Capítulo 30

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Chase da um longo suspiro tentando controlar sua impulsividade e assente. Eu me afasto um pouco, me sentindo aliviada. Me sento na beirada da cama, completamente angustiada com Ava correndo perigo.

— Estou desesperada porque ele tá levando a Ava e não sei o que fazer. — Sinto as lágrimas escorrerem pelo meu rosto.

Estou com a mesma sensação que senti a quatro anos atrás quando Olivia foi morta.

— Alexa você vai precisar confiar em mim para trazermos a sua sobrinha de volta. — Eu seco a lágrima caída e encaro Chase com o cenho franzido.

— Como isso? Você não viu? É impossível! — Chase bufa de frustração e bagunça o cabelo.

— Você não imagina a vontade que eu tô em pegar esse maldito e matá-lo com as minhas próprias mãos, mas graças a sua sobrinha eu agirei com a razão. Vamos a delegacia.

— Chase enlouqueceu? Não podemos entregar o Jason. Ele tá com a Ava! Não temos provas o suficiente para colocá-lo na cadeia por causa das mortes e do contrabando. — Chase bufa mais uma vez se aproxima de mim, mas não muito e senta ao meu lado.

— Alexa, ele está mantendo uma criança refém. Apenas isso já e o suficiente para colocá-lo na cadeia, mas é claro que eu sou o detetive. Vou arquitetar um plano juntamente com a minha equipe para não colocarmos a vida da Ava em risco. Você precisa confiar em mim. — Meu coração bate aceleradamente e duvidosa, aceno a cabeça positivamente.

— Tudo bem, mas saiba que se acontecer qualquer coisa com a Ava eu vou te culpar a vida inteira. — Ele me encara impassível e assente.

— Então junte tudo que tem contra ele, conversas, fotos...

— E o que farei com isso... — Mostro a mochila com a echarpe e o revolver. Chase franze o cenho, parecendo revoltado.

— Não podemos mandar essas provas agora. Você colocou as suas digitais na pistola e na echarpe. Ele pode alegar que você o ajudou... precisamos achar essas tais provas que você disse que tem. — Assinto e Chase se levanta.

— Preparada para ir a delegacia?

— Vamos... eu preciso salvar a vida da Ava. Espero que seu plano de certo.

[....]

Após longos minutos de depoimento. Vejo a amiga de trabalho de Chase me encarar com compaixão, após eu relatar tudo que aconteceu comigo até agora.

— Esse homem é nojento. Eu juro que se ponho as mãos nele, sou capaz de lhe esmagar as bolas. — Lindsey responde, revoltada.

— Eu vou conversar com o chefe de polícia. Pedir auxílio de ... — O meu celular toca, cortando a fala de Chase e meu coração se aperta ao ver quem é.

— É ele. — Respondo aos oito pares de olhos que me observam atentamente.

— Atenda. — Lindsey pede e eu respiro fundo, atendendo a ligação. Coloco o celular na viva voz e ouço a voz de Jason.

— Pensei que já estivesse presa. — Engulo seco.

— Por que eu estaria? Não vou assumir um crime que não é meu. — Jason gargalha.

— Oh, não vai me dizer que o corno do detetive Blake deu pra trás em denuncia-la... realmente o chá de boceta foi forte. — Me sinto constrangida com sua fala e percebo que todos ao redor estão revoltados.

— Ele pediu apenas para que eu saísse da casa dele e não voltasse nunca mais, já que acobertei os seus assassinatos. — Rezo internamente para que ele confesse diante a polícia, mas parece que Jason é esperto e sorri.

— Meus assassinatos? Eu não matei ninguém, querida. — Chase dá um soco no ar de revolta e eu suspiro.

— Sim! Você matou a Olivia e a Maya! —Jason gargalha mais uma vez.

— Você sabe que não! Maya era minha amante, Olivia também, ela descobriu sobre Maya e a matou, esqueceu? — Meu coração acelera ao ver Chase caminhar apressadamente na minha direção, mas Lindsey e outro policial, o impede.

— Você matou as duas, Jason. Tudo isso em busca de poder, da policia não descobrir o seu contrabando, o seu tráfico humano!

— Isso mentira! É melhor que você esteja sozinha nesse momento, ou esqueceu que a sua querida sobrinha está sobre meu domínio? Não queira bancar a esperta para cima de mim, Alex! — Sinto a ira tomar conta da voz de Jason e tento pensar em algo rápido.

— Eu quero a Ava de volta, me devolva a minha sobrinha! Eu juro que não faço nada contra você, eu deixo você ir embora...

— Eu nunca vou te deixar se livrar de mim, querida. Você sabe, sou apaixonado nessa boceta gostosa, podemos entrar em um acordo... Eu encaro Chase que vira a cabeça para outro lado. Lindsey me encara e sinaliza positivamente.

— Que acordo?

— Você vem comigo e vamos embora desse continente com outras identidades, viver uma nova vida. Olha que lindo, uma família, eu você e a sua sobrinha? Hum?

— Qualquer Coisa pela Ava...

— E por mim? —Jason pergunta em um tom sarcástico e logo sorri me deixando ainda mais nervosa e irritada.

— Quando vou com vocês?

— Muita calma, princesa. Eu vou pensar com calma, como te tiro desse país e entro em contato. Não precisa de pressa. Até mais, um beijo nessa sua boca gostosa... — Jason desliga. Eu fico paralisada com a mão no ar, segurando o celular, tentando assimilar tudo que está acontecendo.

— Perfeito, Alexa! Agora nos dê seu celular, vamos rastrear esse numero que ele ligou. Vamos saber aonde esse rato está se escondendo. — Lindsey responde.

— Eu não vejo a hora de colocar a mão nesse filho da puta. — Chase parece em outra dimensão de tão revoltado, nervoso que ele está.

— Obrigada por agirem com cautela. Se fizessem alarde, a essa hora a minha sobrinha teria o mesmo destino da mãe... — Respondo emocionada, pegando na mão de Lindsey. Os outros policiais me encaram com compaixão, menos Chase que parece nervoso encarando a janela.

— Não se preocupe querida, faremos de tudo para resgatar a sua sobrinha da mão desse rato. Não faço ideia do quão agonizante deve ser, mas saiba que pode contar comigo. — Lindsey responde e eu assinto.

— Falando nisso, eu preciso conversar com você fora daqui... — Observo pra ver se Chase não está olhando e aproveito o momento para cochichar. — É sobre a falecida esposa do Chase. Lindsey franze o cenho, mas assente.

— Vou anotar seu número, amanhã entrarei em contato para nos encontrarmos pra falar sobre, — Assinto enquanto trocamos o numero de telefone.

— Acho melhor eu ir... preciso arrumar as minhas coisas para ir embora da casa de Chase. — Eu aviso, sentindo um aperto no coração ao saber que finalmente, terei que sair da vida de Chase. Eu tenho certeza que ele não me quer por perto, não depois de descobrir tudo.

— Vá direto para a casa dele e só saia de lá com alguém conhecido, está bem? — Lindsey pede e eu assinto.

[...]

Após arrumar as minhas coisas, começo a me despedir de cada cômodo dessa casa. Meus olhos marejam e eu os fecho, lembrando de cada momento que vivi com Chase aqui. Foram rápidos e ao mesmo tempo intenso, guardarei para sempre na minha memória....

Assim que chego à sala, carregando duas malas, porta se abre abruptamente me assustando. Engulo seco, quando vejo Chase me encarando.

— O que pensa que está fazendo? — Ele pergunta, sério, observando as malas.

— Indo embora da sua casa. Não tem mais nada a se fazer aqui. — Chase bate a porta com força, atrás dele me fazendo estremecer e me encara furioso.

— Não, você não vai embora daqui. — Chase responde com seu tom autoritário e eu arquejo percebendo o quão revoltado ele está...

Agridoce DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora