Capítulo 29

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-- Dofi, meu amor. Por favor acorde!

Ele está imóvel, uma poça de sangue começa a se formar ao seu redor e meu coração é quase esmagado pelo medo.

-- Dofi!

Continuo a chamá-lo e chacoalhar seu corpo pesado e mesmo assim não há nem mesmo um ruído.
Não posso acreditar nisso.

-- A...próxima...vai garantir de vez...a sua morte.

Para aumentar meu desespero Bob se aproxima cambaleante, um lado de sua cabeça foi amassado feito uma lata de refrigerante e o sangue ainda escorre. Como esse maldito ainda se move? É muita raiva acumulada, e isso não é bom.

Merda, o que eu faço?
Começo a raciocinar com calma e minha primeira decisão é aproximar meu ouvido do nariz do Dofi, e para o meu alívio/pânico, ele ainda respira, porém está começando a enfraquecer.
E vai ser definitivo se esse lunático chegar aqui, preciso proteger o Dofiano.  Carregá-lo para fora? Não consigo. Sair correndo e procurar ajuda? Não tem um único vestígio de vida nessa porra de lugar! Acertar o desgraçado com uma chinelada? Seria possível, se eu tivesse um chinelo. Tudo o que me resta é o tijolo ensanguentado que o Dofi carregava.
O pego e levanto me colocando em frente ao meu amado. Minha perna protesta de dor, mas continuo firme

-- O que...acha que vai fazer, Elaine? Saia da frente! Vou matar esse filho da puta e você será a garantia para que eu assuma o lugar dele.

-- Tudo isso por causa de territórios e dinheiro? Você tem problemas, Bob!

Isso continue com o falatório, assim vai adiando e irritando o lunático.

-- Não é só territórios e dinheiro, tem muito mais! Principalmente vingança! Vou matar todos os filhos da puta que viram a minha mãe morrer e depois me jogaram na rua, TODOS! Um por um! Principalmente o Gary Von Miller e o comparsa Marloy Cassiere.

Não falso ideia de quem são e o doido parece bem irritado.
Mas para a minha alegria ele parou e um gemido atraí meu olhar para o Dofi.

-- Ch...chegou tarde...

-- Dofi!

Me agacho ao lado dele e o ajudo a sentar, tem muito sangue ao seu redor.

-- Dofi, calma meu amor. Não faça esforço.

Ele se senta e sua cara expressa a mais pura dor. Meu peito aperta de preocupação.

-- O que disse, Dofiano?

Dofi encara o desgraçado com um sorriso sofrido no rosto.

-- Você chegou tarde, eu já matei Gary Von Miller e o comparsa Marloy Cassiere.

Bob parece desacreditado e vacila por um momento.

-- Como assim? Como você o matou se esses filhos da puta eram subordinados do seu pai?!

Estranhamente o Dofi ri alto e com gosto, como se fosse uma piada. E eu realmente estou assustada.

-- Quer saber a verdade, pequeno Bob? Aqueles putos armaram para a sua mãe e o meu velho! Colocaram os dois chefes com o maior território um contra o outro e no fim queriam se livrar do...meu pai e controlar essa cidade inteira.

Bob ri com vontade e o sangue em sua cabeça amassada escorre.

-- Acha que vou acreditar nisso? Eu vi a minha mãe ter a cabeça arrancada diante dos meus olhos pela porra do seu pai e os subordinados dele!

-- Exatamente seu idiota! Joanna Vonage a grande chefe do segundo maior território da cidade versus Dornaldo Dofiano o dono da maior parte dos territórios. Se por acaso os dois se enfrentassem e logo após o vencedor morresse quem seria o beneficiário? Quem ficaria com tudo se os filhos não assumissem? Você, Bob, eles se livraram. E eu? Eu procurei a verdade!

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