Capítulo 2

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-- Como você faz essa merda?

O encaro perplexo me contendo para não estrangular esse idiota. Como o prometido Michael chegou cedo, literalmente antes do sol nascer. Agora mesmo a luz fraca começa a ganhar forma atravessando a janela, a mesma que eu sofri para passar.

-- Em minha defesa, eu esqueci completamente.

-- Esqueceu? Você simplesmente esqueceu de me avisar que havia vendido a porra da casa!?

-- Sim. Mas foi por um bom motivo, com certeza você vai entender irmãozinho.

O que tem para entender? Além de uma mulher desconhecida morar na única coisa que aquele maldito velho deixou para mim!

-- Quero ela fora daqui.

Suspiro fundo para me acalmar.

-- Infelizmente não vai dar.

O encaro procurando raciocinar.

-- Como assim não dá? Essa porra de casa é minha!

-- Entenda Don, ela comprou de forma legal, não posso simplesmente expulsá-la.

-- Ou você expulsa, ou eu mesmo dou um jeito.

E não vai ser gentil.
Antes que Michael responda a garota passa determinada pela porta da sala. O que aqueles idiotas estão fazendo? Eu disse claramente que não era para deixá-la entrar!

-- Ei, não vou sair! Faça o que quiser, mas sofri muito para comprar minha própria casa! Não desisto facilmente, querido.

Ela aponta o dedo no meu peito enquanto expõe sua raiva, que porra de coragem é essa? Nunca ninguém me tratou assim! Quem ela acha que é?

-- Você sabe quem eu sou?

Ela hesita por um momento mas volta a me desafiar.

-- Não, e nem me interessa.

-- Eu sou Dominic Dofiano, um mafioso nada gentil. Por acaso sabe o que mafiosos fazem?

-- Invadem casas no meio da noite?

Essa mulher é irritante quase igual uma pulga.

-- Não, Pulguinha. Sou eu quem permite tudo nesta porra de cidade. Sendo assim todos me temem e como eu já disse: você devia ter medo.

Por um breve momento seus olhos demonstraram o mais puro e excitante terror, mas voltaram a me encarar com raiva.

-- Pulguinha? Quem você está chamando de Pulguinha seu armário ambulante?!...

Armário! Abro a boca para responder mas ela não permite.

-- E outra, ter medo de você só porquê manda na cidade? Vai a merda! Eu já disse e repito: Acha que tenho medo de você? Seu mimado!

Que porra é essa? Como estou aceitando ser desafiado por uma pulga igual a ela? Isso é vergonhoso e inaceitável!

-- Se o problema é dinheiro, compro essa casa por três vezes mais do que você pagou.

-- Não. Eu tenho dignidade, não sou facilmente comprada.

Ela não pensa duas vezes, é bem direta. Isso seria atraente em outras ocasiões, igual ontem a noite quando essa Pulguinha estava vestida de um jeito tão sexy.

-- Escute Elaine, a proposta do Don não é tão ruim. E também você....

-- Desculpe senhor Wade, mas já estou decidida. Essa casa é minha!

Irritante, insistente, idiota e absurda. Preciso mesmo me livrar dela. Também tenho dignidade e principalmente não sei desistir. Significa que se eu permitir que essa pulga fique, ela venceria. E não vou admitir isso. Nunca!

Desista Ou NuncaOnde histórias criam vida. Descubra agora