Capítulo 12

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-- Como isso aconteceu Diego? Como o Jonny foi baleado?

Num suspiro profundo ele desvia o olhar de mim analisando o corredor por onde a Pulguinha e a Moris saíram a alguns minutos.

-- Foi minha culpa. Eu deixei o Jonny vigiando o carro do tal Bob, e entrei no restaurante me passando por um cliente. Mas não sei como fui descuidado, não deu nem mesmo quinze minutos e eu escutei gritos e tiros. Quando saí para ver, o  desgraçado já havia fugido e o Jonny...ele estava coberto de sangue. Acho que o idiota tentou impedi-lo sem ajuda e nem teve chance de se defender.

Ele se esforça para não deixar os sentimentos amostra, mas com os olhos cheios de lágrimas é meio difícil.
Só que é estranho, preciso que o Jonny acorde e me explique melhor. Para então caçar o desgraçado!

-- Diego quer descansar um pouco? Eu fico aqui.

Ele confirma com a cabeça e se afasta, decido entrar no quarto e a visão que me recebe é o Jonny com ataduras no corpo e respirando por meio de máquinas. Me repreendo mentalmente, de certo modo a culpa de tudo é minha. Eu que mandei achar o desgraçado e pegá-lo, mas olha no que resultou! Merda!

-- Jonny...eu...eu sinto muito.

Esse idiota está na família desde os 16 anos, o conheci nas ruas enquanto tentava fugir da obrigação que jogaram para cima de mim, por medo e negação que o velho e a mamãe morreram. Ahh chega a ser patético ter essas lembranças justo quando ele está a beira da morte. Que merda, não consigo conter as lágrimas, é uma fúria misturada a culpa que me deixam assim.

°•°•°•°•°•°•

"-- Você está bem? .

Confirmo com a cabeça analisando o garoto ruivo, talvez, dois anos mais velho e olhar desafiador.
Que merda quem é esse garoto?  Porque se intrometeu? Fui eu que esbarrei em um desses caras bêbados, mas claro que o bebum quis um pedido de desculpas e eu não me rebaixo a nível desses merdas cachaceiros, mesmo a culpa sendo minha. Assim começaram a me atacar, eu estava tão irritado com tudo  que aconteceu, que preferi apanhar invés de lutar ou fugir. Foi quando levei o primeiro soco que esse idiota apareceu gritando e chutou as bolas de um dos caras. Em meio a xingamentos e ameaças os homens atacaram um simples garoto sem perdão, vão matá-lo de tanto bater. Não gosto disso, ele me defendeu sem nem mesmo conhecer.
Vai ficar feliz, velho de merda se eu por em prática o que você ensinou?
Puxo das costas uma pistola calibre 22. 《Escute Dominic, seja frio, acerte em uma região letal. Não de chance ao inimigo.》As palavras se repetem na minha cabeça e atiro na nuca de um dos homens, os outros encaram assustados, como o desgraçado disse não dei chance e os matei também.
Me aproximo do garoto estirado e coberto de machucados...ele está sorrindo? Esse cara tem problema?

-- Eu não sabia que você tinha uma arma. Obrigado por me ajudar.

Ele se senta com dificuldade e estende a mão num cumprimento ainda sorrindo.

-- Me chamo Jonathan, Jonny se preferir.

Esse cara é corajoso, o aperto de mão é firme, realmente o tipo de pessoa que preciso que agora não tenho como continuar a fugir.

-- E você?

-- Dominic Dofiano.Você estaria disposto a ser membro da família Dofiano, Jonny?

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