Você não me amava, amava a forma como eu te fazia sentir.
Amava a forma como seu corpo respondia ao meu, amava como meus olhos brilhavam quando iam de encontro aos seus, amava os gatos que costumava desenhar em torno das suas cicatrizes, você amava a intensidade dos meus sentimentos. Mas não, você nunca me amou realmente.
Houve um tempo em que costumava mentir para o espelho, me enganando e olhando para o lado quando você ia de encontro a ela. Era ela não? Sempre foi ela.
E eu não me importava realmente, exceto quando você usava meus sentimentos para mascarar seu desejo ardente por outra.
O perigo morava nos seus olhos amáveis, costumava pensar que você nunca seria capaz de machucar alguém. Mas você era, era dolorosamente capaz.
Tudo sobre nós foi reaproveitado, as promessas, os olhares, os suspiros, tudo sempre foi um espelho do que você almejada com ela.
Quando fui embora, você não me olhou nos olhos ou pediu desculpas. A sensação devastadora de incapacidade que senti quando percebi que te amava e isso não era correspondido, foi suficiente para que eu desistisse de tudo. Desistisse com tanta intensidade que, por um tempo, eu desisti de mim.
Quando finalmente pude respirar depois de você, percebi que amar você não era bom, nunca foi. Meu amor sempre foi grande demais para o seu minúsculo cérebro.
Eu não sou ela, e nunca fiquei tão feliz por isso.
- Você não é o suficiente
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Tudo aquilo que eu (não) disse
PuisiPequenos textos de alguém que se afogou com todas as coisas que nunca disse, fez ou sentiu. Ou Alguém que espera que palavras cruzem o mundo e mudem o tempo.