Pequenos textos de alguém que se afogou com todas as coisas que nunca disse, fez ou sentiu.
Ou
Alguém que espera que palavras cruzem o mundo e mudem o tempo.
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Eu gritei, o mais alto que minha garganta me permitiu.
Gritei e chorei e me debati, eu sofri tudo o que eu poderia sofrer, lentamente, dolorosamente e silenciosamente.
Eu segui, dancei, ri e continuei seguindo. Mas ainda haviam gritos, cada vez mais altos e insuportáveis.
Tudo parece sufocante por que eu estava me sufocando, todos os dias um pouco mais, sem pausa e sem descanso.
Tudo era doloroso e cansativo, até o ponto de me levar a exaustão completa, como uma espécie de loop cruel e que não deixa nem por um segundo que eu me esquecesse da sua presença.
Tudo tinha se tornado tão maçante, tão sufocante que uma parte minha se perguntava como eram as coisas antes. Lentamente, todos os momentos ruins pareciam se sobrepor aos poucos bons.
As vezes, eu mantinha a esperança de que tudo não passava de um pesadelo realista demais.
