You All Over Me ⁀➷ Wantasha

Sparks Fly

Drop everything now
(Largue tudo agora)
Meet me in the pouring rain
(Me encontre na chuva torrencial)
Kiss me on the sidewalk
(Me beije na calçada)
Take away the pain
(Leve a dor para longe)
'Cause I see sparks fly
(Porque eu vejo faíscas voarem)
Whenever you smile
(Sempre que você sorri)
Get me with those green eyes, baby
(Me surpreenda com aqueles olhos verdes, amor)
As the lights go down
(Enquanto as luzes se apagam)
Give me something that'll haunt me
(Me dê algo que irá me assombrar)
When you're not around
(Quando você não estiver por perto)
'Cause I see sparks fly
(Porque eu vejo faíscas voarem)
Whenever you smile
(Sempre que você sorri)

¤ Segunda-feira, 17 de dezembro de 2029, 10:45 da noite ¤

Natasha não esperava que a chuva viesse no seu pior momento.

Entretanto, ela veio. Com intensidade. E, ao pousar o quinjet numa parte isolada da cidade, onde somente ela e Wanda tinham acesso, Natasha precisou correr.

A chuva forte molhava os seus cabelos ruivos enquanto disfarçava as lágrimas soltadas antes. Felizmente, a rua Cornélia não era tão longe. E Natasha atravessou a porta de sua grande residência, lutando para respirar profundamente por ter corrido há poucos minutos. Colocando a mão no peito, ela tranquilizou sua ofegância e houve um pequeno sorriso quando ela avistou um conjunto de roupas moletom no braço do sofá.

Sua esposa havia deixado.

Natasha removeu suas vestimentas encharcadas ali mesmo, deixando-as caírem no chão. Vestindo somente uma calcinha e um sutiã, ela apanhou o conjunto moletom colocado por Wanda e caminhou ao banheiro do andar de baixo, tomando um breve banho quente. Quando sentiu-se um pouco mais confortável, Natasha procurou algo para comer - sanduíche com pasta de amendoim, um clássico para as suas noites tristes.

Ela não buscou alcançar o andar superior, não estando pronta para avistar Wanda ainda. Por mais que sua mulher tenha sido atenciosa, a sua relação com a sokoviana tornou-se imprevisível. E ela não sabia qual seria o próximo passo da Feiticeira Escarlate. Então, fitando atenciosamente o sofá, a pilha de DVDs de diversas sitcoms acumuladas por Wanda e por Victor, a ideia de permanecer na sala também fugiu de sua mente. E, com passos velozes, ela moveu-se para varanda - sem não antes cumprimentar o Señor Scratchy, que estava encolhido no canto de sua gaiola.

— Ei, campeão... — Natasha sussurrou, observando quando olhos curiosos caíram sobre si. — A sua outra mãe te deu comida hoje? — Analisando o restante da gaiola, ela avistou resquícios de cenouras cortadas, porém não comidas. Um suspiro fraco escapou de seus lábios. Assim como foi com Agatha, pareceu regressar quando foi com Victor. Por um bom tempo, o coelho demônio não comeu e dormiu. Ele sentia saudades de sua verdadeira dona. O Señor Scratchy apenas alimentava-se quando Wanda usava o seu broche e ele escutava a voz de Agatha através do espelho.

Victor foi uma exceção. A convivência harmoniosa entre os dois trouxe felicidade não apenas para o seu filho, mas para o coelho. Ele passou a retornar ao seu normal, alimentando-se bem e descansando o necessário. Tornou-se uma bela amizade, que desfez-se com o tempo. Com a ida de Victor.

E o Señor Scratchy passou a ser o mesmo de antes.

— Você precisa se alimentar, parceiro... Mesmo que um pouco. — Sussurrou, tentando convencê-lo. O coelho não moveu-se, nunca desviando o seu olhar das órbitas esverdeadas da Viúva Negra. — Por favor? — Ignorada pela segunda vez. E não havia muito a se fazer, não quando o coelho demônio tinha autonomia o bastante para tomar suas decisões. — Você venceu... — Natasha franziu o cenho. — Porém... não pense que eu não mandarei Wanda conversar com Agatha sobre isso. O que acha que ela vai dizer? — Foi uma tática baixa a chantagem, mas a alternativa funcionou. E, rapidamente, o coelho pegou uma cenoura cortada para alimentar-se. — Bom garoto... — Natasha o elogiou. — Sabe, eu te entendo, Scratchy... Eu sinto a falta dele tanto quanto você. — Abrindo um pouco da gaiola, ela passou a acariciá-lo. Houve a ausência de brilho nos olhos verdes de Natasha. Seu tom pesado, embargado pela culpa, pelo medo, pela raiva e pelas saudades. A ida de um ente querido nunca lhe doeu tanto.