palhaçada é essa? Você invade a minha casa, mexe nas minhas coisas. Espalha decorações femininas pra tudo que é lado, invade minha cozinha e prepara a comida preferida que Maya preparava para mim. — Me aproximo dela e agarro seu pulso. Ela me encara com os olhos arregalados.
— O que está planejando? Quem é você? — Ela engole o ar e eu permaneço próximo a ela a intimidando-a de alguma maneira. Nossas respirações estão bem próximas e sinto sua pulsação acelerar entre meus dedos conforme aperto seu pulso.
— O... o... o senhor está me assustando. Desculpe, eu fiz esse prato porque a sua mãe disse que era o seu preferido. Eu só quis agrada-lo... — Ela abaixa o olhar e eu suspiro a soltando. Inferno! Eu tô ficando louco.
— Desliga essa porra. Eu não vou comer isso. Vou pedir pizza. — Ela assente e se vira para o fogão.
Eu caminho para longe dela e paro na soleira da porta. Antes que eu amoleça, eu decido me trocar e sair para beber em algum lugar.
Ela não deveria ter feito essa maldita sopa. Isso era algo íntimo meu e de Maya. Por que minha mãe está fazendo isso? Se essa coisa continuar, eu serei obrigado a demiti-la.
ALGUNS DIAS DEPOIS...
— Então quer dizer que finalmente tem uma presença feminina na casa do Chase Blake. Que felicidade saber disso! — Lindsey parece animada e eu a encaro.
— Não é como está pensando. Isso é coisa da minha mãe, ela disse que minha casa precisava de uma doméstica para cuidar das coisas. — Dou de ombros desinteressado.
— E essa é bem solicita pelo visto, não é qualquer doméstica que faz tudo e ainda mora lá. — A encaro erguendo a sobrancelha.
— O que quer dizer com isso? — Ela cruza os braços sugestivamente.
— Ainda não me contou como ela é.
— Altura mediana, quase baixinha pra ser preciso, tem cabelos longos escuros e lisos, olhos castanhos como a noite, tem uma pinta no canto esquerdo do lábio superior, não perguntei a idade, mas parece estar na casa dos vinte poucos anos... que mais?
— Até que meu melhor amigo andou reparando demais na nova doméstica. Mas me responda, ela é bonita? — Suspiro colocando a mão no bolso da jaqueta.
— Lindsey...
— Só tô perguntando se ela é bonita. — Rolo os olhos.
— Sim, ela é bonita e já chega. Vamos trabalhar que temos uma missão a ser feita. — Lindsey sorri.
— Claro! Vamos trabalhar! — Assinto e mergulho no trabalho.
Desde o episódio da sopa de mariscos, a tal Alexa evitou bastante contato e eu a agradeci mentalmente por isso. O que eu sei é que ela sai todas as noites dos finais de semana sem hora de voltar e isso me soa estranho.